quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Fêmea que não cria

Fêmea que não cria - 11/11/2011 20:00



Tenho certeza que muitos curiozeiros já tiveram em seu plantel alguma fêmea que deu 
ou está dando muito trabalho para aprontar, principalmente em fêmeas novas de 
primeira cria. 
Existem alguns fatores utilizados por mim que, com 
muita persistência, consegui fazer esse mistério fosse  
desvendado nas fêmeas que estão com dificuldade 
 para procriarem. 
Vamos lá aos pontos: 

• A claridade do local onde ficam as fêmeas é 
 indispensável nos períodos de criação, se o seu criatório não tiver claridade, pode 
utilizar luz artificial no criatório que são as luzes UV e UVB. 
• Alimentação é outro fator de extrema importância, devemos ministrar vitaminas, 
aminoácidos ( cuidado com a automedicação ), introduza farinhada com ovos, 
pois os ovos serve para desenvolver o órgão reprodutor das fêmeas. 
• Utilize produtos feitos para carência reprodutiva, existem no mercado inúmeros 
fertilizantes que ajudam muito no processo de cria, entre eles eu cito o 
FERTIVITE. 
• Tranqüilidade no ambiente onde estão as fêmeas é primordial, pois assim as 
fêmeas se sentirão mais seguras e tranqüilas para entrar no processo de gala. 
• Procure colocar folhas artificiais na frente do ninho, assim ela simulará melhor o 
ambiente natural. 
• Um fator que também é o básico de tudo: é o CANTO,  tenha um galador 
cantador, pois a arma de sedução dos pássaros é o CANTO, vai ser difícil galar 

