terça-feira, 30 de outubro de 2012

Distúrbio das fêmeas.

O sucesso da criação depende do bom comportamento das fêmeas. Normalmente a fêmea colocada na presença do macho, faz o ninho, põe, choca os ovos e alimenta os filhotes.
O macho pode ajudar na construção do ninho e participa na alimentação dos filhotes; a sua função torna-se cada vez mais importante à medida que os filhos crescem.
Os principais problemas do comportamento concernentes às fêmeas são os seguintes:
- A fêmea não põe
- A fêmea destrói constantemente o ninho
- A fêmea põe fora do ninho
- A fêmea põe sem parar
- A fêmea põe, mas não incuba
- A fêmea pica os ovos
- Os filhotes são atirados para fora do ninho
- Os filhotes são pouco ou mal nutridos
- A fêmea pica os filhotes

Analisemos os diferentes casos.

A FÊMEA NÃO PÕE
Normalmente a postura é desencadeada pela visão do ninho; ela é favorecida pela presença do macho. Na ausência de ninho, a presença dum recipiente côncavo pode incitar a fêmea a por; até pode pôr num comedouro.
Mas é necessário que a fêmea esteja pronta para pôr, mesmo que o seu ovário contenha os futuros óvulos. Isto supõe que a temperatura e a luz tenham variado normalmente como aquelas produzidas na Primavera. Muita luz e sem muito calor ou o inverso, muito calor e pouca luz, provocam uma alteração do ciclo sexual, que é frequentemente acompanhada por uma muda parcial.
Se a fêmea não põe, malgrado a presença do ninho e do macho, pode-se mudar o macho e trocá-lo por outro mais ardente, mais viril. Se o comportamento da fêmea não muda, é necessário troca-la por uma outra.
A melhor fêmea é uma de dois anos, cujo comportamento terá sido testado no ano anterior. Uma fêmea muito velha pode estar inapta à postura: torna-se estéril.

A FÊMEA DESTRÓI O NINHO CONSTANTEMENTE
A maioria das fêmeas constrói metodicamente o ninho: empregam materiais grosseiros, depois materiais finos para o acabamento. Algumas começam a construção do ninho sem contudo acabar: elas confundem frequentemente os materiais e finalmente o primeiro ovo é posto num ninho inacabado e muito mal feito. Geralmente este comportamento é hereditário. Ele persiste de ano a ano. A fêmea não sabe fazer o ninho, porque nasceu, geralmente, num ninho mal feito.
O criador deve intervir para terminar o ninho ou oferecer à fêmea um ninho completamente feito.
No caso dum ninho de canários, pode-se colocar um ninho de fibras de coco comprado no comércio. Aos exóticos pode-se oferecer um ninho bola, em vime, no interior do qual se cola um revestimento macio, que o pássaro não poderá arrancar. Geralmente o criador contenta-se em terminar o ninho, colocando um suplemento de materiais e construindo uma cavidade para os ovos. Ele pode obter esta cavidade, fazendo rodar uma maçã no ninho, ou moldando com sua mão.
Como no curso de criação, o ninho se suja, ele não pode hesitar em mudar o revestimento no momento em que ele se torne muito sujo. Os filhotes têm necessidade de asseio e esta limpeza agirá sobre o comportamento de adulto. Isto é sobretudo necessário quando o número de filhotes é importante. Isto é indispensável no momento em que os filhotes defecam sobre as paredes do ninho e quando os pais penetram no ninho para alimentá-los.

A FÊMEA PÕE FORA DO NINHO
Sucede que uma jovem fêmea põe fora do ninho, seja sobre o fundo da gaiola, seja num comedouro. Ela não compreendeu a função do ninho que o criador lhe ofereceu, e não o adoptou.
O mais simples é colocar o ovo no ninho onde ele deveria ser posto; faz-se o mesmo para o segundo ovo, e assim por diante até a obtenção duma postura normal. Se a postura se faz num comedouro, tira-se o comedouro à noitinha, uma vez que a postura tem geralmente lugar ao nascer do dia. Para seduzir a fêmea no ninho, pode-se aí colocar um ovo claro (dum outro casal) ou um ovo falso. Quando se trata dum ninho caixa, junta-se materiais que se deixam passar pela abertura; esses materiais excitarão a curiosidade da fêmea, que visitará então o ninho.
É possível que a fêmea não ponha no ninho, porque está infestado pelos piolhos ou porque não é suficientemente próprio. O asseio é necessário e é preciso então mudar ao menos o revestimento do ninho, entre duas ninhadas.

