quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Reprodução

Reprodução
        Os curiós são bastante precoces e as fêmeas costumam iniciar sua vida reprodutiva no segundo ano de vida. Há casos de fêmeas que criaram aos 10 meses de idade, mas são exceções. Os machos já podem galar no segundo ano, mas dificilmente são aceitos pelas fêmeas antes de adquirirem a definitiva plumagem negra dos adultos.

        A temporada de reprodução, embora possa variar um pouco segundo as características climáticas de cada região, vai de setembro a março. Normalmente, as fêmeas se aprontam para a reprodução com a chegada da estação chuvosa, que na natureza é a época da abundância de alimentos.
   As fêmeas devem estar em gaiolas criadeiras individuais, arranjadas de forma que uma não possa ver a outra. Se forem muitas, o melhor é distribuir as gaiolas em prateleiras, com uma chapa divisória entre elas. As melhores divisórias são feitas de material não absorvente e lavável, como o poliuretano, o plástic     As fêmeas devem ouvir o canto dos galadores, sem contato visual . Cabe ressaltar que algumas fêmeas ficam fiéis ao canto do ambiente onde foram criadas, não aceitando a corte de galadores com outro canto. Assim, uma fêmea criada onde o canto dos machos é Paracambi, poderá não aceitar a corte de curiós com canto Praia. A maioria das fêmeas pode ser estimulada para a reprodução apenas ouvindo a gravação de um CD com o canto do curió. Nesse caso, o melhor é preparar uma gravação que contenha, além do canto propriamente dito, as rasgadas ou serradas típicas dos galadores em cortejamento. Os CDs comerciais com gravações de canto clássico não configuram boa opção para estimular o instinto reprodutivo nas fêmeas. O galador com o qual se deseja cruzar uma fêmea deve ser mostrado para a ela vez ou outra, por alguns segundos, para que cante para ela. Dessa forma o casal vai se acostumando um com o outro e as reações da fêmea nos indicarão o momento adequado para o acasalamento. Quando as fêmeas podem ouvir o canto de vários curiós, poderão acasalar pelo canto com algum deles, rejeitando a corte dos demais. Esse poderá tornar-se um transtorno para o programa de acasalamentos do criador. Quando todos os curiós do plantel cantam o mesmo canto, a rejeição de um galador torna-se menos provável.
Ainda que seja quase impossível preservar o canto clássico em um curió que se empregue na reprodução, muitos criadores mantêm o galador de canto melhor fora do ambiente de reprodução, empregando outros curiós como cortejadores. O curió com melhor qualidade de canto só é trazido para perto da fêmea no momento de efetuar a cobertura, quando ela estiver receptiva à gala, sendo retirado imediatamente após a cópula. Essa prática complica o processo reprodutivo, mas pode ser tentada.
  As fêmeas devem estar acostumadas ao consumo de farinhadas com ovos, com rações extrusadas, com sementes pré-germinadas e com todos os alimentos com que se pretende que ela trate dos filhotes. Deve estar disponível, permanentemente, uma vasilha com areia fina e uma fonte de cálcio e fósforo.
    Banho de sol e de banheira são essenciais para a saúde dos pássaros. No período em que as fêmeas estão se aprontando para a reprodução, devem ser intensificados. Depois que estiver chocando e até 20 dias após o nascimento dos filhotes, a fêmea não deve ser exposta ao sol. Durante o choco, a banheira com água limpa deve estar sempre disponível, que regulará com os seus banhos, a umidade necessária à eclosão dos ovos.

        Na gaiola deve estar disponível um ninho, facilmente encontrado no comércio. Os melhores são confeccionados em bucha vegetal e revestidos externamente com aninhagem ou estopa. A bucha vegetal, além de permitir boa ventilação, facilita a pegada dos pés dos filhotes. Ninhos de corda, por vezes, são muito duros e não podem ser penetrados pelas unhas dos filhotes quando tentam se levantar. Muitas vezes, unhas e dedos dos filhotes se deformam por conta da dureza do ninho. Os ninhos costurados à armação configuram melhor opção, pois podem ser higienizados e reempregados quando necessário. Os ninhos colados à armação descolam se submersos em solução higienizante. Se o ninho for muito raso, em uma saída rápida da fêmea, os ovos poderão ser arremessados para fora. Se for muito largo, dificultará o choco. Uma medida adequada fica entre 7,5 e 8,5 cm de diâmetro com uma profundidade 4,5 cm. O ninho deve ser posicionado em um canto da gaiola e no alto. Deve ficar ligeiramente mais baixo que o poleiro mais alto. Se o ninho for o ponto mais alto disponível, pelo natural instinto de proteção, a fêmea dormira empoleirada sobre ele, defecando em seu interior. Se houver risco de infestação por piolhos, os ninhos podem ser pulverizados, preventivamente, com Piolhaves, do Laboratório Avícola Simões ou com Frontline Spray, da Merial, sem qualquer prejuízo para a saúde dos pássaros.

        
Nada impede que casais sejam formados e colocados em viveiros ou gaiolões, permanecendo juntos durante todo o período reprodutivo. Essa prática não é usual, pois não permite que um galador de mérito genético superior seja aproveitado com várias fêmeas. Quando se deseja formar casais, o melhor é juntá-los ainda durante o período de muda de penas, quando estão mais sociáveis. Alguns machos tornam-se agressivos com os filhotes quando deixam os ninhos e não se prestam para essa forma de manejo.

        Há, ainda, alguns criadores que mantêm os galadores em gaiolas maiores e ao pressentirem o aprontamento da fêmea abrem os passadores e retiram as divisórias, deixando o casal unido até que a fêmea faça a postura do primeiro ovo. Após a postura, o macho é separado e o processo poderá se repetir com outra fêmea. Esse recurso é válido quando não há disponibilidade de tempo para observar o momento adequado para a cópula. Nesse manejo, as gaiolas devem ser maiores, pois a fêmea poderá tornar-se agressiva, havendo necessidade de espaço para que o macho possa fugir. Se o macho for perseguido pela fêmea e não tiver para onde fugir, a briga é certa.
     A fêmea deve ter à sua disposição um feixe de raízes de capim, do tipo encontrado nas lojas especializadas, presos nas grades da gaiola. Esse material estimulará a reprodução e nos mostrará, na medida em que ela leve raízes para o ninho, a proximidade do momento adequado à gala. Uma bucha elaborada com uma meada barbante de algodão pode ser pendurada em um local de difícil acesso, no alto da gaiola. Quando a fêmea começar a se pendurar pelo bico, tentando arrancar os fios de barbante, será um sinal de que já deve estar receptiva para a cópula.
A gaiola do macho, ainda com o passador fechado é colocada ao lado da gaiola da fêmea, separada apenas pela divisória. Quando ambos estiverem calmos, retira-se lentamente a divisória. O macho cantará para a fêmea e, se ela estiver receptiva, baixará o corpo, levará a cabeça para trás e elevará a cauda. Nesse momento, há necessidade de sensibilidade por parte do criador. Se a fêmea abaixar, mas continuar com o olhar fixo no macho, provavelmente ainda não aceitará a gala e o processo deve ser repetido com intervalo de algumas horas. Se demonstrar estar completamente receptiva, recolocamos a divisória e, minutos mais tarde, repetimos o processo da retirada da divisória, dessa vez com os passadores abertos. O macho deverá cantar e esperar que a fêmea tome posição. Passará então para a gaiola da fêmea, realizará a cópula e retornará rapidamente para a sua gaiola. Essa passagem exige treinamento prévio do galador, que já deve ter sido manejado em gaiolas criadeiras vazias, de forma que não tenha dificuldade para encontrar os passadores.

        Uma galada basta para fecundar toda a postura, mas é usual repetir a cruza, uma vez pela manhã e uma vez à tarde, enquanto a fêmea estiver receptiva. Normalmente ela aceita o macho por dois ou três dias. A postura é de 2 ou 3 ovos.

        Fêmeas novas poderão ter dificuldade para retirar da alimentação normal a energia necessária ao desenvolvimento da placa incubatória, com aumento da temperatura corporal. Quando isso ocorre, terminam a postura e não iniciam o choco. Nesses casos, pode-se ministrar 5 mL de glicose a 50% em 50 mL da água de bebida, desde a cobertura até o início do choco. A glicose deve ser restrita a esse período, pois seu uso continuado pode comprometer a absorção de vitaminas, especialmente as do grupo B.

        O período de incubação é de 13 dias e os filhotes deixam o ninho entre 12 e 15 dias de vida. Devem permanecer com a mãe até os 35 dias de vida. Observar se já estão bebendo água no bebedouro antes de separá-los.

        Os filhotes devem ser anilhados com anilhas invioláveis, de 2,6 mm, no quinto ou sexto dia de vida, conforme seu desenvolvimento.

