sexta-feira, 24 de maio de 2013

Sinusite Crônica em Aves: A famosa verruga no nariz

Sinusite Crônica em Aves: A famosa verruga no nariz


Prezados leitores e amigos! Apesar de ser um fã inveterado de Trinca Ferro e competições admito que adorei escrever sobre psitacídeos. A resposta das meninas (especialmente as de Niterói) ao tema passado (Clamidiose) foi ótima. E para você que me acompanha nessa maravilhosa coluna há algum tempo presenteio vocês, meninos e meninas (como diria Renato Russo), com um tema bem interessante que é sinusite em aves. Então, senta aí e vamos embarcar comigo nessa leitura.
A sinusite crônica em aves ao pé da letra seria uma inflamação dos seios nasais e paranasais normalmente associada a uma causa infecciosa ou parasitária. Apenas para constar o pús na ave é denominado cáseo e se apresenta de forma endurecida e nunca líquido igual ao nosso. O sinal clássico da sinusite crônica é o aumento do diâmetro da narina normalmente de um dos lados e ainda a presença de uma massa endurecida nessa narina.
Aí é que começam as historias de passarinheiros.. muita gente diz que a ave tem verruga, pipoquinha, caroço, bouba, tumor.. dizem de tudo menos que é sinusite. Qualquer ave pode ser acometida. É muito comum em Coleiros e Trinca Ferro, mas Calopsitas e Papagaios também podem apresentar. Essa massa na narina da ave deve ser removida e evidenciar a causa primaria é fundamental.
Não adiante querer usar produtos a base de iodo ou colírios humanos na narina da ave.. Agentes bacterianos normalmente estão envolvidos, mas ácaros no sistema respiratório não são raros. A cura completa da ave é conseqüência de um diagnóstico correto. O tratamento muitas vezes é de médio prazo e além do uso de antibióticos muitas vezes é fundamental aumentar a imunidade da ave.
Os fatores predisponentes que levam a doença são diversos, como exposição ao frio ou vento, fatores alérgicos, etc mas sempre estão relacionados a uma queda de imunidade da ave; então na verdade muitas vezes uma ave acometida por sinusite demonstra que algo está errado e causas sistêmicas devem ser investigadas como clamidiose, coccidiose ou qualquer outra doença que leva a baixa imunológica, ok.
A narina assim como o bico em casos mais graves ficam deformados para sempre. Se não tratado a sinusite pode evoluir levando a ave a óbito ou a seqüelas no canto se esta for de competição/torneio. Aves que apresentam rouquidão em decorrência de sinusite normalmente ficam fanhas para sempre.
Se sua ave apresenta sinusite a melhor opção é consultar o seu veterinário especializado. Despeço-me por aqui e como não poderia faltar deixo o pensamento do dia: ´´ Cuidado com o atendimento leigo, pois de boas intenções o inferno está cheio´´ Pensem nisso e até a próxima!


Foto 1.: Agapornes apresentando o sinal clássico de sinusite que é o aumento do diâmetro da narina normalmente de um dos lados.


Foto 2 e 3.: Curio femea apresentando massa caseosa na narina. Observe a deformidade no bico e o tamanho da narina.

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Dr. Felipe Victório de Castro Bath
Médico Veterinário CRMV-RJ 8772
Especialista em Biologia, Manejo e Medicina da Conservação dos Animais Selvagens
Mestre em Microbiologia Veterinária pela UFRRJ
Tel.: (21)81014122/ (21)78795270 / ID.:10*96860
(21)22786652 / (21)32341775

Muda Vitaminada: Certo ou errado?!

Muda Vitaminada: Certo ou errado?!
Prezados leitores a amigos! Estamos em uma época propícia ao tema daí a nossa escolha. A pergunta do momento é: o que posso fazer quando meu pássaro está em muda? A resposta é complexa e vamos tentar discutir alguns pontos.
 Quando a ave está nesse período de muda seja de penas ou de bico é uma fase de sensibilidade da ave e é neste momento que uma consulta de rotina com o seu médico veterinário especializado deve ser realizada, juntamente com um exame parasitológico de fezes e até outros mais elaborados como salmonelose e mocoplasmose. É o momento também de descanso dessa ave, principalmente se está for de competição.
Esse período de muda seja de penas e/ou bico a ave fica mais quieta e letárgica mesmo. O canto diminui bastante e este não deve ser estimulado. Nessa fase coloque sua ave em local tranqüilo, mais escuro e sem contato visual ou sonoro com outra ave. Pode se manter na capa na maioria do tempo para proteção mesmo. O uso de ferro ou iodo na água só deve ser feito com o acompanhamento de seu veterinário e o intuito é forçar ainda mais essa queda de penas. Vejo muita gente usando ferro após a muda de penas e o resultado é um repasse de penas. Tem o momento certo de se usar esse artifício, ok.
 Neste período além do reforço na dieta as aves devem ter uma maior percentual de proteína na dieta, assim como de vitamina A, além dos aminoácidos essenciais para que estas penas e/ou bico se renovem mais rapidamente e com qualidade. Isso é alcançado se fornecendo farinhada de ovo a elas, ou ainda outra fonte de proteína como o próprio ovo cozido e tenébrias. Mas cuidado para não engordar essa ave.
 O uso de vitaminas do complexo B não tem muita utilidade nesse período. Primeiro que não vai ajudar em nada nesse período e por acabar estimulando a ave a comer mais podemos terminar a muda com uma pequena a dieta a fazer depois. 
O bico também passa por uma renovação natural e fica descascando ou com o aspecto rachado. Esse é um processo de maior sensibilidade nesse bico onde a alimentação deve ser tenra e verduras verdes escuras (couve, chicória, almeirão) são bem vindos na dieta assim como milho e pepino, por exemplo.
 Ainda em relação ao bico uma técnica simples que suaviza a muda é lixar o bico com uma lixa de unha mesmo removendo as imperfeições; após isso pode se passar no bico óleo de cravo que se compra em lojas de produtos naturais. Cuidado com a narina do pássaro e para ele não comer o produto. Na duvida procure auxilio veterinário especializado, ok.



Despeço-me por aqui e um grande abraço a todos!


Figura 1 e 2.: A foto da esquerda mostra um curió que além da muda de bico possui um crescimento anormal de bico inferior. A foto da direita mostra a mesma ave após lixar e passar o óleo de cravo. 

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Dr. Felipe Victório de Castro Bath
Médico Veterinário CRMV-RJ 8772
Especialista em Biologia, Manejo e Medicina da Conservação dos Animais Selvagens
Mestre em Microbiologia Veterinária pela UFRRJ
Tel.: (21)81014122/ (21)78795270 / ID.:10*96860
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