A FÊMEA PÕE SEM PARAR
Encontra-se no ninho um número de ovos anormal. No caso de uma espécie onde o macho e a fêmea são parecidos, é possível que o casal compreenda duas fêmeas. É necessário sexar atentamente os pássaros.
Mas num casal normal, a fêmea pode pôr numerosos ovos. Geralmente são ovos claros e isto ocorre porque quando uma primeira postura era feita de ovos claros, a fêmea continuava a pôr.
Uma observação atenta do número de ovos teria permitido ao criador ver que não se trata duma só postura, mas de duas sucessivas separadas por 5 a 6 dias. Algumas fêmeas são capazes desde o 5º dia de reconhecer se um ovo está claro ou não; neste momento elas podem abandonar o ninho ou pôr de novo.
Uma perturbação do comportamento pode explicar uma postura abundante e contínua. A fêmea é vitima dum desarranjo endócrino. Normalmente quando a postura atingiu a cifra própria à espécie (5a 6 ovos no máximo), uma inibição se produz e isto bloqueia a produção de óvulos pelo ovário. Em alguns pássaros mais sensíveis que outros, o bloqueio tem lugar mais cedo e a fêmea põe menos ovos. A postura torna-se contínua quando o bloqueio não tem lugar. É necessário tirar a fêmea e trocá-la por uma outra. Esta perturbação desaparece geralmente quando a fêmea é colocada em viveiro não contendo qualquer ninho, sobretudo na ausência de machos. Pode também atenuar-se pouco a pouco: a fêmea podendo pôr ainda alguns ovos num comedouro, antes de se tirar definitivamente.

A FÊMEA PÕE MAS NÃO INCUBA
Esta perturbação pode ter várias causas:
O desenvolvimento é desfavorável: há muito barulho ou a fêmea está inquieta. Pode ser suficiente mudar o lugar do ninho ou aquele da gaiola: a primeira ninhada estará perdida, mas uma segunda será levada a termo. A fêmea não choca porque os ovos estão claros, e isto porque ela não foi coberta pelo macho. É necessário tirar os ovos e aguardar uma segunda postura. Se a fêmea não choca, é preciso mudar o macho. O melhor macho é aquele que não somente cobre frequentemente a fêmea, mas também que a ajuda a ir para o ninho. Alguns machos chocam tanto e mesmo mais que a fêmea, mas o mais frequente e necessário é que a fêmea comece a chocar.

A FÊMEA PICA OS OVOS
Acontece quando os pássaros comem os ovos. O criador que constata a presença dum ovo e não o vê no dia seguinte ou quando o número de ovos diminui. Frequentemente não fica nenhum traço do ovo desaparecido: ele foi comido. Um pássaro pode muito bem comer um ovo. Ás vezes um filhote eclode e não se acha a casca: ela comeu-a, e isto evita que ela atraia a atenção dum predador, o que pode ter lugar quando a casca vazia é lançada fora do ninho. Sabe-se assim quando os pássaros de gaiola podem consumir os fragmentos de cascas; esses fragmentos dados pelo criador são uma fonte de cálcio. Por prudência, ele vai dar o melhor, (por ex. ostras trituradas ou fragmentos de cascas de ovos...)
É normal que um ovo seja comido depois de ter sido posto. Geralmente, o criador acusa o macho. Pensa-se que o macho viu no ovo um corpo estranho que ele quer tirar do ninho; o ovo é quebrado e comido. Isto é possível, mas a fêmea pode comer os ovos. É o que tenho constatado com um casal de mandarins. Para saber se comia o ovo, coloquei sobre a casca um produto utilizado para impedir as crianças de roer as unhas. Um primeiro ovo desapareceu sem problema aparente nos pássaros. Porém após o desaparecimento dum segundo ovo, a fêmea foi gravemente intoxicada, enquanto que o macho ficou normal. A mãe era, pois, culpada. É preciso, então, no momento em que os ovos desaparecerem depois de terem sido postos, tirar a fêmea e trocá-la por uma outra.