        Normalmente isso não é necessário, mas é possível reforçar a alimentação dos filhotes ministrando papinhas especiais com o auxilio de uma seringa dosadora. Sugerimos a leitura de um artigo que trata da alimentação artificial de filhotes na seção sobre bicudos deste site.

        A primeira semana de vida dos filhotes é um período crítico. Ainda não possuem os anticorpos necessários à defesa do organismo e o regulador térmico não funciona a contento. Muitos criadores ministram, preventivamente, durante a primeira semana de vida dos filhotes, um ou outro antibiótico. Na maioria dos casos Nalyt Baby da Angercal, Terramicina com antigermem 77 ou Linco-Spectin da Pfizer ou Tylan da Elanco.

        Somos contrários a essa prática. Mas cada um vive suas circunstâncias. Se tiver uma excelente condição sanitária no plantel não será necessário nenhum medicamento preventivo. Se tiver problemas com os filhotes, melhor avaliar a saúde do plantel, pois há algo errado.

        Uma causa significativa de mortalidade de ninhegos é a desidratação. Uma solução preventiva é o emprego de sementes pré-germinadas na sua alimentação. Sugerimos a leitura de um artigo que trata da alimentação com sementes pré-germinadas, na seção sobre bicudos deste site.
O milho verde também é um ótimo hidratante e regulador das funções intestinais. Mas deve ser oferecido com moderação, pois do contrário a fêmea somente empregará o milho na alimentação dos filhotes, dada a sua palatabilidade. Dessa forma, a nutrição dos filhotes ficaria comprometida pelo alto valor energético e baixo valor protéico do milho verde. Ainda corre-se o risco de contaminação do milho por agrotóxicos. Em qualquer caso, o milho verde não poderá permanecer na gaiola por mais de 6 horas, sob pena de desenvolver fungos.

        Algumas fêmeas entram novamente no cio e passam a baixar quando ouvem o canto dos machos, antes da separação dos filhotes. Se houver uma divisória na gaiola, com os filhotes em uma seção isolada, a gala poderá ser permitida. Ela chocará os ovos e tratará dos filhotes nascidos sem nenhum problema.

        Não devemos permitir mais que 3 ou 4 ninhadas por temporadas, especialmente de fêmeas novas, sob pena de levá-las a um estado de esgotamento físico.
        Um problema que enfrentamos por muitas temporadas foi o aprontamento das fêmeas antes dos galadores. Era fêmea baixando e galadores que não queriam galar ou que galavam sem fertilizar os ovos. Durante a estação de mudas os machos param de produzir espermatozóides viáveis e voltam a recuperar a fertilidade na estação reprodutiva, quando já estão abertos e cantando muito.
Adotamos como regra, colocar os ninhos apenas no dia 1º de setembro e retirá-los no dia 31 de março. Os ninhos são mantidos apenas para as fêmeas que ainda estiverem com filhotes em seu interior.
        Durante a época da muda de penas ministramos, uma vez por semana, na farinhada, o Muta-Vit da Orlux, na dosagem de um grama a cada 100 gramas de farinhada. Em julho, apenas os machos recebem suplementação com Fert-Vit da Orlux, duas vezes por semana, na água de bebida, na dosagem de um grama a cada 250 mL da água de bebida. Intensificamos o manejo com os machos. Mais sol e alguns        Em agosto, adicionamos o Fert-vit na farinhada com ovos, na dosagem de um grama a cada 100 gramas de farinhada, diariamente, para todo o plantel. Seguimos com o Fert-Vit na farinhada até a metade de setembro. Daí, até abril, ministramos o Omni-Vit da Orlux, uma vez por semana, na farinhada com ovos, na dosagem de um gramo para cada 100 gramos de farinhada.

        Ainda em agosto, aparamos as unhas das fêmeas e dos machos, segundo as necessidades de cada indivíduo. Também são colhidas fezes e encaminhadas para exame laboratorial. Se o resultado indicar, vermifugamos ou empregamos algum coccidiostático.

        Com o passar dos anos o plantel foi se ajustando e não temos mais problemas com muda ou aprontamento fora da época.


Fonte: http://www.cantoefibra.com.br/

Preparo para reprodução.

  Preparo para reprodução.          Cuidados importantes a levar em conta:
1. O Criadouro deve ficar perto de você de preferência aonde você passe a maior parte do tempo, você tem que acompanhar a evolução das fêmeas a todo instante. Nesta fase o sossego é fundamental, a princípio só você deve entrar no criadouro, com o passar do tempo (plena reprodução) outras pessoas também poderão.

2. A Iluminação nas gaiolas deverá ser a natural durante o dia com sol nascente de preferência, o sol é fundamental, mas não deverá bater nas gaiolas durante um período muito prolongado, a ventilação devera arejar o ambiente, contudo sem formação de corrente de ar nem excesso de umidade, o ar deverá estar sempre renovado. As aberturas deverão ser teladas para impedir a entrada de insetos.
3. As Gaiolas para reprodução do Curió devem ser específicas para tal fim, o espaçamento entre as faces dos arames (envaretamentos) não devem ultrapassar a 12 mm ( risco de fuga dos filhotes). As gaiolas de criação deverão possuir as seguintes dimensões: 32 cm de altura 30 cm de largura e 58 cm de comprimento podendo variar um pouco conforme o fabricante. Deverão possuir divisórias removíveis  no meio, grades e bandejas  removíveis no fundo.
4. Os Ninhos são muito importantes, deverão possuir suporte de arame com diâmetro de 8.0 cm e receberem revestimento interno em capa de bucha vegetal de textura fina bem delgada apresentando certa transparência capaz de se visualizar os ovos a uma simples olhada por baixo dos mesmos; as bordas deverão ser aparadas com tesoura rente ao aro de arame que forma a borda superior do ninho, não deve fixar a forração de bucha ao suporte a forração deve ficar solta sofrendo apenas pressão com os dedos para molda-la ao suporte. Ficarão estocados em local arejado aguardando o momento de entrarem em cena.
5. As Capas para as gaiolas deverão ser feitas em tecido fino de cor branca não transparente tipo Percal, Popeline etc. Possuirão dois zíperes (fecho éclair) na frente que abrindo de baixo para cima possibilitarão a abertura de toda à frente da gaiola que será jogada por cima da mesma permanecendo com a frente aberta durante todo o tempo, salvo exceções. Poderão ainda possuir velcron no lugar do zíper e possuirão aberturas com tampa com velcron nas cabeceiras para propiciar a passagem do padreador durante a corte e cópula. A alça superior deverá possuir abertura para sua manipulação. É fato controverso entre os criadores o uso da capa, mas, eu não abro mão e recomendo tendo em vista os resultados benéficos e psicológicos que as mesmas propiciam aos Curiós. Deverão ser substituídas imediatamente por outras durante o processo de lavagem, o que ocorrerá logo após a estação de cria. Tal procedimento deverá ser executado por etapas.
6. Disposição das gaiolas nas prateleiras para a prática da poligamia, as gaiolas deverão estar dispostas nas prateleiras observando-se o afastamento de 35 cm entre elas, para que se faça o encaixe da gaiola do macho entre duas gaiolas de criação. Utilizamos para facilitar a passagem do padreador no momento da cópula, placa de PVC, papelão, eucatex etc. removível como elemento de separação entre as gaiolas do padreador e a fêmea com os passadores abertos.
 
Os filhotes destinados ao aprendizado de dialetos específicos que por ventura estejam nas prateleiras em regime de cria não poderão ouvir o canto dos padreadores.
7. O Manejo, para reprodução dos Curiós (Oryzoborus a. angolensis): As gaiolas das fêmeas e machos deverão dispor-se de tal forma que aproveitem ao máximo à luminosidade do ambiente e não possibilitem a visualização entre eles.
8. Alimentação Mistura de Sementes.
Logo após a muda anual de inverno (primeira muda após a muda de ninho) devem ser servidas as fêmeas uma mistura de sementes composta de 50% de alpiste, 50% de painço sendo 20% do verde, 10% do preto, 10% do vermelho, 10% do alvo. Sementes estas maquinadas para remoção de impurezas, e da melhor qualidade, o que se verifica pela coloração brilhante das mesmas, e ausência de pó oriundo da ação de pragas tipo gorgulho, caruncho etc. Resumindo coloca-se 100 sementes de cada lote que dispomos nos nossos fornecedores para germinar em algodão embebido em água a melhor amostra é a que apresentar o maior número de sementes germinadas, esta é a semente que   devemos comprar.
Fornecemos todas as manhãs um pequeno comedouro tipo porta ovo ou similar repleto da seguinte mistura:
01 xícara de cafezinho de Super Top-Life moído
1/2 xícara de cafezinho de Milharina pré-cozida
02 duas gemas cozidas de ovos de galinha, passadas na peneira fina.
Observação: misturar os componentes e servir diariamente pela manhã, não devemos guardar restos e remover diariamente caso não comam. Não acrescentar mais nada a farinhada. Em nenhuma hipótese forneça: Açúcar, sal, leite de qualquer espécie, mel, pólen, guaraná em pó, ginsengue, gotas de vitaminas inclusive vitamina E só no caso de carência comprovada.


