terça-feira, 19 de março de 2013

Calosidades em Aves de Torneio: Que mistério é esse.

Calosidades em Aves de Torneio: Que mistério é esse.


Prezados leitores e amigos! A muda já passou e quem fez fez e quem não fez é melhor correr atrás do prejuízo, pois está na hora de prepararmos nossas aves para os torneios que se aproximam. Como sempre gosto de trazer a verdade de um ponto de vista cético e irreverente até vocês, estaremos hoje no nosso artigo abordando um tema muito polêmico que é a calosidade. Então, senta aí e vamos lá!
A calosidade é o resultado da resposta do organismo a uma pressão/injúria contínua. A pele responde a essa pressão ficando mais grossa. O "engrossamento" da pele ajuda no começo, porém no decorrer do tempo acumula-se e torna-se uma irritação. O aumento resulta na elevação da pressão e desconforto.
No atendimento clinico do dia a dia vejo inúmeras aves com calosidades. Mas temos que descobrir a causa disso. Dentre elas temos: os poleiros de madeiras gastos e lisos demais que faz com que a ave escorregue continuamente; poleiros muito grossos para a ave em questão; o pisar (aprumo) errado da ave, a falta de dedos ou unhas tortas que prejudicam a fixação da ave no poleiro e a grande vilã que também nos afeta, a obesidade.
Com certeza se sua ave possui calos nos pés ela deve se enquadrar nas causas citadas. Não confundam calosidade com pododermatite que é outra história, muitas vezes os calos evoluem para tal, mas são diferentes. Outro fato interessante é não confundir com Micoplasmose (Mycoplasma synovea) que afeta a articulações das aves aparecendo uma lesão nodular muitas vezes ulcerada nos dedos que muitos falam que foi o mosquito que picou ou foi xixi (é xixi mesmo!) de lagartixa... Isso não existe!
Voltando ao que interessa. Então Doutor é só trocar o poleiro e resolvo meu problema!? Ou piora né?! Nem tudo é poleiro. Mas a colocação de poleiros macios como os emborrachados pretos auxiliam bastante, pois vai ao mínimo deixar mais fofinho para a ave. A higienização e a troca rotineira são necessários, ok. Uma ótima opção para isso são produtos a base de amônia quaternária, que também atuam sobre coccídeos.

Trinca Ferro é o recordista em obesidade que associado a poleiros de madeira lisa dão uma combinação ótima para o surgimento de calos e o poleiro emborrachado seria o mais indicado. Curió e bicudos possuem mais defeitos de aprumos e empuleiração, aí nesses casos os frisados ou a colocação de um poleiro mais fino resolve o problema.

Outro fato interessante que percebi é que muitos na roda de trinca colocam o poleiro muito junto da grade (1º espaço). Eu sei que o propósito e disputar com o do lado e tal, mas vejo muitas aves escorregarem e não terminarem o canto. Observe seu pássaro na roda para ver se escorrega do poleiro ou não.

Então quer dizer que só o poleiro de borracha serve!? Claro que não. Cada um possui uma indicação que se encaixará melhor para o seu pássaro. Para isso procure sempre auxilio veterinário especializado, ok. Já que o intuito é interagir e sempre trazer alguma coisa útil para vocês, e ainda para saber se sua ave precisa ir ao veterinário lanço o desafio do mês.

Peguem seus pássaros na mão (com carinho, pois já finalizaram muda). Coloquem eles de patinha pra cima e observem a sola dos pés (patas) deles. O início do calo fica muito parecido com a foto1 (Trinca Ferro) onde temos uma área levemente rosada indicando um desgaste maior da região. Se sua ave está assim é melhor buscar ajuda. O tempo é curto. E como diria o Impostor do Pânico: Qual será o próximo desafio?! Enviem sugestões de matérias. Despeço-me por aqui e um grande abraço a todos! Até a próxima!



Foto 1: Área de desgaste na sola da pata. Foto 2: Diferentes tipos de poleiros.