OS FILHOTES SÃO LANÇADOS PARA FORA DO NINHO
Acontece quando os filhotes são encontrados fora do ninho, sobre o fundo da gaiola.
Frequentemente apresentam feridas provocadas por cortes de bico.
No momento em que o criador se apercebe, rapidamente deve colocar os filhotes no ninho.
Podem cair acidentalmente ou ser assassinados pelas patas da fêmea, quando abandona muito brutalmente o ninho. É necessário então evitar assustar a fêmea que choca, e cuidar para que o ninho seja suficientemente profundo.
Mas é possível que os filhotes tenham sido lançados para fora do ninho por um dos pais. Pouco depois da eclosão, o principal culpado é o macho; ele não reconhece no filhote o produto dum ovo, e lança-o para fora numa preocupação de propriedade, ou de defesa do ninho. Neste caso, é preciso tirar o macho, esperando-se que todos os filhotes tenham eclodido e chegado a ser bastante grandes. No Diamante Gould, mais sujeito ao stress, o macho pode reagir a uma perturbação (barulho, visitante estranho...), lançando os filhotes pouco depois.
No momento em que os filhotes estão emplumados e prontos para sair do ninho, podem ser lançados pela fêmea desejosa de limpar o ninho para tornar a pôr. Algumas fêmeas tornam a pôr num ninho ocupado, mas outras expulsam os filhotes a golpes de bico. O sangue pode ocasionar a picagem: os filhotes se estiverem ainda depenados podem morrer.

OS FILHOTES SÃO POUCO OU MAL ALIMENTADOS
O crescimento dos filhotes é programado; se ele é retardado, os pais podem abandoná-los. Na natureza um retardamento no crescimento corresponde a uma doença ou ainda afecta o último nascido; esses pássaros estão condenados; eles não darão jamais um adulto robusto; os pais têm pressa de fazer uma nova ninhada, e cessam de alimentar os atrasados. Este comportamento permite a selecção natural indispensável à sobrevivência da espécie.
Na criação, o atraso de crescimento tem as mesmas causas, mas o abandono é menos brutal.
Um pássaro cego será alimentado tanto quanto será capaz de pedir com insistência sua alimentação: cessará de o ser quando não virar mais o bico do lado certo. Os filhotes debilitados por uma doença (frequentemente colibacilose) serão cada vez menos alimentados visto que eles terão cada vez menos força para pedir, levantar a cabeça e abrir o bico.
No que concerne aos filhotes de crescimento mais lento numa ninhada, trata-se de mutantes, ou de últimos nascidos. Para salvá-los, o criador confiá-los-á a outros pais, que tenham filhotes no mesmo tamanho. Para que todos os filhotes duma ninhada sejam salvos é necessário que a ninhada fique homogénea, isto quer dizer que todos os filhotes cresçam regularmente.
Pode-se activar o crescimento dos filhotes, dando-lhes uma pasta enriquecida em vitaminas. No início do crescimento, os protídios devem representar perto de 25% da ração; a seguir sua taxa deve diminuir regularmente em benefício dos glucídios (amidos dos grãos). Na natureza, os pássaros aí compreendidos, os granívoros, fornecem aos recém-nascidos uma alimentação muito rica à base de insectos e de pólen, bem como filhotes de larvas e grãos germinados. Por conseguinte, eles dão mais grãos de amoras.
Se é necessário, em caso de doença, utilizar um antibiótico, ele deve ser associado a uma mistura vitaminada e de grãos germinados. Um antibiótico pode provocar uma carência em vitaminas e retardar o crescimento.

A FÊMEA PICA OS FILHOTES
Dissemos que a fêmea desejosa de pôr pode expulsar os filhotes para fora do ninho e picá-los para arrancar-lhes as penas. Esta hostilidade cessa no momento em que os filhotes deixam o ninho, salvo se o sangue correu. No último caso, a visão do sangue tem um efeito agressivo: ele estimula a picagem. É necessário isolar o filhote, tirar a pena que sangra e colocar um pó bactericida sobre a ferida.
Filhotes machos podem ser igualmente picados pelo pai que o deseja expulsar. Se os filhotes devem ser deixados na presença dos pais, é necessário dispor duma gaiola suficientemente grande ou colocar uma separação através da qual os pais poderão alimentar os filhotes. Quando uma gaiola é muito pequena, os pais têm tendência a picar os filhotes. Pode-se também evitar isto, colocando os pais e os filhotes que deixaram o ninho numa outra gaiola, onde não haverá ninho.

CONCLUSÃO
Os distúrbios de comportamento não são raros numa criação. Isto vem do fato de que se está longe das condições naturais bem como em matéria de ambiente, quer de material ou de alimentação. Cuidados de atenção e a experiência permitem evitá-los ou tratá-los. A maior parte dessas perturbações não são hereditárias e não duram de ano a ano. O criador deve ter interesse em possuir muitas fêmeas e vários machos de reserva; mudam o macho ou a fêmea sendo este o meio mais eficaz para pôr fim a uma distúrbio de comportamento que torna um casal improdutivo.