Fonte: www.criadourobrilhodosol.com.br

O ÉTICO E O ILEGAL - 13/04/2012 12:24

O ÉTICO E O ILEGAL - 13/04/2012 12:24


 COMÉRCIO DA VIDA SILVESTRE: O ÉTICO E O ILEGAL Dener Giovanini Artigo publicado originalmente no Jornal do Brasil / JB Online - em 04/03/2009 Comércio da vida silvestre: o ético e o ilegal A Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) completa, em 2009, 10 anos de atuação no combate a essa atividade criminosa que tantos danos causa a nossa biodiversidade. Nesse período acumulamos experiência e adotamos várias estratégias no sentido de obtermos êxito em nossos objetivos. As vitórias foram maiores que as derrotas. Conseguimos lançar luz sobre um tema até então pouco falado e conhecido no Brasil. Mobilizamos a opinião pública com o apoio da imprensa e obtivemos grande sucesso diante da necessidade de construirmos uma política pública eficaz para enfrentar esse problema. FORAM QUASE 4 MIL AGENTES PÚBLICOS TREINADOS EM 17 WORKSHOPS REALIZADOS NO PAÍS, DIVERSAS PUBLICAÇÕES SOBRE O ASSUNTO E INCONTÁVEIS AÇÕES DESTINADAS A CONTRIBUIR COM A FORMAÇÃO DE UMA NOVA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL. Hoje, percebemos que estamos diante da necessidade de uma nova forma de atuação. Não adianta mais nos repetirmos. O que precisava ser feito, o foi, com ousadia, determinação e seriedade. Hoje o Brasil sabe que o tráfico de animais existe e que o mesmo não é apenas uma maneira alternativa e inocente de um cidadão ganhar um dinheirinho extra. As CPIs das quais tivemos oportunidade de participar e contribuir constataram a abrangência dessa atividade ilícita e, principalmente, o nível altamente profissional das quadrilhas que atuam nesse ramo, muitas vezes associadas ao tráfico de armas e de drogas. A necessidade de uma nova postura e atuação frente a esse crime ambiental origina-se, principalmente, no fato de precisarmos buscar uma alternativa eficiente que impacte diretamente na diminuição da demanda por parte da sociedade. A legislação ambiental precisa ser aprimorada e a repressão mais aparelhada, mas em essência, só isso não basta. A diminuição da demanda passa necessariamente por duas discussões fundamentais: uma forte iniciativa educativa, no sentido de desestimular a compra, pela sociedade, de animais oriundos do comércio ilegal e, a mais polêmica: definir claramente o papel da criação comercial no combate ao tráfico de animais silvestres. Parte do movimento ambientalista não admite sequer debater a segunda alternativa. Alegam que o comércio legal é antiético por comercializar a vida, que gera lucros exorbitantes para os criadores e que os preços praticados no mercado legal – altíssimos – não afastam o consumidor do mercado ilegal. Esses argumentos merecem respeito e, principalmente, reflexão. Porém, é necessária uma visão anticartesiana. Uma reflexão com base em fatos e não apenas em paixões. A começar devemos – sempre importante – lembrar que vivemos numa democracia, onde existem leis que nos garantem o respeito às diferenças. E a lei, nesse caso, garante ao cidadão o direito de possuir um animal silvestre de forma legal, oriundo de um criadouro devidamente credenciado pelo Ibama. Os tais lucros exorbitantes dos criadouros, que agem dentro da lei, não parecem corresponder à realidade, uma vez que o investimento numa criação comercial é uma atividade bastante onerosa, o que explica, em parte, o alto preço de venda desses animais. E o mercado consumidor, apesar de ser imenso, na prática ainda é tímido. A burocracia brasileira ainda emperra o crescimento do setor. Quanto ao "comércio de vidas" é um argumento baseado em convicções pessoais, para o qual não existe a possibilidade de debate. E em conflitos que envolvem moral e ética invoca-se o respeito à diferença, ou seja, a aplicação da lei. Se a lei existe, certa ou errada, deve ser cumprida e, neste caso especifico, a nossa legislação, como já dito, permite o comércio da fauna silvestre. Assim como permite o comércio de outros tipos de vida, como a madeira, o frango, o boi e o escargot. Cabe a cada um apenas aplicar a sua consciência pessoal no momento de optar pela aquisição ou não de um animal silvestre oriundo de criadouro. Aos que discordam, cabe apelar ao parlamento para que a lei seja mudada. O Brasil não irá avançar no combate ao tráfico de animais silvestres – e num plano geral, na conservação da biodiversidade – enquanto não adotar uma posição clara e objetiva sobre a criação comercial. É necessário que se tenha coragem política para assumir uma postura definitiva, mesmo que seja uma decisão que desagrade os gregos ou os troianos. A falta de transparência só favorece àqueles que se alimentam da obscuridade. A Renctas está disposta ao debate público. Mas que seja um debate que se concentre em soluções democráticas para o país, e não apenas em interesses setoriais de ambientalistas ou de criadores. Não se trata de discutir se permite-se ou não a criação comercial – isso a lei já definiu – mas é necessário que o governo estabeleça quais serão as regras a serem seguidas e quais os seus planos para uma fiscalização eficiente do setor, que expurgue desse meio aqueles que só querem uma fachada legal para enriquecer às custas da ilicitude. Hoje, quem se dedica a criação de fauna silvestre no Brasil com o objetivo de realizar um trabalho honesto, correto e dentro da lei, sejam criadouros comerciais, conservacionistas ou científicos, serão os primeiros aliados do governo na implementação de uma ação mais rígida na fiscalização. E, se de fato, o governo federal quer alçar a criação comercial da fauna silvestre numa alternativa ao comércio ilegal, deverá obrigatoriamente implementar, através do BNDES, uma linha de crédito para financiar o setor e criar as condições necessárias para que os preços praticados no mercado sejam mais acessíveis ao consumidor. Esse é o desafio para os próximos 10 anos da Renctas: ajudar a construir um país de verdade, onde o faz-de-conta perca espaço para ações corajosas e inovadoras na busca de soluções que a mantenham sempre no caminho da sua missão contribuir para a conservação da nossa rica biodiversidade. Dener Giovanini é fundador e atual Coordenador Geral da Renctas. www.renctas.org.br04-09-2011 

Fonte: www.criadourobrilhodosol.com.br

Vídeo: curió branco (mutação).