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Dr. Felipe Victório de Castro Bath
Médico Veterinário CRMV-RJ 8772
Especialista em Biologia, Manejo e Medicina da Conservação dos Animais Selvagens
Mestre em Microbiologia Veterinária pela UFRRJ

Tel.: (21)81014122/ (21)78795270 / ID.:10*96860
(21)32341775 / (21)22786652
 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Infertilidade na Criação

Infertilidade na Criação em Cativeiro de Aves Silvestres:
Afinal o que faço de errado!?


Prezados leitores e amigos! É com grande prazer que escrevo pela primeira vez para vocês leitores da Revista Passarinheiros. O objetivo nesta coluna é trazer de forma descontraída e sem palavras elaboradas a verdade sobre algum assunto no nosso cotidiano das aves. Enfim, para aqueles que não me conhecem eu sou o Dr. Felipe Bath. Então meus amigos se acomodem e boa leitura.

Uma das perguntas mais ouvidas na internet é: O que fazer para meu galador voltar a encher ovo!? As pessoas pensam que existe um remédio único e milagroso que trará a sua maravilhosa ave ao apogeu de Afrodite. Não existe milagre. O primeiro passo é observar se sua ave esta em condições de reproduzir, ou seja, esta obesa ou não. Ave obesa não reproduz pelo simples fato de superaquecer a mesma levando a uma não produção de espermatozóides ou óvulos na fêmea.

O segundo passo é observar as condições higiênico-sanitários do plantel. Muitos criadores só gritam por ajuda quando já perdeu mais de 50 ovos em branco.. Todo criador deve pensar com 1 ano de antecedência os seus passos. Não adianta que não vai salvar a temporada no meio. Todo plantel deve fazer exame parasitológico de fezes. É o mínimo!! Mas se for uma pessoa com visão fará também cultura e antibiograma, salmonelose e micoplasmose.

A visão empresarial deve mudar. Isso se chama investir no seu plantel. Muitos compram galadores por pequenas fortunas e não investem 1 real com veterinário, exames e profilaxia. E quando investe quer resultado imediato, para estes prefiro nem atender..

Então, já vimos que obesidade atrapalha tanto o macho quanto a fêmea, assim como outras doenças como micoplasmose, salmonelose e outras bactérias. Conto um segredo, 90% dos seus problemas estão aqui. Agora o grande vilão de todos é o excesso de medicamentos que vejo usarem.. é remédio pra tudo.. é prevenção que escuto falar.. prevenção de que!? Alguém toma remédio para prevenir gripe, diarréia ou pneumonia.. só se for um hipocondríaco. Outro fato é o uso de medicamentos sem rótulos e inapropriados que se vendem a cada Torneio.. se é tão bom porque não usa para si próprio!?

Vamos amadurecer e termos senso critico das coisas. Ainda bem que proibiram a venda de antibióticos sem prescrição de um profissional. A guerra mercadológica é absurda e parece que existe alguém gritando comprem.. comprem.. medicamento só com o consentimento do seu veterinário.

Não existe milagre. Em fêmeas vocês devem ter o mesmo raciocínio. Vejo muita gente sobrecarregar suas fêmeas de carbohidratos e proteínas como se isso fosse resolver todos os problemas. Vejo muita gente dar ração de codorna e galinha para Curió somente pela ganância de vê-la colocar 3 ovos. A fábrica um dia vai parar e uma fêmea que deveria viver no mínimo uns 20 anos não passa de 8. Valeu à pena?! A vida útil reprodutiva seria muito maior se respeitássemos mais a fisiologia de nossas aves.

Afinal Dr. o que faço de errado para meu macho não encher ovo?! É uma mistura de despreparo, desqualificação de mão-de-obra e desespero em ver seu patrimônio simplesmente desvalorizado em 1 ano. Então quando já vem com a historia que o macho não enche ovo. Pergunto se sinceramente quer recuperá-lo ou não, pois amigo criar é uma arte. Não automediquem suas aves, pois com certeza só vai piorar a situação delas. Despeço-me por aqui com o ar de tristeza de que poucos farão os exames, mas com a cabeça tranqüila de dever cumprido. Espero estar de volta em breve. Deixo o pensamento do dia: ´´ Ter falhado significa ter lutado. Ter lutado significa ter crescido´´.