Ministrar a alimentação descrita até as fêmeas atingirem a maturidade sexual que deve acontecer por volta de um ano de vida com raras exceções.
Fonte: Dr.Gilson Ferreira Barbosa

POLIGAMIA

POLIGAMIA
        Definição

        Definimos como Poligamia ou "Acasalamento Poligâmico" ao sistema de acasalamento em que um único macho de Curió fecundará várias fêmeas em uma mesma temporada de cria ou vários machos fecundarão várias fêmeas nas mesmas condições.
        Acasalamento Poligâmico Dirigido - Dizemos que o acasalamento é poligâmico dirigido quando utilizamos um único macho para fecundar um grupo selecionado de fêmeas dotadas das mesmas características (Caracteres genéticos desejáveis).

        
Acasalamento Poligâmico Dirigido Misto - Dizemos que o acasalamento é poligâmico dirigido misto quanto lançamos mão de mais de um macho em uma mesma temporada de cria para fecundar um grupo selecionado de fêmeas dotadas das mesmas características, (Caracteres genéticos desejáveis).
        Princípios e Heredietariedade
        No primeiro caso o acasalamento Poligâmico Dirigido é praticado com a finalidade de fixar os caracteres desejáveis de um grupo de Curiós (várias matrizes e um único padreador) previamente selecionados, segundo critérios específicos de seleção genética. Esses acasalamentos baseiam-se no princípio da "HEREDITARIEDADE" que consiste no fenômeno da continuidade biológica pela qual as formas vivas se repetem nas gerações que se sucedem. Procuramos o aperfeiçoamento do plantel em questão através da repetição dos caracteres desejáveis nas gerações seguintes.
        Já no segundo caso "Poligamia Dirigida Mista" vários machos são utilizados simultaneamente com várias matrizes numa mesma estação de cria buscando identificar aqueles acasalamentos que melhor propiciam a Hereditariedade e após a identificação dos bons caracteres transmitido pelos pais à prole retornamos ao sistema poligâmico dirigido, porém, com o conhecimento hereditário de ascendência e descendência em especial os conhecimentos ascendentes portados pelos pais que são os transmissores das características desejáveis encontradas nos filhotes.
        Este trabalho é indispensável para formação de um bom plantel, pela rapidez que propicia a identificação dos seus indivíduos (várias matrizes simultaneamente) quanto a sua capacidade de transmissão e identificação dos seus caracteres quando acasalado com determinada matriz objetivando a formação de um plantel de Curiós dirigido para canto, repetição ou fibra.
Prática da Poligamia
        A implantação da poligamia exige conhecimentos técnicos e específicos a respeito do manejo do Curió, ou pássaro a ser criado, bem como materiais e instalações adequadas que facilitem a sua prática. Recomendamos a utilização do esquema para o treinamento do padreador e reproduzimos no criadouro a mesma situação utilizada no treinamento, para tal, devemos possuir uma prateleira conforme esquema anexo destinada exclusivamente a esta finalidade atendendo aos seguintes requisitos:
        Observação
        1- Os poleiros sobre a primeira travessa da gaiola devem ficar dispostos conforme os esquemas e a 1,55m do chão.
        2- Os poleiros sobre a segunda travessa da gaiola do Padreador e do Esquema-2 devem ficar dispostos a 1,64m do chão.
        3- As medidas aqui recomendadas alem de atenderem aos aspectos Ergonômicos são as mais eficientes no Manejo.
        Prateleira
        A prateleira para a prática da poligamia deve situar-se a uma altura de 1.40m do chão, para proporcionar aos poleiros (em número de dois) fixados sobre a primeira travessa da gaiola criadeira uma altura em torno de 1.55m. Tal procedimento dará funcionalidade, praticidade e objetividade ao manejo durante a cópula, evitando que o criador assuma posturas inadequadas e incômodas abaixando-se para atingir prateleiras muito próximas ao chão ou subindo em bancos ou escadas para elevar-se, produzindo esforços desnecessárias e inconvenientes a atividade em execução tornando o ato demorado dada as dificuldades de aceso e visualização da fêmea, muitas vezes até perdendo-se o momento da solicitação de cópula por morosidade no manejo. (voltaremos a tratar deste assunto no item manejo).
        Gaiola Criadeira
        As gaiolas criadeiras deverão ser construídas em arame, nas medidas de 35cm de altura, 58cm de comprimento e 30cm de profundidade, podendo variar um pouco conforme o fabricante e, deverão ficar dispostas na prateleira observando-se o afastamento máximo de 33cm entre elas, para que se faça o encaixe da gaiola do macho entre as duas gaiolas de criação produzindo entre as gaiolas uma folga máxima de 1cm de cada lado.

        
Utilizamos para facilitar a passagem do padreador no momento da cópula, placa de PVC, papelão, eucatex, madeira compensada etc. removível como elemento de separação entre as gaiolas do padreador e a fêmea que estarão com os passadores previamente abertos.
        Gaiola do Macho Padreador
        As gaiolas dos Padreadores deverão ser construídas em arame, nas medidas de 35cm de altura, 31cm de comprimento e 28.5cm de profundidade, podendo variar um pouco conforme o fabricante, devendo ainda possuir teto plano e tipologia quadrada.

        
A gaiola do Padreador será no momento da cópula encaixada no vão de 33cm deixado entre as gaiolas criadeiras para este fim, produzindo uma afastamento lateral máximo de 1cm de cada lado já que a gaiola do padreador possui 31cm de comprimento. A observância destas medidas é de fundamental importância para a automação no processo de manejo conforme veremos adiante.
        Poleiros
        Conforme veremos a seguir, no item manejo, as gaiolas de criação receberão dois tipos distintos de empoleiramento.
        ESQUEMA - 01
        Usamos apenas um único poleiro sobre a primeira travessa da gaiola sendo que o poleiro "G" ficará encaixado na 6ª vareta contada da esquerda para a direita, propiciando uma disposição compatível com o fim a que se destina.
        ESQUEMA - 02
        Usamos quatro poleiros, sendo dois (B e D) sobre a primeira travessa da gaiola e dois (C e A) sobre a segunda travessa.

        
No caso dos poleiros "B e D" o encaixe será efetuado na 13ª vareta contada da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, nos poleiros "C e A". Temos que observar a presença do ninho que pode estar a direita ou a esquerda da gaiola ficando o poleiro "C" na 6ª vareta contada da esquerda para a direita e o poleiro "A" na 9ª vareta da direita para a esquerda possibilitando o encaixe do ninho um pouco acima da 2ª travessa no canto direito. Recomendo o uso de uma palheta de madeira com 12cm de comprimento fixada no meio do espaço compreendido entre a 2ª travessa e o teto, possibilitando a fixação do ninho um pouco acima do poleiro "A". Podemos ainda dividir a porta superior direita da gaiola ao meio com a palheta possibilitando a fixação do ninho à porta, que oferece a vantagem de remoção do ninho para fora da gaiola já que se encontra fixado na face interna da folha da porta, toda vez que a abrimos facilitando sobremaneira as inspeções.

        
A gaiola do padreador receberá três poleiros (E, A e D) sendo "E" poleiro da esquerda "D" poleiro da direita e "C" poleiro Central. Os poleiros "E e D" ficarão encaixados na 3ª vareta da segunda travessa, fronteiriço aos respectivos passadores (da direita e da esquerda), o poleiro "C" ficará sobre a primeira travessa na 12ª vareta central entre o bebedouro e o comedouro.
Voltar
        
         Todo o empoleiramento aqui descrito detalhadamente, embora enfadonho, tem sentido e função primordial durante o ato de fertilização das matrizes que veremos no item manejo, propiciando altos índices de copulação.