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Hibridismo & Mestiçagem

Hibridismo & Mestiçagem

Introdução
O hibridismo é o cruzamento de indivíduos de Gêneros diferentes, e o produto deste cruzamento recebe o nome de Híbrido. Quando os produtos destes cruzamentos apresentam comportamento reprodutivo semelhante aos das espécies que lhes deram origem e apresentam-se férteis, dizemos que são Mestiços.
A hibridação não se constitui um fato novo, nem mesmo uma descoberta de laboratório ou algo parecido, ela ocorre na natureza e se constitui um fenômeno espontâneo. A hibridação espontânea é provocada pelo desequilíbrio entre o número de indivíduos machos e fêmeas de determinado Gênero (escassez de um dos sexos) este fato tem levado ao surgimento de hibridações espontâneas como forma de preservação natural encontrada pelas espécies ameaçadas.
Temos observado na Mata Atlântica do Sul da Bahia o surgimento espontâneo provocado por desequilíbrio do meio ambiente de indivíduos Híbridos ou Mestiços dos Gêneros (Oryzoborus X Sporophila). Este surgimento é intenso em regiões em que a captura do Chorão macho (Sporophila leucoptera) mediante a prática predatória da "Pegada" provocou uma sensível redução dos machos desta espécie, levando as fêmeas em abundância a buscarem outras alternativas de reprodução, dentre elas, os Curiós (Oryzoborus angolensis) como forma de continuação do processo reprodutivo deste gênero.
A hibridação espontânea tem sido muito observada na natureza. Particularmente acho muito importante estas ocorrências do ponto de vista do surgimento de uma descendência com maiores condições de sobrevivência ao meio ambiente, que sofre mudanças constantes devido à ação do homem. Estas descendências, por serem mais resistentes, suportam melhor o meio ambiente que as geraram, podendo dar origem a uma nova espécie bem mais desenvolvida. Cada indivíduo envolvido na hibridação possui um conjunto de genes diferentes que são combinados em um novo ser, dando origem a uma nova genética diferente da de seus pais. Muitos embriões híbridos não se desenvolvem, aparentando falta de interatividade entre as combinações gênicas das espécies que os geraram, no entanto outros o fazem muito bem, inclusive superando as condições desfavoráveis, competindo mais tarde em condições de resistirem ao meio ambiente com as espécies que os geraram, principalmente por serem bem mais resistentes.
Os trabalhos de hibridação com o Curió tem sido muito pouco divulgados, acredito que por suas limitações, ou sejam: falta de compatibilidade genética entre os pares, quanto à possibilidade de acasalamento dos indivíduos de Gêneros diferentes; aceitação de um pelo outro, bem como os autos índices de mortalidade dos embriões durante a fase de desenvolvimento por incompatibilidade gênica dos pais. Apesar destas dificuldades, divulgaremos neste artigo as técnicas empregadas com sucesso na hibridação do Curió X Chorão (Oryzoborus angolensis X Sporophila leucoptera) e Curió X Caboclinho (Oryzoborus angolensis X Sporophila bouvreuil). Informo ainda ter conhecimento da prática de hibridações entre Curió X Coleiro-do-brejo (Oryzoborus angolensis X Sporophila collaris collaris).
Embora o IBAMA não recomende a prática das hibridações, e o faz alegando que os pássaros devem permanecer em domesticidade da mesma forma em que se encontram em vida silvestre, negando a estes extraordinários híbridos o competente registro, e ignorando a contribuição que os mesmos vem dando a genética das Criações Amadoristas, muito se tem feito no tocante à incorporação de genes portados pelos distintos gêneros envolvidos nas hibridações.
Pelo exposto, tenho praticado e recomendado à hibridação como forma de aprimoramento e construção genética do "Curió Doméstico", pois através desta prática podemos incorporar à genética do Curió genes capazes de dota-lo de características desejáveis e em percentuais de sangue adequados a externarem os ditos caracteres.
A hibridação, em última análise, nos permite dotar um determinado indivíduo de caracteres não possuídos originalmente por uma das espécies envolvidas nos cruzamentos, poupando-nos tempo e investimento em cruzamentos seletivos aonde se buscam a seleção dos indivíduos portadores de características desejáveis para através de cruzamentos dirigidos fixa-los à prole por hereditariedade. Vale ressaltar que muito se tem a aprender nesta área. A grande incidência de indivíduos não férteis ou temporariamente nestas condições se constitui uma grande limitação ao avanço das hibridações aqui referidas, contudo, esperamos conhecer melhor todos os aspectos envolvidos nas hibridações no sentido de minimizar as dificuldades hora existentes em relação à fertilidade dos F1 (Indivíduos portadores de ½ sangue de cada gênero, envolvido no cruzamento).
Método Para Prática do Hibridismo - Imprinting
É de fundamental importância o conhecimento dos mecanismos que imprimem nos pássaros as características de sua própria espécie. Eles precisam conhecer o seu padrão de comportamento e isto incluem aspectos instintivos e até mesmo, aspectos sociais aprendidos no convívio com os seus semelhantes.
É necessário que cada pássaro forme a sua própria identidade, mediante o aprendizado dos hábitos e costumes de sua espécie, para que se comporte como tal. Dentre estas características encontramos o canto como sendo uma das mais importantes, no entanto, não é o canto a única característica comportamental que irá definir determinado pássaro em relação ao padrão de sua espécie.