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Dr. Felipe Victório de Castro Bath
Médico Veterinário CRMV-RJ 8772
Especialista em Biologia, Manejo e Medicina da Conservação dos Animais Selvagens
Mestre em Microbiologia Veterinária pela UFRRJ

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Coccidiose: Entendendo o Mistério!

Coccidiose: Entendendo o Mistério!


Prezados leitores e amigos! Agora que estão todos com suas aves ganhando troféus conforme edição passada me volto a uma questão que nunca havia falado aqui. Eu trago hoje para vocês a verdade sobre a coccidiose. Aí vocês me perguntam vai ser a mesma historinha dos outros. Eu digo a vocês que vocês serão surpreendidos pela verdade. Então trazendo de forma descontraída e irreverente estaremos hoje abordando a verdade sobre a coccidiose e verminoses.

Vamos separar o nosso bate papo. Vamos começar pelas verminoses. Vou tentar ser simples, ok. Sem muitas palavras difíceis. Uma ave pode ter verme propriamente dito que se dividem em nematóide e trematóides (redondo ou chato). O ciclo evolutivo da maioria dos vermes intestinais das aves necessita de um hospedeiro intermediário no ciclo que será sempre um invertebrado (minhocas). Então já começamos com a nossa primeira revelação: uma ave de gaiola dificilmente terá verme. Por que isso Dr.?? Por que esses nematóides em quase sua totalidade precisam de um hospedeiro intermediário ou paratêmico para fechar o ciclo. Esses hospedeiros são normalmente minhocas de vida livre. Ora ora.. então você concorda comigo que quem tem verme é ave de terreno (galinha, pavão, etc). Aí vem uma duvida terrível na cabeça de vocês. E o verme da traquéia que muita gente fala.. eu nunca vi! Isso se dá pelo fato do seu Trinca Ferro não ir ao chão comer hospedeiro intermediário. Mas fulaninho me falou que todo Trinca tem. Enfim.. e como agem esses antiparasitários?! Temos vermífugo que mata verme. as bases são muitas como o mebendazol, albendazol, febendazol e por aí vai. Ora, se eu estou falando que ave de gaiola não tem verme. Porque dar vermífugo?! Enfim, comprovem fazendo exame de fezes em suas aves. Ave não é um cãozinho que toma remédio de verme de tempos em tempos. Vamos ser mais realistas e críticos. Vamos passar para o próximo raciocínio.

Então ave de gaiola não tem nada?!? Claro que tem. Tem Coccídeos! Esses coccídeos são divididos em uma série de espécies. em ordem de importância temos Isospora spp (90%) Eimeria spp (5%) e os outros (5%).. e porque a ave tem mais coccídeos!? Porque são de ciclo direto. A ave elimina o coccídeo nas fezes e este fica na gaiola e em média em 5 dias matura e vira infectante. Daí a ave se contamina de novo. Perceberam porque a lenda de dizer que a doença está na gaiola existe. É verdade! Mas existem desinfetantes para isso (Amônia Quaternária). O segredo além de combater o protozoário de forma correta esta em desinfetar da mesma forma o ambiente em que sua ave vive.

Como você pode ver são inúmeras espécies de coccídeos e cada um se trata de uma forma. Isospora é de uma forma Eimeria é de outra. Enfim não adianta dar um remédio como preventivo entendeu!? Usar coccidiostático não mata o coccídeo. Você faz apenas uma espécie de encistamento do coccídeo (bradizoíta). Se o animal passar por um stress os coccídeos voltam a uma fase de taquizoíta e causa doença de novo. Não to dizendo que não uso. Até uso, mas depende da clínica do animal, pois esses remédios agem de forma mais rápida e evita muitas vezes a morte do animal.