Fonte: www.naçaodoscanarios.com.br

Causas do ovo branco.

Causas Ambientais - soluçõesO ovo mantido em ambiente com ar de má qualidade absorve através dos poros a sujeira, os gases nocivos e os microorganismos patogênicos para o embrião. O embrião morre antes do sétimo dia da incubação, fazendo com que o criador fique confuso no diagnóstico de fecundação. As causas ambientais e suas soluções são:
· Ventilação insuficiente - procure abrir janelas na parte de baixo do criatório, usar tela ou invés de vidro nas janelas, conter vento com cortinas.
· Renovação do ar insuficiente - fazer saídas de ar nos pontos mais altos da sala de criação, ou nas paredes opostas a entrada de ar, exceto na parede voltada para o Sul. Fazer sempre saídas altas de ar .
· Qualidade baixa do ar - veja renovação de ar, mantenha limpeza do criatório diária.
· Ausências de saídas de ar - o ar quente sobe, juntamente com partículas de sujeira e microorganismos, dificultando as trocas de ar.
· Sujeira em excesso - Procure trocar ninhos sujos, bandejas com odor forte, bandejas úmidas e fétidas.
· Trocas de bandeja inadequadas - Troque as bandejas pelo menos 1 vez por semana. Não acumule papéis sobrepostos nas bandejas.
· Varredura de penas - Procure usar aspirador de pó para limpeza do criatório, pois faz pouco pó.
· Excesso de pó na criação - use aspirador de pó, ou molhe o chão antes de varrer. Use uma bisnaga de água que faça uma pulverização fina sobre a sujeira.
· Mudanças bruscas de temperatura - fora do controle dos criadores, as alterações bruscas de temperatura podem causar baixa fertilidade no macho, morte embrionária na primeira semana da incubação e perda "da libido", ou seja , os reprodutores não ficam mais fogosos.

Causa de Manejo
O ovo se contamina no meio ambiente através dos poros. Microorganismos da mão dos tratadores e dos criadores podem contaminar o embrião. Da mesma forma como descrita anteriormente, o embrião morre antes do sétimo dia da incubação, ou um pouco mais velho, fazendo com que o criador fique confuso no diagnóstico de fecundação ou perca a postura da fêmea no choco. As causas de manejo e suas soluções são:
· Ventilação dos ovos na espero do choco - deposite os ovos que aguardam a volta para o choco em algodão, ou papel toalha amassado ou papel higiênico amassado.
· Contaminação - Nunca coloque os ovos em espera sobre sementes, pois estas riscam a casca do ovo e seus fungos e bactérias entram através dos poros do ovo, matando o germe do embrião.
· Bactérias da mão das pessoas - Streptococcus e Staphylococcus são bactérias que existem nas mãos das pessoas, e que passam para a casca dos ovos, matando filhotes. Pesquisas revelam que foram a causa de morte de 85% de embriões de periquitos australianos. Causa a mesma morte em canários e outras aves. Use luvas ou pinças de plástico para segurar os ovos para ovoscopia e para o repouso antes do choco.
· Ovoscopia - choques térmicos e choques mecânicos matam os embriões. Cuidados com ovoscópios sem proteção térmica para apoio dos ovos para a leitura. Forre a borda com cortiça renovável ou espuma. Evite choques do ovo com o ninho ou com o ovoscópio, ou mesmo choques ao transportá-los.
· Medicações indevidas - as Sulfas causam ausência de produção de espermatozóides nos machos durante 30a40 dias, a chamada azoospermia. Nenhum ovo será galado nestas condições. Não use Sulfas para reprodutores próximo à fase de reprodução.