É que diversos pássaros vetorizam o canto de outras espécies e os adotam para o resto de sua vida, sem que a ela pertençam. É nesta capacidade de aprender o dialeto de outras espécies, bem como a aquisição de seus costumes, que a natureza em certos casos tem garantido a preservação das espécies. Contudo, é fundamental que determinado pássaro adquira os conhecimentos necessários a definir-se como sendo desta ou daquela espécie, e sabemos que o canto por se só não os define, portanto os pássaros devem adquirir um conjunto de conhecimentos capaz de formarem a sua identidade mediante o mecanismo conhecido como Imprinting, que nada mais é que a estampagem na mente destes comportamentos.
O Canto & a Côrte
Sabemos que no ritual de acasalamento o cortejamento da fêmea pelo macho é feito mediante o uso de elementos sonoros, o canto é aliado às exibições da plumagem e posturas em que o macho exibe a sua plumagem efetuando uma espécie de dança nupcial. Este comportamento sexual é especifico de cada espécie cujo grau de exigência da fêmea é tão maior quanto maior for à capacidade do macho em exibir os seus dotes pré-nupciais no qual é reconhecido e aceito pela fêmea. O sucesso da corte está intimamente ligado ao seu bom desempenho, quanto ao uso eficiente destes elementos, aonde o canto desempenha papel fundamental.
Imprinting & Cortejamento
No Hibridismo é indispensável que os dois gêneros distintos que se pretende a reprodução, sejam dotados de afinidades genéticas para que ocorra a fecundação do ovo, e mais, é fundamental que a côrte do macho seja aceita pela fêmea como sendo de seu próprio gênero, e isto envolve a aceitação do canto do macho pela fêmea no caso desprovida de reação sexual para aquele canto, que é de outro gênero.
É indispensável que ambas as espécies envolvidas em acasalamentos híbridos possuam o mesmo Imprinting, caso contrário à corte não será aceita pela fêmea de gênero diferente que, exigirá a corte de sua própria espécie e isto envolverá a troca do canto do macho pelo canto do gênero da fêmea ou a aceitação desta pelo canto do gênero do macho.
O plantel para hibridações deverá ser composto por dois ou mais gêneros distintos que se pretende reproduzir, sendo que estes gêneros deverão possuir o mesmo Imprinting, caso contrário, não ocorrerá a aceitação da corte entre eles, inviabilizando todo o processo de hibridação.
Gêneros Distintos Dotados do Mesmo Imprinting
Para a prática da hibridação, necessitamos produzir previamente indivíduos dotados de Imprinting distinto dos da sua espécie e iguais aos da espécie que queremos acasalar. Sem esta providência, não ocorrerá à aceitação da corte por parte da fêmea e conseqüentemente a cópula. Para a obtenção de indivíduos pertencentes a gêneros distintos, contudo, dotados do mesmo imprinting, procedemos da seguinte maneira:
1. Escolhemos de qual gênero será a matriz utilizada entre os gêneros envolvidos nos acasalamentos. Os critérios de escolha serão sempre levando em conta qual dos gêneros envolvidos nos acasalamentos possuem matrizes dotadas de extrema docilidade e dedicação com a prole e tenha como característica uma seletividade alimentar ampla e diversificada para que possamos garantir com maiores chances a cria da prole.
2. Definido o gênero da matriz a ser usado nos cruzamentos, exemplo: Fêmea de Chorão (Sporophila leucoptera), precisa que esta aceite a corte do Curió (Oryzoborus angolensis) que é de gênero diferente. Para que aja a aceitação da corte do Curió pela Fêmea de chorão é necessário que esta tenha adquirido previamente o Imprinting do Curio, sendo assim a corte terá a sua eficiência reconhecida e a cópula ocorrerá normalmente resultando deste cruzamento indivíduos dotados de 50% de sangue de cada Gênero distinto, logo, será um Híbrido.
Criação de Imprinting de Gênero Diferente.
Para obtenção de fêmeas de chorão ou qualquer outro gênero com Imprinting de Curió procedemos de duas maneiras distintas:
1. Colocamos os ovos do Chorão para serem incubados por fêmea de curió que crie com a presença do macho na mesma gaiola ou viveiro em plena harmonia. É necessário que os filhotes de chorão sejam tratados por ambos (macho e fêmea de Curió) para que se estabeleça na prole o Imprinting do gênero do Curió em ambos os sexos. Quando da apartação, os filhotes de Chorão já pialam de Curió e o surgimento do canto do Curió no filhote macho de Chorão ocorrerá tão logo se cumpra o "Período do Corrichar" principalmente se ocorrer Vetorização Dirigida do canto portado pelo Padreador Curió, que será usado mais tarde no acasalamento com a fêmea de Chorão. Estes cuidados aumentará o grau de eficiência do Cortejamento já que o Curió macho aceita Copular com qualquer fêmea de qualquer gênero desde que esta aceite a sua corte. Devemos durante todo o tempo em que manejamos os filhotes de Chorão dotados de imprinting de Curió evitar que tenham contato auditivo e visual com a sua espécie de origem genética sobre pena de corrermos o risco de perder todo o trabalho com o abandono do imprinting de Curió pelos filhotes que poderá faze-lo de imediato ou progressivamente com o decorrer do convívio.
Ao atingirem o amadurecimento sexual, as fêmeas de Chorão estarão aptas a serem cortejadas pelos Curiós, bem como o Chorão macho dotado de canto de Curió poderá com certa dificuldade ser aceito por fêmeas de Curiós jovens.
2. Após o nascimento dos filhotes de Chorão, encubados por mãe Chorona, transferimos os filhotes para "Amas" do Gênero Curió. Quanto mais sedo ocorrer esta transferência, maiores serão as chances de sucesso, em especial se utilizado como "Ama" um casal de Curiós. Não sendo possível, devemos manter próximo aos filhotes em regime de "Ama" um Curió vocalizando o dialeto do futuro Padreador. Todos os demais aspectos citados anteriormente se aplicam ao sistema com o uso de "Amas".