Autor
Gilson Ferreira Barbosa
gilsonferreirabarbosa@hotmail.com
Tel - 73- 211 8233 613 4442
Rua da Espanha, n° 86.
Itabuna-BA. CEP- 45.605-130

Fonte: http://www.cantoefibra.com.br/

O CORTEJADOR

O CORTEJADOR
        Na reprodução de curiós, devemos simplesmente observar o que acontece com os mesmos em vida selvagem para podermos desenvolver técnicas compatíveis com a sua fisiologia. Na reprodução doméstica a figura do CORTEJADOR é indispensável, pode até ser substituída por um cortejador eletrônico do tipo Pássaro Eletrônico ou mesmo na base de K7 e CD-R(s) temporizados com gravações específicas para tal fim (os resultados são excelentes).
        As fêmeas com procedência doméstica nasceram ouvindo dialetos eletrônicos em seus criadouros de origem, portanto já estão acostumadas a esta substituição, e demonstram uma melhor aceitação do método, no entanto, o ideal é manter um "Cortejador" ao vivo no interior do criadouro, refiro-me apenas as condições de aprontamento das fêmeas para a cópula que não necessariamente será efetuada com o cortejador e sim com um curió detentor da "Genética" escolhida para tal mister. (Aspectos avançados relacionados com VETORIZAÇÃO DO CANTO DO CORTEJADOR PELOS FILHOTES no recinto, não serão aqui tratados). Ler os Artigos Poligamia e Vetorização de Canto.
        A função do Cortejador é preparar as fêmeas para a cópula com outros Curiós ("Padreadores de alto nível") que não devem corteja-las por motivo de preservação da qualidade e estilo do seu dialeto, entrando em cena apenas para efetuar a cópula no momento em que a fêmea em questão encontra-se na posição de solicitação da mesma, todo o processo, dura apenas dois minutos no máximo, voltando o Padreador ao seu destino, longe das fêmeas, evitando desta forma a aquisição pelo mesmo do hábito de cantar com elementos sonoros de cortejamento às vezes indesejáveis e inadmissíveis a um Campeão de Canto e comum aos Cortejadores e Galadores.
        A substituição do CORTEJADOR habitual por outro, introduzido abruptamente no recinto durante a estação de cria provoca um esfriamento gera do plantel de fêmeas. O desaprontamento que se instala no recinto com a presença de elementos sonoros novos e estranhos ao plantel provoca abandono de encubação em algumas matrizes, ovos jogados fora em outras, filhotes atirados dos ninhos etc. É terrível a reação de algumas matrizes do plantel, os prejuízos são incalculáveis porem temos observado ao longo dos anos que algumas matrizes não sofrem nenhuma perturbação em relação as suas responsabilidades com a prole que trata ou com os ovos que no momento encuba, porem, depois de concluída a tarefa esfriam totalmente.
        A introdução de CORTEJADOR novo ou até mesmo daquele curió do nosso amigo que veio para passar uns dias em nosso criadouro sem dúvida provocará danos irreparáveis à estação de cria podendo ainda inviabilizar as próximas, o assunto "Substituição do Cortejador", ou utilização de mais de um num mesmo recinto (prática que desaconselho, por reduzir a produtividade e objetividade) deve ser tratado rigorosamente dentro das técnicas de manejo para aves Territorialistas. Ler artigo sobre Poligamia.
Autor
Gilson Ferreira Barbosa
gilsonferreirabarbosa@hotmail.com
Tel - 73- 211 8233 613 4442
Rua da Espanha, n° 86.
Itabuna-BA. CEP- 45.605-130

Fonte: http://www.cantoefibra.com.br/

TREINAMENTO DO PRADEADOR

TREINAMENTO DO PRADEADOR
        Introdução
        Durante os primeiros anos de criação cometemos diversos erros que diminuem à medida que aprendemos com eles, vamos nos aperfeiçoando ao longo do tempo, encontramos a melhor maneira de fazer alguma coisa após fazermos de forma errada ou inadequada esta coisa por várias vezes. O objetivo do ensino desta técnica é evitar que os criadores iniciantes cometam os mesmos erros cometidos pelos criadores pioneiros e se desestimulem. Sabemos que os Curiós são aves de "COSTUME", que uma vez estabelecido, os utilizarão para sempre. Baseado neste fato, devemos acostumar os padreadores com as gaiolas e utensílios (poleiros e suas posições) empregados durante a pratica da CÓPULA para que na hora não enfrentem situações novas que não saberão como resolve-las e com tal falta de habilidade perca-se "O Momento da Fêmea" (momento em que a fêmea encontra-se em posição de solicitação de cópula) que dura cerca de trinta segundos no máximo, podendo se repetir ou não logo em seguida.