Causas Nutricionais
As principais causas de ovo branco são as de origem nutricional:
· Desbalanceamento nutricional das farinhadas caseiras - fazer testes de bromatologia e suplementação das deficiências. Use farinhadas comerciais registradas. Exemplo a Farinatta Bianco, Farinatta Suprema e Farinatta Intensive Red.
· Falta de premix vitamínico, mineral e de aminoácidos nas farinhadas - Use premix nutricional para suplementação das farinhadas caseiras, exemplo, o Premix A e Premix B.
· Falta ou excesso de vitaminas - nestas condições os sintomas são semelhantes, e de difícil diagnóstico. A história da criação é a melhor forma de diagnóstico. Na falta de vitaminas acrescente premix na farinhada, ou vitaminas solúveis, exemplo Rovital-C, 5dias seguidos, com manutenção 1a3 vezes na semana.
· Falta de minerais - os ovos podem ficar frágeis, com casca porosa ou irregular, causando fraturas de casca, contaminações mais freqüentes, perda de fêmeas em acidentes na oviposição. Use Macromix, fonte de cálcio e fósforo nas farinhadas, use farinha de ostra na areia, use farinhadas balanceadas. Ele melhora a formação da casca dos ovos, prevenindo a ocorrência ovos de casca mole, aumenta a resistência do ovo à incubação. Promove contração sincronizada do oviducto, prevenindo a retenção de ovos virados nas fêmeas em postura. Previne a baixa postura.
· Ação do complexo de vitaminas - exemplo Rovital-C usado para manter e restabelecer a saúde dos com desgaste da reprodução e da cobertura nos machos, desgaste da postura e criação dos filhotes nas fêmeas, desgaste físico do desmame, calor e frio excessivos, variações bruscas de temperatura, deficiências nutricionais, todas causas de ovo branco. Tem grande indicação na reprodução para melhorar a fertilidade de fêmeas e de machos, e preparar os jovens reprodutores, age nos picos de produção de ovos.
· Deficiência de aminoácidos - exemplo metionina e lisina. Devemos acrescentar estes elementos quando do diagnóstico, são encontrados comercialmente como Metionina e Lisina. Exemplo de suas ações. A Metionina promove aumento no tamanho dos ovos das fêmeas em postura, aumento da fertilidade dos machos e melhora da eclosão dos ovos. A Lisina previne o canibalismo de filhotes e de ovos.
· Vitamina A encontrada na forma de Vitamin A atua em casos de baixa fertilidade.
· Vitamina E encontrada na forma de Vitamin E com Levedura seca de cana tem ação importante na reprodução. Previne a morte embrionária, a baixa eclosão dos ovos, a degeneração testicular dos machos.
· Biotina é uma vitamina encontrada como Vitamin H (Biotina) é indicada na baixa eclosão de ovos, morte embrionária.
· Levedo de Cana é um alimento natural rico em proteínas, minerais, vitaminas do complexo B (vitamina B1, B2, B6), bem como vitaminas do tipo ácido nicotínico, ácido pantotênico e ácido fólico, e quando usado de forma contínua, auxilia na reprodução das aves, colaborando com a ação das outras vitaminas importantes para a reprodução, citadas acima. Pode ser encontrado da forma pura ou agregado à outras vitaminas.

Causas Infecciosas
As principais causas infecciosas de ovo branco são mycoplasmose e bactérias secundárias encontradas no meio ambiente ou na mão dos tratadores. O mycoplasma afeta os reprodutores de forma lenta, podendo se manifestar até 1,5 ano após a contaminação. Devemos utilizar medicações preventivas de forma estratégica nas fases críticas da criação.

· Mycoplasmose - causa infertilidade de machos (diagnosticada como ovos brancos), infertilidade de fêmeas, morte do embrião no ovo, principalmente antes da eclosão. Fraqueza de filhotes, morte de filhotes na primeira semana de vida. Para tratamento e prevenção da mycoplasmose e de suas conseqüências, existe um forma estratégica de prevenir a criação com o Nalyt H Fases, fazendo com que as aves recebem em cada fase crítica o medicamento que controla o desenvolvimento da infecção por este agente. O Nalyt 100 Plus é indicado para o tratamento de casos mais graves, para posterior entrada na fase de prevenção. Atua nos quadros de infertilidade infecciosa dos machos, reduzindo o número de ovos brancos. A prevenção pode ser feita com a linha Fases para muda de penas, reprodução, baby, que inclui o tratamento de filhotes na primeira semana de vida e no desmame.
· Nos filhotes a mycoplasmose age - controlando os agentes que acometem os filhotes na primeira semana de vida e na semana seguida ao desmame. Nestas fases os filhotes fiquem estressados, com queda de resistência, acarretando as grandes perdas da criação. A medicação preventiva reduz quadros de "pinta-preta", retenção de saco da gema, diarréia de ninho, riscos de sapinho, morte do filhote na primeira semana de vida, auxilia na reabsorção perfeita do saco da gema, reduz problemas respiratórios e a diarréia dos filhotes no desmame.
· Nos adultos a prevenção atua na infertilidade dos machos, na causa de ovos brancos, e de ovos não galados, na mortalidade do embrião e na bicagem do ovo.
· Pesquisas mostram que os bioflavonóides contribuem para o aumento da produção de ovos e sobrevivência dos embriões. No mercado encontramos o Prevent, que é um derivado de ácidos orgânicos de alta biodisponibilidade. Promove a manutenção da criação nos períodos de stress, estimula o sistema imunológico, melhora na produção dos ovos, auxilia na prevenção e no controle da Salmonelose e Colibacilose.
· Probióticos - são indicados para a formação de uma flora microbiana gástrica e intestinal saudáveis nos adultos, pois desta forma, quando regurgitarem o primeiro alimento para o filhote, estarão passando esta flora para formação nos filhotes. O ProbLac é um exemplo de probiótico, previne a diarréia de ninho dos filhotes, auxilia na redução da "pinta preta" e na retenção do saco da gema nos filhotes.