Todo o método aqui descrito se aplica aos mais variados Gêneros desde que possuam compatibilidades Genéticas entre os Gêneros a serem utilizados. Vale a pena ressaltar que da mesma forma que alguns Curiós trocam de dialeto (Cabeças Moles) algumas fêmeas por escassez do espécime macho de seu gênero trocam de imprinting espontaneamente. Para tanto, basta que não mais escutem o canto conhecido como sendo do seu Gênero. Informo ainda que um número significativo de fêmeas jovens do Gênero Sporophila quando mantidas em criadouros do Gênero Oryzoborus trocam espontaneamente de imprinting como forma de preservação da sua espécie, fato constatado também na natureza quando ocorre a escassez do macho.
Cruzamentos Com F1-Híbridos (1/2 Sangue)
Ao obter-se indivíduos dotados de ½ sangue de Gêneros distintos, teremos cumprindo a primeira etapa da hibridação. Em seguida, prosseguimos com os cruzamentos dos F1-1/2 sangue com fêmeas de Curió para incorporação de genes responsáveis pelos alguns dos aspectos desejáveis de um Gênero no outro. A incorporação do timbre vocal e andamento melódico do Chorão (Sporophila leucoptera) no canto do Curió (Oryzoborus angolensis), foi conseguido desta forma, mediante a incorporação dos percentuais de sangue ideais para estas fixações no genótipo do novo Curió. Salientamos que os indivíduos F2; F3 etc. são únicos, produzidos em ambiente doméstico e só diferem dos que lhes originaram na qualidade genética que possui, com aprimoramento dos aspectos mencionados e mantendo o mesmo Fenótipo do Curió como conhecemos.
Muito se tem ainda para estudar nesta direção, contudo a falta de estímulo provocado pela não regulamentação e registro no IBAMA dos espécimes resultantes de hibridações, vêm colocando a margem da legalidade todo um trabalho de suma importância. Necessário se faz que todos os criadores praticantes de hibridações em seus mais variados níveis efetuem registros detalhados de seus cruzamentos para que não se percam informações que, sem dúvida, num futuro bem próximo, serão de grande valia para o conhecimento Ornitológico.
Transcrevo trecho pertencente a E-mail enviado ao grupo de discussão ornitofilia@grupos.com.br pelo Ornitólogo Roberto São Manoel, onde de forma objetiva define a questão.
"Os cruzamentos domésticos de espécies diversas não interessam e não devem interessar ao IBAMA, posto que não é tratado em nenhuma lei, já que se tratam de espécies novas, que não fazem parte da fauna silvestre, não estão em rota migratória, não pertencem ao meio ambiente e não se caracterizam como Recursos Naturais".
Acho prematuro definir neste momento uma visão de futuro, contudo, se todos nós Ornitólogos brasileiros nos dispusermos a trabalhar, quem sabe seja este os novos caminhos que nos levará aos "Novos Tempos".