        A prática da Cópula objetiva e eficiente, depende diretamente do conhecimento adquirido pelo padreador em relação a sua prática e seus utensílios evitando investidas contra a gaiola sem encontrar o passador ou mesmo a exploração da gaiola da fêmea por parte do curió pinoteando de um lado para o outro buscando conhece-la exatamente no momento da cópula, botando tudo a perder. As inabilidades são muitas e, alguns Curiós chegam a ter medo de fêmeas pelas agressões sofridas durante tentativas mal sucedidas de cópula inutilizando-se para a reprodução.
        Treinamento do Padreador
        Devemos possuir em nosso criadouro, se possível, fora do recinto das matrizes, prateleira idêntica à demonstrada no desenho "Módulo de Manejo" com a finalidade de efetuar o treinamento dos Padreadores que deverão acostumar-se com as gaiolas e posicionamento dos poleiros e utensílios, devendo transitar com desenvoltura a partir da Gaiola do Macho para as Gaiolas Criadeiras denominadas de Esquema-1 e Esquema-2 mediante a simples remoção das divisórias, familiarizando-se com o sistema que será o mesmo a ser utilizado no interior do criadouro quando da fertilização das fêmeas. Tal treinamento dará ao Padreador total conhecimento dos espaços a serem utilizados durante a cópula, evitando desta forma situações desconhecidas para ele. O treinamento deverá ser efetuado a principio sem a presença da fêmea, para dota-lo do conhecimento total da gaiola criadeira, a localização dos passadores para a entrada e saída da gaiola criadeira proporcionando rapidez objetividade e segurança ao padreador antes durante e depois da cópula. Todo o esquema deverá ser assimilado e familiarizado pelo Padreador. Após obter os conhecimentos necessários, efetuamos o treinamento dos dois esquemas demonstrados no Módulo de Manejo com a presença de uma fêmea presa pela grade divisória na metade esquerda ou direita das gaiolas criadeiras. Quando da remoção da divisória (eucatex/fórmica) o padreador deve imediatamente passar para a gaiola criadeira e logo em seguida retornar a sua gaiola, aí o treinamento estará concluído.
        MANEJO PARA POLIGAMIA
        INTRODUÇÃO
        TEMOS DOIS CASOS A CONSIDERAR QUANTO AO CANTO DO PADREADOR
        Primeiro Caso - O canto do Padreador é idêntico ao canto do Cortejador
        Segundo Caso - O canto do Padreador é diferente do canto do Cortejador
        Definição do Cortejado
        Definimos como cortejador o Curió que fará a corte às matrizes aprontando-as para a cópula. Esta corte poderá ser efetuada pelo próprio padreador vulgarmente conhecido como "galador" mas, via de regra, o Padreador é um Curió de "Alto Nível Canoro" que não se prestará a este papel por questões de pureza e qualidade de seu canto, só entrando em cena apenas no momento da Cópula, sendo retirado em seguida para longe das fêmeas em benefício da sua veia canora preservando-se a sua virtuose. Longe das fêmeas, evitamos que o Padreador adquira o hábito de cantar com elementos sonoros de cortejamento (serradas, rasgadas, carretilhas, gritos de guerra etc.) indesejáveis e inadmissíveis a um campeão de canto e, próprio aos galadores. É muito comum a utilização do "Cortejador Eletrônico" mediante a utilização de fitas K-7, CD-R(s) e Pássaro Eletrônico, que desempenham o mesmo papel e propiciam os mesmos efeitos do Cortejador ao Vivo.
        Primeiro Caso
        O canto do Padreador é idêntico ao canto do Cortejador, neste caso não existe a preocupação por parte do criador de que o Padreador venha a "ESTOURAR" (abrir o canto com elementos de cortejamento) comportamento este exigido por algumas matrizes como condição indispensável à consumação da Cópula, não ocorrendo por parte da matriz à rejeição do Padreador por identifica-lo pelo seu cortejamento.
        Manejo no Primeiro Caso
        Após o treinamento do Padreador no Módulo de Manejo, julgamos apto a efetuar a cópula de determinada matriz que a solicita, e para tanto, introduzimos a gaiola do padreador entre as duas gaiolas demonstradas no Módulo de manejo com as divisórias nas suas respectivas posições, e abrimos os passadores de ambas as gaiolas. Tal movimentação levará a matriz na maioria das vezes a solicitar a cópula, aí removemos sem demora a divisória do Esquema - 2. O Padreador ao depara-se com a matriz em posição de solicitação de cópula rapidamente passará do poleiro "D" (trajetória em vermelho no esquema demonstrativo) em frente ao passador para o poleiro "C" (poleiro de base) na segunda travessa da gaiola criadeira e neste momento poderá "ESTOURAR". A única alternativa é que a matriz esteja no poleiro "D" na primeira travessa, poleiro mais baixo (os poleiros em azul "A E B" só estarão disponível se o Padreador estiver vindo pela direita) e o Padreador no poleiro mais alto de onde alçará um vôo efetuando as manobras necessárias consumando a monta e conseqüentemente a Cópula voando em seguida diretamente para o poleiro "C" (poleiro de base) retornando sem demora para a sua gaiola. Neste momento introduzimos a divisória, fechamos os passadores e retiramos o Padreador do interior do criadouro.
        Comentários
        Verifique que foram dadas duas opções de trajetória do Padreador no Esquema-02 sendo desenhadas em cores distintas em função do lado em que se encontra a gaiola do Padreador. A colocação de apenas dois poleiros na gaiola criadeira (poleiros "C e D" em vermelho) e estando o Padreador no poleiro mais alto (poleiro de base) e a Matriz no mais baixo proporcionará uma cópula perfeita. O Esquema - 02 deve ser usado quando a Matriz exige que o Padreador ESTOURE para poder aceita-lo, nestas condições damos a ele o poleiro "C" (poleiro de base) para que faça um pouso preparatório a tal finalidade e logo em seguida consume o "ato" evitando sua dispersão dentro da Gaiola Criadeira, levando-o a perder o "Momento da Fêmea". Observe que estando a matriz no poleiro "D" mais baixo propicia bastante espaço para que o Padreador efetue uma monta precisa retornando imediatamente a sua gaiola. Não devemos esquecer que as matrizes raramente compartilham o espaço ou mesmo o poleiro com os padreadores, e quando isto acontece geralmente o Padreador é enxotado a bicadas. Dentro da gaiola criadeira o Padreador e a matriz colocam-se sempre em posições opostas por isto, dispomos poleiros opostos e reduzimos as opções de pouso para força-lo a retornar a sua gaiola. Os padreadores bem treinados após a Cópula retornam imediatamente a sua gaiola.
        Segundo Caso
        O canto do Padreador é diferente do canto do Cortejador, neste caso o Padreador não pode "ESTOURAR" (abrir o canto com elementos de cortejamento) sobre pena de vir a ser identificado pela matriz e comprometer toda a Cópula com a sua rejeição pois a matriz esta submetida à corte do cortejador que possui cortejamento diferente do padreador. Temos verificado que a identificação é feita pela matriz mediante a audição dos elementos sonoros da corte. Neste caso o padreador não dispõe do poleiro "C" (poleiro de base) pois não deve "Estourar"
        Manejo no Segundo Caso
        Após o treinamento do Padreador no Módulo de Manejo, julgamos apto a efetuar a cópula de determinada matriz que a solicita, para tanto introduzimos a gaiola do padreador entre as duas gaiolas demonstradas no Módulo de manejo com as divisórias nas suas respectivas posições, e abrimos os passadores de ambas as gaiolas, tal movimentação levará a matriz na maioria das vezes a solicitar a cópula, aí removemos sem demora a divisória do Esquema - 1. O Padreador ao depara-se com a matriz em posição de solicitação de cópula rapidamente passará do poleiro "E" da sua gaiola (trajetória em vermelho no esquema demonstrativo) em frente ao passador para o poleiro "G" na primeira travessa da gaiola criadeira a onde encontra-se a matriz, em solicitação de cópula passando pelo passador em um único vôo efetuando as manobras necessárias consumando a monta e conseqüentemente a Cópula voando em seguida diretamente para o poleiro "E" no interior de sua gaiola retornando sem demora, neste momento introduzimos a divisória, fechamos os passadores e retiramos o Padreador do interior do criadouro.
        Comentários
        Observe que no segundo caso evitamos ao máximo que o padreador perca o seu objetivo que é a cópula, sua dispersão dentro da Gaiola Criadeira, levará á perca do "Momento da Fêmea". Observe que estando a matriz no poleiro "G" mais baixo propicia bastante espaço para que o padreador efetue uma monta precisa, retornando imediatamente a sua gaiola. Observe que no Esquema-01 reduzimos as opções de poso para força-lo a retornar a sua gaiola o mais rápido possível. Os padreadores bem treinados após a Cópula retornam imediatamente a sua gaiola, em especial neste caso. A pratica da mestiçagem do Curió (Oryzoborus angolensis) X (Sporophila leucoptera) ou (Oryzoborus angolensis) X (Sporophila bouvreuil) só é conseguida mediante o conhecimento do Esquema-1 no qual mostramos à matriz oryzoborus um Curió e, após colocar-se em postura de solicitação de cópula soltamos pelo outro lado um bouvreuil para fazer a monta sem que a matriz oryzoborus perceba a diferença, caso contrário teremos que alterar o Imprinting da matriz oryzoborus para que aceite um padreador bouvreuil.
        A CÓPULA
        O ato da copulação nos Curiós é instintivo, portanto dispensa ensinamentos, no entanto, este ato deve ser objetivo e eficiente garantindo ao criador altos índices de fertilização, até mesmo nas matrizes mais agressivas. O treinamento dos padreadores constitui-se matéria indispensável ao bom e seguro desempenho dos mesmos, eliminando grande número de problemas que poderão ocorrer, sem que se perca o "Momento da Fêmea" que nem sempre aceitará repeti-lo com o padreador explorando a sua gaiola. Devemos remover da gaiola criadeira antes da soltura do padreador todo e qualquer utensílio que possa desperta o interesse do mesmo tais como: Portas Vitaminas, Osso de Siba, verduras, Casca de ovo etc. tal precaução evitará a dispersão do padreador e possíveis agressões da matriz assegurando a sua integridade física.
Podemos destacar algumas situações mais comuns e como resolve-las, evitando problemas de incompatibilidade que poderão ocorrer durante a tentativa de copulação tais como:
        1. Ao removermos a divisória, o padreador entra na gaiola criadeira e não faz a monta. A matriz após cerca de trinta segundos em posição de cópula perde o momento e entra em tremulação da plumagem, devemos introduzir a grade divisória de arame separando o padreador da matriz fazendo-o voltar a sua gaiola pois, logo após a tremulação da plumagem a matriz normalmente parte para o ataque ao padreador. Tentaremos nova cópula após duas horas.
        2. Ao removermos a divisória, o padreador entra na gaiola criadeira, "Estoura" e não faz a monta. A matriz pode estar na posição de cópula e perder o momento ou simplesmente percebe com o Estouro que o Padreador não é o mesmo Curió que fez a Corte "Cortejador" ou fica desconfiada. O Padreador poderá assumir uma postura de "Filhote" tremulando as asas e chamando como tal (emitindo um tipo de som idêntico aos emitidos pelos filhotes quando pedem comida a mãe), entrando no ninho e "Chamando Filhote" busca estimula-la à cópula. Este assédio nem sempre da bons resultados, devemos introduzir a grade divisória de arame separando o padreador da matriz fazendo-o voltar a sua gaiola pois, o ataque ao padreador pode acontecer a qualquer momento. Tentaremos nova cópula após duas horas.
        3. Ao removermos a divisória, o padreador não entra na gaiola criadeira, poderá ou não "Estourar" mas o fará de sua gaiola, não passa para a gaiola Criadeira e deixa a matriz perder o momento. Esta inicia a tremulação de plumagem, e poderá repetir a postura de solicitação de cópula por mais algumas vezes e, mesmo assim, o padreador fica impassível. Não devemos em nenhuma hipótese insistir, nem forçar a sua passagem para a gaiola criadeira, pois o padreador bem mais do que nós sabe o que estar fazendo. Devemos introduzir a divisória e tentar outra cópula após duas horas, caso contrário a matriz passara para a gaiola do macho e o expulsará para a gaiola dela criando uma situação propícia a um ataque ao padreador quando do seu retorno, proporcionando muita perda de tempo.
        4. Ao removermos a divisória, o padreador entra na gaiola criadeira faz a monta sem problema mas fica na gaiola enquanto a matriz entra em tremulação da plumagem, logo em seguida efetua outra monta e todo o processo se repete e ele recusa-se a retornar. Em nenhuma hipótese devemos permitir a repetição da cópula no mesmo momento por ser desnecessário e, para não quebrar a rotina do padreador que poderá adquirir este mau hábito. Introduzimos a grade de arame e forçamos sem demora o seu retorno a sua gaiola. Podemos repetir a cópula após dez horas, ou no dia seguinte bem cedo.
        Podemos utilizar um único padreador para até 10 (dez) fêmeas desde que este goze de boa saúde e esteja submetido a regime alimentar equilibrado quanto aos nutrientes fundamentais. Temos por muitos anos praticado com sucesso a Poligamia efetuando os cruzamentos basicamente com dois Padreadores fixos e vez por outra com padreador visitante sendo que, temos submetido em certas circunstâncias os padreadores fixos a um regime de monta diária sendo que o padreador que fizer a monta de determinada matriz pela manhã repetirá à tardinha e, todo o processo se repete no dia seguinte com o mesmo padreador e outra matriz, havendo fecundação de ambas as matrizes sem problema. Temos no caso de padreador jovem (dois a seis anos) praticado a poligamia diariamente durante três dias seguidos com matrizes diferentes com total sucesso quanto à fecundação. A melhor forma que encontrei é a de revezamento do padreador de dois em dois dias oferecendo desta forma melhores resultados.