A melhor forma do criador evitar ou reduzir a formação de ovos brancos é a realização de exames dos ovos e dos reprodutores na época da postura, e organizar um programa de prevenção na criação, que inclui desde a desinfecção do ambiente de criação, até o fornecimento das medicações preventivas e mesmo curativas para todo o plantel. O esquema de prevenção com medicação não pode falhar em nenhuma ave, pois aquelas que não participam da prevenção podem se tornar portadoras caso estejam com o agente. Procure identificar e corrigir todos os pontos descritos neste artigo, para que possa minimizar os riscos de ovos brancos na criação."

Veterinária especializada em Aves - Dra. Stella Maris Benez.

Vídeo: Ninho silvestre de curió (COBRAP).

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Atitude preventiva no inverno.

Revista ABC junho 2005

O estresse é um esforço a que o animal fica submetido tendo que dar uma resposta adequada se quiser continuar vivo.

Estar sob estresse é próprio da condiçăo de existir. Superar as situaçőes adversas será fácil quando elas năo forem muito severas.

Há uma faixa em que os animais respondem ao estresse confortavelmente, até com relativa facilidade, levando-o a uma fácil adaptaçăo ao ambiente. Essa faixa chama-se zona de conforto.

As bruscas variaçőes de temperatura, as baixas temperaturas por vários dias associadas a níveis elevados ou baixos de umidade do ar săo fatores estressantes perigosos porque solicitam respostas mais forçadas do organismo.

Esses fatores deixam os animais sensíveis as infecçőes. Para superar o estresse o criador deve intervir fornecendo as condiçőes mínimas de alimentaçăo, temperatura, umidade, etc., para manter o plantei dentro da zona de conforto.

O estresse causado pelo frio pode ser tanto mais perigoso quanto mais se associar e potencializar, os efeitos de outros fatores. Muitos animais encontram-se como que numa corda bamba: estăo subnutridos, em gaiolas superlotadas, em baixo nível de higiene e assim por diante. Nestes casos basta uma leve brisa, a corda balança e todo mundo cai.

Para vencer o estresse provocado pelo frio, além de cuidar especificamente deste fator, o criador tem que identificar e resolver outros:

1 –A alimentaçăo

Como está a alimentaçăo, tem o criador procurado aprender mais sobre essa área ou já se julga sabido. Está fornecendo apenas uma mistura de sementes ou já entendeu que a raçăo balanceada ou farinha de livre e fórmulas mágicas é o que vai fornecer os nutrientes necessários para procriaçăo e para longevidade saudável?
E preciso ter em mente que a deficięncia nutricional é a causa primeira e mais importante na formaçăo das doenças.

Quanto mais subnutrida menos suporta o estresse causado pelo frio.

2-A temperatura

Entre 20° e 25° C o organismo funciona confortavelmente para a maioria das aves tropicais. Quanto mais se foge desse valor mais esforço de adaptaçăo deve ser feito. Resfriamentos bruscos săo perigosos pois afetam mais rapidamente o sistema imunológico. Por isso é preciso ter condiçőes de abrigar ou proteger dos ventos frios nas viradas de tempo.

3- A umidade

A faixa confortável de teor de umidade relativa do ar é de 60 a 80%. A umidade excessiva predispőe a proliferaçăo de fungos em semente, raçőes, comida velha, ao redor e sobre dejetos que năo secam facilmente etc.

Os fungos elaborado substâncias tóxicas, as micotoxinas. Os fungos e as micotoxinas interferem no aproveitamento alimentar e diminuem as defesas naturais facilitando o aparecimento de várias doenças. Se a isso foi somado a açăo de outros agentes microbianos que também proliferam com a umidade entenderemos a dificuldade de se administrar um remédio na hora de doença. A utilizaçăo de condicionadores de ar, desumidificadores e Sterilair ajuda a controlara situaçăo.