Agradecimentos ao Autor: Dr. Gilson Barbosa - BA
gilsonferreirabarbosa@hotmail.com

Vídeo: Hibridismo ( Patativa chorona x curiôla ).

quinta-feira, 28 de junho de 2012

¨ Estudo dos pássaros ajudam tratar humanos¨.

¨  Estudo dos pássaros ajudam tratar humanos¨.
Estudo de pássaros ajuda a tratar humanos Um pássaro que o naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) utilizou para estudar a evolução das espécies é, até hoje, um importante modelo experimental para o estudo do aprendizado do canto, que equivale, em humanos, à base do aprendizado da fala e da linguagem.



De acordo com o pesquisador Claudio Mello, do Instituto de Ciências Neurológicas da Universidade de Saúde e Ciências do Oregon, nos Estados Unidos, a partir de março a comunidade científica internacional terá à disposição a primeira versão do seqüenciamento dos genes do Taeniopygia guttata, conhecido como mandarim ou zebra-finch.


Mello, que também é um dos idealizadores do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra (IINN), coordena em Portland um laboratório que estuda o mecanismo de aprendizagem e memória em suas bases moleculares e genéticas.

"O modelo que utilizamos, e que estamos desenvolvendo há alguns anos, é a aprendizagem do canto pelos pássaros canoros. Por isso, fazemos parte do consórcio que está seqüenciando o genoma do zebra-finch", disse à Agência FAPESP.

Segundo o pesquisador, o aprendizado vocal é uma propriedade rara no reino animal, compartilhada apenas por humanos, golfinhos, baleias e três grupos de pássaros. "Além dos pássaros canoros, apenas o papagaio e o beija-flor são capazes de aprender a vocalização. Por terem uma característica tão especial de humanos, são um ótimo modelo para estudar o aprendizado da fala", disse Mello, que é formado em medicina pela Universidade de Brasília e fez doutorado e pós-doutorado na Universidade Rockfeller.

"Uma criança precisa ouvir a fala, memorizar o som e depois tentar imitar. Esses pássaros são os únicos que fazem algo semelhante", disse. Cita como outros exemplos de pássaros canoros brasileiros o bicudo, o curió, o tico-tico, o sabiá e o canário.

Mello explica que os comportamentos em humanos e mamíferos em geral envolvem áreas extensas do cérebro, cujo envolvimento com cada aprendizado é ainda pouco conhecido. "O grande interesse no nosso modelo, é que, no caso do zebra-finch, sabemos muito sobre a estrutura do cérebro e o circuito responsável está todo mapeado. O mapeamento genético virá complementar os estudos de forma decisiva", afirmou.