Autor
Gilson Ferreira Barbosa
gilsonferreirabarbosa@hotmail.com
Tel - 73- 211 8233 613 4442
Rua da Espanha, n° 86.
Itabuna-BA. CEP- 45.605-130

Fonte: http://www.cantoefibra.com.br/

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Momento da Gala

O Momento da Gala

Autor: Aloísio Pacini Tostes

É a relação sexual entre o casal. O macho estufa as penas, mostra-se garbosamente, levanta as asas e canta o mais bonito que sabe. A fêmea abaixa as asas e fecha os olhos. Em seguida ele, batendo as asas, voa acima das fêmeas e, colocando os pés nas costas dela, faz com que, durante um segundo, haja o contato das cloacas. Dessa forma, o esperma penetra no organismo da fêmea e fica retido no oviduto até fecundar os ovos.
Provavelmente é um dos itens mais complicados na criação em ambiente doméstico, principalmente de bicudos, por causa da agressividade de certas fêmeas. Cada uma é de um jeito, umas batem no bicudo e outras são mais mansas. É fundamental que se conheça o procedimento de cada uma no momento da gala. Cada macho também tem um tipo de reação e uma maneira de galar. Fique muito atento a isso, conheça o melhor possível cada um, macho e fêmea, faça anotações para isso. Nunca coloque machos inexperientes com bicudas/curiolas agressivas. Para cruzar essas, às vezes funciona retira-las do ambiente e tentar a gala em local afastado de sua respectiva morada.
Além de toda a dificuldade, ainda é muito comum a esterilidade momentânea ou definitiva, principalmente nos machos. Por isso, só coloque machos para galar da cloaca (espigão) visíveis e arreadas. Caso aconteçam ovos brancos (não fertilizados) administre vitamina E, selênio e lisina. Ela abaixa, em geral, dois a três dias. A gala mais eficaz é a do segundo dia à tardezinha, na antevéspera do primeiro ovo. Sempre que coloca-los juntos, na mesma gaiola, gaiolão ou viveiro, observe constantemente o comportamento do casal para atuar, em caso de necessidade. Outra forma boa de cruzar é ao clarear do dia, na hora que o bicudo/curió acorda; nesse momento eles estão muito propensos a galar, porque no mato fazem isso todo dia a esta hora. Muitos deixam o passador aberto à noitinha para fechá-lo assim que clareia o dia. Só faça isso com machos bem experientes. Nunca deixe a fêmea pegar o macho e vice-versa, antes ou depois da gala. Isto pode inviabilizar definitivamente o cruzamento que se deseja fazer e não esqueça de anotar o nome do casal, o dia e a hora do cruzamento. Há fêmeas que ficam abaixando sem botar por vários dias, pode ser problemas com a alimentação ou saúde da ave, ocorre muito quando o procedimento se refere a primeira postura da temporada.
Para quem usa gaiolas, o melhor jeito é:

Usar um macho para várias fêmeas;

Deixar o respectivo separador na posição de fechamento, se for preciso;

Colocar a gaiola do macho ao lado da gaiola da fêmea com os respectivos passadores abertos;

É comum a fêmea escolher o macho pelo canto ou pelo aspecto físico. Afaste os machos não utilizáveis na reprodução;

Certifique-se que a fêmea está mesmo receptiva e abaixando;

No primeiro dia, às vezes, ela ainda não aceita;

Só retirar a tábua separadora quando a fêmea abaixar, isto é, ficar na posição de receber a gala do macho;

Após a gala, fechar imediatamente o separador do meio da gaiola, colocando um de cada lado, para não acontecerem desentendimentos entre eles;

Lembrar que uma só gala, se for no momento certo, dá para fertilizar até três ovos;

Só colocar o macho para galar duas vezes por dia, uma de manhã, bem cedinho, e outra à tardinha.
Obs.: Há machos que não podem ficar perto de fêmeas que estão pedindo gala, ficam chocos ou passados de fêmeas e aí recusam temporariamente fazer a cobertura. Afaste-os do criadouro e traga-os somente no momento da gala.

PROBLEMAS DURANTE A REPRODUÇÃO

PROBLEMAS DURANTE A REPRODUÇÃO
        Introdução
        Estamos em plena estação de cria dos nossos pássaros e comumente nos defrontamos com uma vasta gama de dificuldades, especialmente aqueles criadores menos experientes. Dentre as dificuldades mais freqüentes que iremos enfrentar esta a Retenção de Postura praticada por algumas matrizes constituindo-se no maior problema enfrentado, pois via de regra se não for conduzido com competência e de imediato corre-se o risco de perdermos uma matriz excepcional.
        Todo criador de pássaros passará um dia por esta situação, portando é indispensável que se adquira previamente os conhecimentos mínimos e indispensáveis para a solução do problema. O conhecimento da formação do ovo bem como sua postura é indispensável, pois com certeza irá ajuda-lo na solução da retenção de postura.
        Anatomia e Fecundação do Ovo
        Pretendemos esclarecer de forma simples e sucinta, e em linguagem clara, os motivos que originam a retenção do ovo por determinada matriz dando conhecimento das causas que impedem a postura sem a ajuda externa do criador. Nosso objetivo é dotar o criador do conhecimento do problema para poder interferi de forma competente, no entanto faz-se necessário o conhecimento de alguns aspectos anatômicos e fisiológicos do sistema reprodutor das fêmeas, bem como do ovo.
        Em toda a vida animal a reprodução se processa através do ovo, sendo que no caso das aves o ovo apresenta peculiaridades próprias, dentre elas o seu tamanho, que inclusive supera em muito o ovo dos mamíferos, este fato deve-se aos ovos das aves conterem reservas alimentares que serão usadas pelo embrião durante o seu desenvolvimento até a sua completa formação, que compreende o momento da postura até a eclosão, já que este desenvolvimento se processa fora do corpo da ave.
        O ovo se desenvolve no ovário do pássaro a partir da célula reprodutora chamada óvulo que é envolvido pelo folículo que se prende ao ovário por um pedículo. Para facilitar o entendimento imagine um cacho de uvas em que os talos são os pedículos e as uvas os folículos contendo o óvulo.
        No ovário encontram-se vários óvulos que se desenvolvem no momento em que as fêmeas atingem a maturidade sexual e "APRONTAM" Neste momento inicia-se a Solicitação de Cópula por parte da fêmea que se coloca em posição característica para que o macho efetue a monta e a fertilize, logo após a Cópula as fêmeas entram em "Tremulação da Plumagem" neste momento ocorre o rompimento do folículo e o ovo se desprende do ovário sendo recolhido pela trompa e fecundado na parte superior do oviduto daí a necessidade da tremulação das asas por parte das fêmeas. Uma única célula masculina fecunda todas as células femininas a união destas células causam a fecundação e em seguida o desenvolvimento do embrião. Baseado no exposto recomendamos apenas duas cópulas com intervalo de oito horas entre elas como sendo mais que suficiente para uma fertilização segura. A célula fecundada logo começa a se dividir, muitas divisões ocorrem Andes do ovo ser posto. Do momento da fecundação ocorrida no oviduto superior, até a formação da casca no oviduto inferior, o ovo percorre todo o oviduto em aproximadamente vinte e quatro horas é neste percurso que ocorrem os problemas de retenção do ovo.
        Oviduto
        Após a fecundação no oviduto superior, os ovos em número de dois ou três, (caso do curió), iniciam uma corrida pelo pavilhão do oviduto para se processar a completa formação do ovo, como se fosse uma linha de montagem.
        À medida que a gema vai sendo impelida através do oviduto vai recebendo as diversas camadas de clara em torno da gema até chegar no oviduto inferior para receber a casca composta de Carbonato de Cálcio, todo o processo é concluído em no máximo vinte e quatro horas para a postura do primeiro ovo. Caso esta previsão não se concretize, providências imediatas se fazem necessárias no intuito de promover a expulsão do ovo em questão.Retenção do OvoNo momento da fecundação o ovo tem a forma de uma esfera, e desloca-se com muita facilidade pelo oviduto, à medida que vai recebendo seus componentes tais como: Gema, Clara, Membranas e Casca sofre gradualmente uma transformação da forma esferoidal do início, para a forma ovóide que nós conhecemos dotada de duas extremidades ou pólos que lhes confere uma estrutura bastante resistente e anatomia escorregadia resultante das tensões exercidas pelo oviduto durante a sua expulsão em direção ao orifício exterior de saída.
        As extremidades ou pólos do ovo estão dispostas segundo o processo de expulsão submetido pelo oviduto, sendo uma extremidade pontuda e a outra rombuda, a pontuda denominaremos de vértice e a rombuda de coroa do ovo. Durante o deslocamento, mediante a aplicação de tensões oriundas da constrição do oviduto conforme Ilustração-01 aonde o ovo é empurrado em direção ao orifício de saída aonde podemos ver as contrações do oviduto para expulsa-lo, nesta fase o ovo já se encontra completamente formado, sendo que só no final do oviduto receberá a casca Calcária.
Ilustração - 01
        Podemos ver o ovo da esquerda completamente formado no interior do oviduto, nesta fase ainda não recebeu a casca calcária, o ovo do centro representa o deslocamento do ovo da esquerda que está sendo empurrado pelas paredes do oviduto mediante um sistema de músculos constritores que exercem pressão "MONO POLAR" sobre o vértice do ovo, esta pressão produz o deslocamento do mesmo no interior do oviduto até alcançar o orifício de saída situado na cloaca.
        O ovo da direita mostra que o oviduto continua exercendo esforços de constrição pela redução interna do conduto, resultando em contrações que impelem o ovo para a parte final do oviduto aonde receberá a casca calcária e em seguida será expelido para o exterior resultando na postura.