4 - A aeraçăo - ou boa qualidade do ar

Quando esfria, a primeira providęncia que ocorre para maioria das pessoas é fechar todos os locais por onde possa entrar vento frio. Assim procedendo num criadouro de muitas aves, o proprietário vai ter um ambiente carregado de C02, pobre em O, rico em gases fétidose venenosos além de partículas ionizadas positivamente. O recurso é garantir a ventilaçăo em todos os pontos. Experimente acender velas em vários pontos. Se a chama de vela năo balançar é porque o local é mal ventilado. Em ambientes fechados já é constatado o efeito benéfico do Sterilair na quantidade de um a cada 20 m.

5 - O Uso indiscriminado de antibióticos

Quando uma ave fica doente o criador sente que deve fazer alguma coisa. Năo importa o que seja, mas sente que deve.

Como em geral ele ignora qual seja a doença e na ausęncia de um médico qualificado é comum ele ir na conversa dos outros até decidir por si, só a fazer qualquer coisa. Isso é até louvável. O problema é quando decide a usar um remédio, principalmente um antibiótico. Em nossa cultura o antibiótico é pau pra toda obra. Se pelo menos ele tivesse o cuidado de ler a bula saberia que o antibiótico é um recurso valioso quando administrado nas dosagens e tempos correios com o objetivo de neutralizar a açăo de alguns determinados microorganismos que poderăo ou năo ser sensíveis ao principio ativo. Para isso é necessário uma pesquisa de um profissional que conta com recursos laboratoriais. Fora disso usar o antibiótico como elementocurador de uma doença é a mesma coisa que desejar acertar a mosca de um alvo no escuro. Além da enorme probabilidade de năo acertar o remédio pode representar uma elevada agressăo para a ave pęlos efeitos colaterais, permitindo também o aparecimento de resistęncia ao antibiótico, inviabilizando futuros tratamentos.

Quantos criadores administram medicamentos na ausęncia de qualquer doença. Quantas aves doentes recuperam-se por sua própria capacidade orgânica e apesar do antibiótico que lhe foi administrado dessa maneira o criador fica iludido que foi ele que curou o animal e perpetua o procedimento incorreto.

O procedimento mais sensato é administrar qualquer medicamento somente nos casos graves, quando se conhece a etiologia da doença e nas dosagens e tempos correios prescritos por um profissional.

Conclusăo

É melhor curar doenças que năo aparecem. Isto chama-se prevençăo. E uma atitude que pode ser aprendida e praticada através dos cuidados gerais. Săo com melhoramento genético higiene, correia alimentaçăo, temperatura, luminosidade, aeraçăo, equilíbrio psíquico, desinsetizaçăo, desisfestaçăo em geral.

Tudo isso dá mais resistęncia ŕs aves tornando-as mais capazes de enfrentar períodos difíceis como reproduçăo, troca de penas e períodos chuvosos e frios, muito comuns em nosso inverno.
É importante também anotar todas alteraçőes que ocorrem na temporada de criaçăo para compará-las com outros resultados quando outras medidas forem tomadas. Assim dá-se um sentido para a atividade, năo se operando no vazio.

Perda de voz.