Por isso você deve fazer exame de fezes para determinar qual o coccídeo e o grau de infecção. Com isso você vai saber qual medicamento utilizar de forma adequada e debelar a infecção no seu plantel ou na sua ave. Logicamente existem outras medidas principalmente higiênicas para acabar com a infecção, além de quarentena de animais novos e tal. Vai ter muita gente falando que besteira. baboseira e tal.. mas é verdade. Só que é mais fácil dar algum preventivo e rezar do que fazer exame de fezes. O assunto é longo.. mas o tempo é curto. Despeço-me por aqui e depois desse tema bombástico espero estar de volta na próxima edição. Como não poderia faltar deixo o pensamento do dia: ´´ O fracasso é um excelente oportunidade para o sucesso´´.



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Dr. Felipe Victório de Castro Bath
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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

MUDA - TROCA DE PENAS

MUDA - TROCA DE PENAS

1. Observe que durante a muda os passaros reduzem o seu metabolismo, por isto comem pouco, justamente no momento em que mais precisam comer para repor as energias gasta na Troca de penas.

2. Observe que durante a muda os passaros voam pouco, perdem a mobilidade por motivos óbvios. Imagine em vida selvagem ter que encontrar o seu alimento durante o inverno, quando não existe a fartura típica da Primavera e Verão. Observe ainda ter que voar grandes distâncias para encontra-los. Daí a redução do metabolismo, logo, comem pouco quando necessitariam comer muito, para poder repor as energias gastas durante a “Troca de Penas”.

3. Observe que aqui no Brasil os passaros trocam de penas praticamente no Outono / Inverno, ou quando as temperaturas começam a cair. Como ficar sem a plumagem no frio? Sera que o frio favorece a muda? A muda ocorre no momento em que os dias começam a ficar mais curtos, escurece mais cedo, sendo assim os passaros passam a maior parte do tempo (noites mais longas) em descanso. Observe que a nova plumagem, ou melhor, as penas que se encontram em processo de crescimento e “Cura” (enxugamento do sangue dos canhões) não podem ser submetidas ` ação mecânica do vento, caso ocorra, o passaro repetira a muda ou fara um “Repique” na plumagem, logo não devem ser submetidos a ação plena do vento antes da hora.

Conclusão:

Estas são algumas das questões que podemos levantar numa rapida abordagem. Todas as questões aqui enumeradas parecem conflitantes, pois, os passaros não se alimentam na razão direta das suas necessidades, tem o seu metabolismo atenuado para atender a escassez dos alimentos, escassez esta, característica da época, que nos parece imprópria `a muda, pois faz frio, exatamente no momento em que os passaros estao perdendo as penas.

Todas estas questões aqui levantadas, nos levam a acreditar que o organismo dos passaros efetua uma reserva calórica compatível com suas necessidades durante a muda, não sendo necessario qualquer suplementação de nutrientes em condições normais de saúde.
Acreditamos que uma suplementação com “Concentrados Vitamínicos e ou Ferrosos” sejam de todo desnecessario pela sobrecarga que ira submeter o fígado do passaro, quando este, acreditamos possuir reservas de Glicogênio armazenadas em quantidades suficientes a manter o Tônus necessario a que a Muda se processe sem alterações. Faço restrição apenas aos passaros que não entraram espontaneamente na muda, por apresentarem deficiências nutricionais indispensaveis a faze-lo.
Nestes casos e somente nestes, ministro o Protovit Plus do laboratório Roche até que a muda se instale.