Uma série de comportamentos dos pássaros canoros está associada à vocalização. Eles comunicam a presença do indivíduo e as fêmeas selecionam os machos de acordo com o canto, por exemplo. "Mas o mais impressionante é que eles desenvolvem dialetos. Como o canto é aprendido, cada indivíduo acaba com uma versão um pouco diferente. Essa diferenciação funciona como se fossem nossos sotaques regionais. É uma transmissão cultural", contou.

As áreas associadas à fala e ao canto correspondem a vários núcleos definidos, interconectados e já mapeados pelo grupo de pesquisadores. Os circuitos são dimorfos, isto é, apresentam diferenças entre machos e fêmeas. Nas décadas de 1960 e 1970, os estudos sobre pássaros resultaram no primeiro exemplo claro de dimorfismo sexual.


Contribuição para a neurociência

O estudo do cérebro das aves deu outra contribuição ainda mais decisiva para a neurociência: ajudou a derrubar o dogma de que não se formam células novas no cérebro adulto. O macho canta durante a primavera, mas durante as migrações de outono não precisa do canto e os circuitos cerebrais correspondentes diminuem de tamanho, voltando ao normal sazonalmente.

"Quando eles voltam a cantar, partes do cérebro tornam a crescer. Quando isso foi observado nos anos 80, constatou-se que as células aumentavam de tamanho, mas que também havia novas células no cérebro, ou seja, gênese neuronal", disse Mello.

Como a neurogênese ocorre de forma abundante no cérebro de pássaros, o modelo poderá servir para estudar as bases moleculares e a possibilidade de regeneração do cérebro após uma lesão.

Os pesquisadores querem fazer estudos comparativos, aproveitando o mapeamento genético. "Em março, ficará pronta a primeira versão da recomposição do seqüenciamento. Mas a seqüência já está depositada em banco de dados de acesso público e estamos estudando as bases moleculares do processo, ou seja, que genes são ativados no cérebro e como essa maquinaria funciona", contou Mello.


Convergência biológica

Os três grupos de aves que desenvolveram o aprendizado vocal o fizeram, aparentemente, de forma independente, de acordo com Claudio Mello. "É um caso claro de convergência biológica. Ao compreender a organização dos circuitos saberemos mais sobre o que é necessário para aprender a fala. Isso pode dar pistas muito importantes para entender o mesmo processo em humanos", explicou.

Segundo o cientista, antes de se conhecer a circuitaria neuronal associada com o aprendizado do canto, acreditava-se que cérebro de pássaro era primitivo, reduzido apenas à estrutura equivalente aos gânglios da base no cérebro humano. Nos humanos, embora reduzida, essa parte é importante por estar envolvida em doenças como Parkinson e Huntington - a degeneração dessa área leva a deficiências. Mas se o cérebro da ave se reduzisse a isso, ele não seria capaz de aprendizado.

"Hoje, sabemos que se trata de uma porção pequena do cérebro, tanto em humanos quanto em aves. Cerca de 80% do cérebro de aves corresponde ao córtex, que é a mesma estrutura dos humanos. Esses circuitos de aprendizado estão relacionados a circuitos do córtex humano, o que abre perspectivas para estudar as correlações com o aprendizado do pássaro", disse.

Nas conexões entre gânglios da base e o córtex dos pássaros foi descoberto um pequeno núcleo, essencial para o aprendizado vocal. É uma indicação de que provavelmente existe no cérebro humano um núcleo, no gânglio da base, que recebe projeções do córtex e que é importante para o aprendizado vocal.

"Esta hipótese nunca tinha sido testada em humanos. Mas podemos usar o modelo em pássaros para realizar experimentações. Podemos fazer lesões, tornar inativo, fazer manipulação gênica, ligar um gene, desligar e entender circuitos responsáveis pelo aprendizado da fala", disse Mello.

fonte:http://sentidos.uol.com.br/canais/materia.asp?codpag=11786&cod_canal=11

Vídeo: Canto vi teu teu do curió da Bahia.