Ilustração - 02
        Comumente os criadores de curiós costumam dizer que o ovo atravessou ou encontra-se atravessado, já percebemos pelo o que, até agora foi demonstrado, que tal afirmação não procede, não tem como o ovo atravessar no oviduto.
        A retenção ocorre quando os músculos constritores exercem pressão "BIPOLAR", ou seja, a mesma pressão que é exercida no vértice para desloca-lo em determinado sentido é também exercida na coroa produzindo o mesmo deslocamento só que em sentido contrário, logo, uma força anula a outra não produzindo deslocamento algum. Podemos visualizar os efeitos da pressão bipolar dos músculos constritores na Ilustração - 02 bem como a retenção do ovo.

Ilustração - 03
        Consideramos ainda pela freqüência que ocorre o caso em que, a deficiência de cálcio na alimentação, ou mesmo a precocidade sexual de algumas fêmeas muito jovens bem como fêmeas em fim de vida produtiva (matriz velha) propiciam a formação de "OVO MOLE" ou seja, a casca do ovo não endurece durante o processo de sua formação não oferecendo reação ao esforço de constrição, em conseqüência não há o deslocamento natural, este fato e originado pela "PRESSÃO CENTRADA" que o oviduto exerce sobre o "OVO DE CASCA MOLE" que o deforma, impedindo o seu deslocamento conforme observamos na Ilustração-03.Cópula e ProstraçãoDe alguma forma todos os criadores de Curiós enfrentarão problemas relacionados à postura de ovos por parte de suas matrizes, em última estância enfrentarão situações de dúvida em relação à cronologia que envolve o período que vai desde a cópula até a postura, via de regra este período varia provocando incertezas quanto ao momento da postura, quando devemos interferir e como fazer esta interferência. O criador de Curiós precisa a princípio adquirir conhecimentos mínimos do que está acontecendo no interior do sistema reprodutor enquanto observa externamente o comportamento e sintomas apresentados pela fêmea, este relacionamento entre o observado externamente (sintomas) com o interno oculto é fundamental para uma tomada de posição frente a uma retenção de ovo por parte da fêmea.
        Antes de descrever o método pelo qual o criador fará a intervenção, julgo indispensável à obtenção de um diagnóstico do problema com extrema precisão, para tanto o criador em espacial os principiantes precisam adquirir os conhecimentos necessários a produção do "Diagnóstico Diferencial" e comparativo com situações de normalidade descritas a seguir.
        Durante o mês de agosto a início de setembro as fêmeas de Curió iniciam a construção do ninho (mesmo que seja simbólica, mediante fornecimento de pequenas raízes), tal comportamento nas fêmeas novas indicam o amadurecimento sexual, e nas adultas o início do "APRONTAMENTO". Paralelamente, transformações internas se processam para que se possa observem tais comportamentos externos. Neste momento, ocorre internamente o amadurecimento do óvulo, a cápsula ovária (folículo) presa ao ovário rompe-se e o óvulo cai na trompa (primeira parte do oviduto aonde se processará o seu encontro com os espermatozóides.
        Externamente verificamos a conclusão do ninho por parte da fêmea e ela começa a solicitar a Cópula, esta solicitação ocorre sempre que a fêmea escuta o Cortejador cantar (pode ser eletrônico) ou na presença de um curió ou mesmo do tratador. É o momento de efetuar a cópula (este comportamento se verifica no máximo durante 72 (setenta e duas horas), ou seja, 03 (três) dias, em algumas fêmeas dura apenas 24 (vinte e quatro) Horas, e em alguns casos raros não chega se quer a ser notado) sendo que recomendo efetuar 02 (duas) cópulas no máximo, sendo uma pela manhã e a última no fim da tarde do mesmo dia, não aconselhamos deixar o curió cruzar várias vezes por ser tal prática contraproducente e desnecessária.
        Neste momento ocorre internamente a queda do ovo na Cavidade Geral (Trompa) aonde se processará a fecundação do óvulo por apenas um único espermatozóide (o mais vigoroso que chegar primeiro ao óvulo) colocado pelo macho na cloaca da fêmea, e numa maratona deslocam-se subindo o oviduto para atingir o óvulo e fecunda-lo, estes são impulsionados pela Tremulação da Plumagem, que nada mais é que o elemento propulsor dos espermatozóides que sobem pelo oviduto até atingir o óvulo e fecunda-lo.
        Ao penetrar no óvulo este se recobre de uma película que impede a entrada de outros e, inicia-se a fecundação interna com o surgimento do blastoderma ou núcleo de segmentação que se divide em dois, quatro, oito, 16 partes e assim por diante iniciando-se desta forma a vida embrionária. O ovo é então impelido para o exterior mediante os esquemas das Ilustrações 01, 02, e 03.
        Neste momento externamente observamos ao olhar a fêmea de frente um certo volume no "oveiro" é a presença do ovo que será expelido para o exterior através do orifício anal. (Posto o ovo, ele manterá as suas faculdades germinativas do blastoderma por algum tempo, já obtive bom resultado até com 10 (dez) dias, devemos vira-los diariamente e mantê-los a baixa temperatura (22°C) com umidade controlada). Geralmente a postura ocorrerá sem problemas nas próximas 24 (vinte e quatro) horas e pela manhã, caso não ocorra, e a fêmea não apresente acentuado sintoma de prostração, não temos com que nos preocupar, tristeza moderada é normal, a postura ocorrerá até com 48 (quarenta e oito) horas (observar ilustração-01) caso contrário, surgirá fatalmente os sintomas de Prostração que se nada for feito por parte do criador evoluirá para uma Pré Coma, seguida de Coma e Óbito.
        Dois casos distintos de "Retenção de Ovo" tem sido observados e estudados, na Ilustração-02 Pressão Bipolar e na ilustração-03 Pressão Centrada (ovo de casca mole) o criador poderá lançar mão da técnica conhecida como Método da Impulsão Externa, para indução da postura que descreveremos a seguir.
Indução da Postura - Método da Impulsão ExternaDecorridas 24 horas da cópula ou 72 horas como limite máximo, cabe-nos observar se a fêmea apresenta tristeza acentuada, geralmente acompanhada de respiração ofegante, plumagem grossa (embolada), e se estiver sobre o fundo da gaiola não reagindo a ser colhida com a mão, em caso afirmativo, trata-se de caso clássico de Retenção de Ovo. Este diagnóstico não falha. Os sintomas poderão ocorrer na postura do primeiro ovo, no entanto temos verificado o problema também na postura do segundo (Caso da casca mole é mais freqüente no segundo ovo). Ocorre ainda na postura de um só ovo que pode ser mole, ou, duro avantajado.
Constatado o quadro descrito a cima colocamos imediatamente em prática o método da Impulsão Externa que consiste no seguinte.
        1° Passo
        Colhemos a Curiôa cuidadosamente com a mão direita (devemo-nos acercar de todos os cuidados para que a enferma não se debata nem alce vôo de nossas mãos) colocamos de costas sobre a palma da nossa mão esquerda de forma que o dedo médio faça o apoio nas costas e com o dedo indicador e anular da mesma mão prendam suas azas garantindo-nos uma boa contenção. (se não dispor desta habilidade manual solicite ajuda a terceiros).
        2° Passo
        Com a mão direita livre, utilize as extremidades dos dedos indicador e anular para localizar o osso externo do peito "Quilha" e, deslocando-o em direção ao anus encontramos a cavidade abdominal logo abaixo das costelas, esta parte da ave é desprovida de ossos e suavemente deslocamos os dedos ligeiramente abertos sobre os intestinos buscando manter sempre a simetria do abdômen em relação a linha definida pelo osso externo, ai aplicamos nesta área leve pressão em direção ao orifício anal, podemos mediante a sensibilidade das extremidades do dedo localizar o ovo por apalpação e determinar quantos são e a condição de casca se mole ou dura.
Efetuamos mediante a constatação por apalpação com as extremidades dos dedos movimentos lineares dotados de leve pressão que vão do osso externo até o local aonde se encontra alojado o ovo. Ao sentir o ovo sobre os dedos saberemos o grau de dificuldade para expulsa-los, pois, se a casca for mole a dificuldade esta na constrição dos músculos do oviduto que deformando-o impedem-no de sair. Se a casca for dura a dificuldade será pela pressão bi polar exercida pelos músculos constritores, logo que tenhamos conhecimento da situação quanto ao tipo de casca procederemos de maneira diferenciada.
        3° Passo.
        Se o ovo possui casca mole podemos efetuar uma pressão maior com as pontas dos dedos indicador e anular até encontrarmos a extremidade vértice do ovo, (procedendo desta forma não corremos o risco de exercermos pressão sobre o ovo o que fatalmente o romperia) neste ponto efetuamos movimentos delicados de pressão que irão estimular ou mesmo substituir as contrações e ajudar a impelir o ovo através do oviduto até o orifício anal. Como podemos verificar o processo é demorado, então precisamos intercalo-lo com instantes de descanso o que provoca muitas das vezes uma retomada das contrações por parte da Curiôa e geralmente a postura ocorre durante o período de descanso. Caso contrário, retomaremos as pressões anteriormente descritas, intercalando-as com períodos de descanso até que se verifique o surgimento de um ponto branco que crescerá à medida que o método se desenvolve até o surgimento de boa parte da coroa do ovo, neste momento mediante o uso de uma seringa dotada de agulha grossa e sem ponta (agulha de uso bovino) efetuamos uma punção de todo o conteúdo do ovo e em seguida puxamos a sua casca membranosa e vazia com a ajuda de uma pinça finalizando desta forma todo o processo, a fêmea em dois dias estará totalmente recuperada, no entanto é recomendável coloca-la por algumas horas em local aquecido para recuperar-se.