Mesmo sendo muito resistentes, as penas dos pássaros precisam ser substituídas anualmente. Embora, a qualquer momento, se uma pena for arrancada ou vier a cair por qualquer motivo, outra nasça em seu lugar, a época da muda das penas ocorre após a estação de reprodução, no período compreendido entre janeiro e maio, com maior concentração nos meses de fevereiro e março. Na natureza o período de troca da plumagem se arrasta por cerca de quatro meses. Em viveiros ou gaiolões também é mais demorada. Tudo por conta da necessidade de o pássaro manter uma condição ótima de vôo.
Em ambiente doméstico, ocupando gaiolas típicas, não deve levar mais de 8 semanas na troca da plumagem. Há espécimes que completam a muda em 40 dias, mas estes são a exceção e não a regra.
A época da muda varia um pouco de uma região para outra, sendo influenciada pela temperatura, umidade relativa do ar, etc.
Aspectos psicológicos podem influenciar a entrada do pássaro em muda. Um pássaro em meio às fêmeas ou ouvindo e disputando canto com outros machos poderá retardar sua entrada na muda. O pássaro necessita tranqüilidade para uma muda natural.
Devemos evitar prolongar o período de reprodução para não comprometer a muda do plantel. Os filhotes tirados a mais nessa temporada, serão cobrados na produção futura.
Fatores de estresse como mudança de ambiente, viagens, variações bruscas de temperatura, mudanças e desequilíbrios na dieta poderão precipitar a entrada do pássaro na muda.
Forçar a muda não é prática recomendável.
A muda é um processo natural na vida das aves, relacionado a fatores biológicos, ligados aos hormônios produzidos pela tireóide. A fase da muda é mais complexa que a simples substituição das penas, envolvendo processos que não são percebidos como, por exemplo, a reorganização do aparelho reprodutivo. Durante a muda, as fêmeas não produzem óvulos e os machos perdem temporariamente a fertilidade. Daí ser comum ocorrer de um pássaro, próximo de entrar na muda ou terminando-a, galar uma fêmea e não fertilizar os ovos.
Durante a muda os machos esfriam, param de cantar e na maioria das vezes diminuem muito a sua movimentação na gaiola. Na natureza param as disputas territoriais e se juntam aos bandos, machos e fêmeas.
As penas devem cair devagar, naturalmente, de forma a que quase não se perceba sua entrada em muda. Se de um dia para outro a gaiola aparecer forrada de penas ou se partes da pele estiverem expostas, há algo errado.
Os filhotes nascem quase pelados, cobertos com uma finíssima plumagem. Aos poucos vão aparecendo as penas e quando saem do ninho já estão empenados por inteiro.
No terceiro ou quarto mês de vida efetuarão uma muda que chamamos muda de ninho. O filhote fará uma muda rápida de penas que chamamos MUDA DE PARDO. As mudas de penas anuais ocorrerão então mais ou menos 12 meses à partir desta muda de pardo. Após a muda de pardo, o Curió deverá ser colocado na VOADEIRA por 20 dias, para que possa voltar ao seu estado atlético, já que na muda o curió passa por um processo de letargia e após este período levá-lo para passear. Se não for possível levá-lo passear, deixá-lo dentro do carro por algum tempo ajudará no seu desenvolvimento (não esqueça de deixá-lo à sombra e com boa ventilação). Quanto mais se “mexer”com o Curió, mudando-o constantemente de um ambiente para outro, melhor.