Revista CPCCF Junho/2004
Arquivo Editado em 13/09/2005
Falaremos neste segmento um pouco sobre um tema que é de grande interesse entre as pessoas que apreciam aves canoras, pois tem um certo grau de incidência dentre as aves que conhecemos.
A perda de voz é decorrente da inflamação da estrutura que chamamos de seringe que é a dilatação da parte inferior da traquéia (leva o ar do bico até os pulmões). Seringe é o órgão fonador, que emite som (de onde vem o canto), das aves. Devido a alterações da parede da seringe temos a falha na voz da ave, podendo esta ficar com o canto falho e até mesmo perdê-la totalmente. Alterações que podem decorrer de várias causas e fatores, como:
- Desnutrição
- Processos infecciosos causados por bactérias, fungos, vírus, leveduras, etc.
- Parasitas como ácaros de traquéia, ácaros de sacos aéreos e vermes traqueais (que causam pevite).
- Traumas físicos
- Corpos estranhos como sementes inteiras ou quebradas, alimentos, sondas, secreções, objetos, etc.
- Neoplasias (câncer)
- Processos alérgicos
- Processos inflamatórios Dentre as causas de maior interesse no aspecto alimentar temos a deficiência de vitamina A, que é de grande importância no bom funcionamento do organismo. Atua de modo direto sobre a divisão celular e renovação de tecidos e órgãos e a sua falta provoca um espessamento da parede de revestimento, podendo acarretar na traquéia, o seu espessamento e a formação de placas de tecido morto, que podem levar a sérios problemas respiratórios provocando assim alteração na qualidade de canto das aves.
Os processos infecciosos podem levar a inflamação severa do sistema respiratório, podendo acarretar numa maior dificuldade de respiração da ave e conseqüente alteração da qualidade de canto da mesma. Nestes casos, se o processo inflamatório atingir a seringe, fatalmente teremos alteração na qualidade do canto.
Os processos inflamatórios podem ser causados por processos infecciosos como vimos anteriormente, mas também por processos irritativos como friagem (correntes de ventos; mudanças bruscas de temperatura, exemplo ar condicionado), esforço para cantar (forçar em demasia o canto em aves muito territorialistas); fornecer alimento ou água muito fria em dia muito quente, promovendo o choque térmico; fornecimento de alimentos de granulação que possam favorecer a irritação da região comum para a respiração e alimentação (região orofaríngea) provocando sua extensão para a traquéia e seringe; etc.
No caso dos ácaros e vermes traqueais temos as lesões ocasionadas pela ação direta dos mesmos na região e que podem facilitar o desenvolvimento de bactérias e fungos, levando a quadro respiratório de variados graus.
Traumas de traquéia com perda da conformação normal do mesmo podem levar a alterações de voz, pêlos danos e estreitamento dos anéis traqueais e por ação direta sobre região de seringe.
Corpos estranhos agem de modo direto, provocando lesão e alteração local, favorecendo mudanças do padrão da respiração e voz. Neoplasias (câncer) também têm ação semelhante aos corpos estranhos, apesar de serem extremamente raros.
Processos alérgicos podem levar ao aumento de secreção dentro da traquéia facilitando o aparecimento de outros problemas secundários, como infecções bacterianas, fúngicas, etc, afetando diretamente na qualidade da voz da ave.
Até agora nos atamos em causas de alteração de voz provocadas por alterações presentes dentro da traquéia e seringe, mas devemos nos lembrar de que o que promove a movimentação da seringe para efetuar a grande variação de notas dos cantos das aves são conjuntos de músculos, situados perifericamente a mesma. Logicamente temos que qualquer alteração na função da musculatura local provocará uma desafinação e conseqüentemente alteração da voz, podendo até mesmo deixá-la rouca ou mesmo sem voz. Friamente podemos dizer que alterações nestas duas estruturas da seringe (porção física e porção muscular) é que afetarão diretamente na qualidade de voz das aves.
Os sinais que antecedem a perda de voz podem ser iniciados de variadas formas:
- tosse
- espirros
- alteração no padrão de respiração como dificuldade de respiratória, sons alterados, estalidos, etc.
- secreções pelas narinas e bico.
- até atingir alterações fortes levando a perda parcial ou total de voz.
O diagnóstico é baseado em:
- Anamnese - que nada mais é do que o histórico do processo, pois podem revelar falhas de manejo que podem levar ao quadro do problema.
- Exame físico - é efetuado um exame minucioso da ave a fim de detectar alterações que possam acarretar no problema.
- Exames laboratoriais – como cultura de bactérias e fungos a fim de detectarmos qual o provável agente causador do problema caso for de fundo bacteriano ou fúngico, ou outro agente.
- Radiografia - nos auxilia nos casos de obstrução por corpos estranhos, traumas, câncer, etc.
- Endoscopia - em aves de portes mais avantajados onde se possam fazer este tipo de exame, como complemento, para um diagnóstico mais preciso.
Como vimos existem muitas possibilidades de doenças que afetam o sistema respiratório, levando a uma alteração no padrão de voz das aves.
Devemos ter como rotina efetuar o tratamento correio o mais breve possível para que o problema não se tome crônico e dificulte o processo de cura da ave. Quanto mais rápido for efetuado o diagnóstico e tratamento, maiores são as chances de total recuperação das aves. Como recomendação podemos alertar quanto
a evitar efetuar tratamentos empíricos ou caseiros, pois estaremos facilitando o desenvolvimento da doença e possivelmente dificultando o diagnóstico, quando esta ave é encaminhada para um Médico

Luiz Alberto Shimaoka
Médico Veterinário CRMV-SP 6003

Vídeo: Curió Venezuela.