        Se o ovo possui casca dura o processo é o mesmo, devemos apenas tomar o cuidado de não efetuar pressão sobre o ovo e sim sobre a sua extremidade vértice em direção a sua saída, é necessário tranqüilidade e concentração durante todo o processo que deve ser intercalado por descanso até atingirmos o objetivo. A segurança do executor do método é fundamental, deve repousar no fato de ter adquirido todos os conhecimentos necessários à prática do mesmo, pois não há lugar para insegurança ou vacilo, iniciado o processo devemos ir até o fim.

        Acreditamos que a divulgação do método descrito não se constitui novidade entre os criadores de pássaros que já os praticam há décadas, no entanto o criador iniciante encontrará ao seu dispor as informações necessárias e capazes de salvar a vida de várias fêmeas em reprodução.
Autor
Gilson Ferreira Barbosa
gilsonferreirabarbosa@hotmail.com
Tel - 73- 211 8233 613 4442
Fonte: http://www.cantoefibra.com.br/

NINHO

NINHO
        Introdução
        Na criação "Intensiva e Dirigida" do curió em regime doméstico buscamos uma racionalização dos comportamentos observados na natureza. A reprodução das espécies cumpre rituais geneticamente pré-estabelecidos e que inexoravelmente os repetem todos os anos na mesma época cumprindo fielmente todos os seus aspectos, por todas as espécies de forma instintiva.
        Na "domesticidade" do regime de criação do curió, simplificamos todos estes aspectos quando não o suprimimos totalmente, buscamos com tal comportamento a objetividade e simplificação das diversas etapas da reprodução interferindo de forma competente e decisiva para o aumento da eficiência e produtividade.
        Em contra partida nos deparamos com situações típicas decorrentes das racionalizações e simplificações por nós impostas e que nem sempre são aceitas de pronto por algumas fêmeas, que sentem a necessidade de cumprir etapas que nós suprimimos quando não as simplificamos, é, por exemplo, o caso da construção do ninho, (lhes fornecemos o ninho pronto) elas necessitam em última estância do labor da sua construção, dos exercícios que este laborar exige, das contrações das azas contra as paredes do ninho buscando molda-lo a sua anatomia, todos estes aspectos (em algumas fêmeas) não podem ser simplesmente suprimidos pelo fornecimento de uma raiz de capim, que será transportada de um lado para o outro pela fêmea, já que fornecemos o ninho pronto.

        Os exercícios de construção do ninho são fundamentais para uma postura tranqüila sem incidentes e no local adequado (dentro do ninho) seguida de incubação. O fornecimento dos ninhos prontos às fêmeas jovens provoca distúrbios na postura dos ovos bem como na sua incubação, sendo mais comum a postura sobre os poleiros devido à falta dos estímulos suprimidos, ou minimizados da sua construção, bem como a ausência de choco (incubação). A supressão desta etapa (construção do ninho) inibe os estímulos que conduzem as fêmeas jovens a porem os seus ovos nos ninhos e incubarem.
        Solução do Problema
        Para resolver o problema, devemos fornecer as fêmeas jovens em início de reprodução ninhos prontos, porem com 8,0 cm de diâmetro e não com 6,5 cm, e ainda fornecermos o material adequado e em quantidade suficiente a construírem por dentro do ninho de 8,0 cm o seu próprio ninho, cumprindo pelo menos nas primeiras posturas o ritual estabelecido pela sua genética e observado por nós na natureza. Os exercícios provenientes da construção do ninho assegurarão a fêmea os estímulos necessários ao bom desempenho da postura e a conseqüente incubação, até que ela habitue-se ao fornecimento da raiz (material para construção do ninho) que deverá ser considerada pela fêmea como elo entre as estruturas abstratas (o instintivo) e a prática ou ação concreta da construção do ninho.
        Após termos fornecidos as fêmeas em época de nidificação uma variedade muito grande de materiais para construção do ninho, elegemos as fibras da esteira que fixa a folha do coqueiro ao tronco como sendo o material ideal, não só pela excelente aceitação por parte das mesmas, mas também pela qualidade e resistência das fibras podendo ainda acrescentar a sua abundância por todas as partes e em qualquer época do ano.


        Colhemos de um coqueiro, as esteiras pertencentes às folhas maduras, e procedemos da seguinte forma:


        1. Flexionamos as melhores esteiras para provocar o afrouxamento das suas fibras e remover todo o excesso vegetal aderido.
        2. Desfiamos toda a esteira selecionando as fibras mais resistentes com comprimento e espessuras mais adequadas.

        3. Efetuamos a raspagem das fibras com o objetivo de limpa-las e removermos os excessos até que tomem o aspecto como se tivessem sido envernizadas, para tal mister, podemos utilizar uma pequena faca ou, uma chapa de aço perfurada com minúsculos furos por onde fazemos passar as fibras, puxadas por um alicate, uma a uma, (o orifício provocará uma extrusão removendo todos os excessos) ou simplesmente raspamos com a unha do polegar direito apoiada em pinça sobre o dedo indicador, enquanto a puxamos com a mão esquerda.

        4. Concluída a limpeza das fibras, selecionamos todas as que possuem comprimento situado entre 25 e 35 cm. E reduzimos o tamanho das demais para que se enquadrem dentro destas medidas.
        5. Pronto o material, podemos começar a servi-lo as fêmeas em pequenas quantidades, que serão aumentadas à medida do interesse, ou seja, se estiverem sendo levadas para o interior do "ninho base de bucha". Caso contrário fornecemos apenas três fibras, que servirão para desencadear todo o processo.
        6. Fêmeas que pululam de um lado para o outro transportando no bico o material mais não desencadeiam o processo de construção do ninho, finda se desinteressando e abandonando-o no fundo da gaiola. A estas fêmeas devemos fornecer pequena quantidade do material (2 ou 3 fibras) que recolocamos nas varetas todas as vezes que encontramos no fundo da gaiola, tal procedimento finda estimulando a construção do ninho, aí passamos a fornecer mais material até que se consuma toda a construção. (ver fotografia do ninho em anexo).

        7. No fim da estação de cria, observamos que o material após 3 chocadas ainda se encontra em excelentes condições físicas, aí recolhemos, lavamos com água fervendo, secamos ao sol e armazenamos para serem usados no ano seguinte, poderão ser utilizados por até três temporadas sem problema.
        Obs: Fibras muito grossas devem ser evitadas, devemos dar preferência a aquelas que apresentam boa resistência e flexibilidade, que serão notadas com o arqueamento das mesmas durante a limpeza, proporcionando as fêmeas um excelente enrodilhar dentro do "ninho base de bucha".
Autor
Gilson Ferreira Barbosa
gilsonferreirabarbosa@hotmail.com
Tel - 73- 211 8233 613 4442
Rua da Espanha, n° 86.
Itabuna-BA. CEP- 45.605-130

Fonte: http://www.criadourobrilhodosol.com.br/