Essa muda de pardo não é completa, . As penas das asas e da cauda não são substituídas (rémiges e rectrizes). Mudam somente as penas do peito e da cabeça.
Nos adultos a muda das penas das asas e do rabo é iniciada do centro para as extremidades. Em ambas as asas as quedas são simultâneas. As penas do corpo são renovadas quase simultaneamente e as últimas a serem substituídas são as da cabeça. Dizemos que enxugou a muda quando não vemos mais nenhum cartucho de penas novas em sua cabeça.
Podem ocorrer características particulares na muda de alguns pássaros, sem que, necessariamente, esteja ocorrendo um problema. No final da primeira muda completa os machos curiós apresentam penas pretas mescladas com penas marrons, sendo chamados pintões ou maracajás. Essa plumagem marca o que seria o período de adolescência . Na próxima muda ficará com a definitiva plumagem negra e será considerado adulto.
A muda de penas é um evento natural na vida dos pássaros, não pode ser tratada como uma enfermidade. No entanto, os pássaros ficam mais debilitados e suscetíveis às doenças nesse período, inspirando mais atenção, especialmente com variações bruscas de temperatura e com correntes de ar.
Temperaturas mais elevadas favorecem uma muda mais rápida. Muitos criadores encapam a gaiola durante a muda, com a intenção de manter o pássaro mais tranqüilo e protegido de variações bruscas de temperatura. Com a menor circulação de ar pela gaiola encapada, podem surgir problemas sanitários causados pelos vapores emanados dos excrementos do pássaro, notadamente a amônia. Podem ocorrer desde irritações dos olhos e das vias respiratórias até uma intoxicação mais séria. Para contornar o problema, é colocado na bandeja da gaiola carvão vegetal triturado. O carvão vegetal é conhecido pela sua capacidade de absorção e retenção de substâncias químicas. Tanto é que sua presença é comum em muitos filtros. Isso deu início à lenda de que carvão no fundo da gaiola ajuda na muda. Já vimos vários criadores com gaiolas desencapadas e forradas de carvão, para “desencruar a muda”.
Os banhos são permitidos e recomendados, com a precaução de evitar dias e horas mais frios. Duas gotinhas de vinagre de maçã na água do banho ajudam na prevenção de ácaros e conferem um aspecto de limpeza à plumagem. Banhos de sol são excelentes.
Uma dieta equilibrada é garantia de muda bem feita.
Quando um pássaro muda de forma mais lenta, é comum ouvirmos que está com muda francesa. No entanto, não há propriedade nessa afirmação, se o pássaro não estiver acometido por um vírus natural dos mamíferos que se adaptou às aves, mais precisamente um polyomavirus, da família dos papovaviridae, neste caso designado por um avipolyomavirus. Na realidade, a muda francesa se trata de uma variante menos fatal do verdadeiro vírus, designado por Budgerigar Fledgling Disease Virus (BFDV), característico por afetar o crescimento das penas. Pássaros adultos poderão ser portadores assintomáticos dessa virose. É comum que apresentem plumagem irregular e sem brilho, com algumas penas mais curtas ou eriçadas.
Quando a muda não transcorre como o previsto, devemos buscar as causas do problema.
As causas clínicas mais comuns são parasitas de pele, parasitas internos (vermes, protozoários), infecções bacterianas ou fúngicas na pele ou nos folículos das penas, alergias, distúrbios hormonais, desnutrição, aspergilose (infecção respiratória fúngica), doenças internas (doenças hepáticas) e carências nutricionais.
As causas psicológicas ou comportamentais são o estresse, medo, susto, luz no criatório reduzindo as horas de sono, mudança brusca na rotina do pássaro, presença de outros pássaros cantando no recinto ou mistura de machos e fêmeas, principalmente, em diferentes estágios da muda.
Outra prática tradicional de muitos criadores é colocar o pássaro para exercitar-se em gaiolões no final da muda.
E exercícios são benéficos não apenas para os pássaros. No entanto, colocar um pássaro em um gaiolão e depois de um mês devolve-lo à gaiola convencional é uma prática de pouca valia. Equivale a praticarmos esporte durante um mês por ano.
Os pássaros que são condicionados a permanecer em gaiolões, passando para gaiolas convencionais apenas por ocasião de passeios, treinamentos e torneios, apresentam condição física superior em suas apresentações. É impressionante como se mostram alegres com a aproximação da gaiola. Sabem que vão passear.
Concluída a muda é hora de vermifugar o plantel, cortar as unhas que estiverem fora de medida e iniciar os preparativos para a temporada de reprodução e torneios.


É esta a minha pratica e entendimento da questão.
Gilson Ferreira-BA

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Como coletar material corretamente para exame

Como coletar material corretamente para exame
 Parasitológico de Fezes

Prezados leitores e amigos! Estou de volta mais uma vez para trazer aquela felicidade matinal ao ler esse artigo. Hoje não me recaiu nenhuma inspiração divina e não teremos nenhum tema bombástico como de praxe. Hoje estou nostálgico e ao som de Legião Urbana na música´´Será´´ em seu refrão que diz: ´´Sera só imaginação?! Sera que nada vai acontecer!? Será que é tudo isso em vao!? Sera que vamos conseguir vencer?!´´ É que escrevo para vocês.
Já falamos de tanto temas super interessantes que da para no mínimo montar uma coletânea e quando a pessoa te perguntar alguma coisa você entregar para ela. Já falamos de forma bem direta e com fotos de 95% dos problemas das aves. Já falamos de coccidiose, ectoparasitas, rouquidão, pivite, sinusite, hepatopatias, supermáquinas de torneio e por aí vai. Por isso a minha nostalgia.. Já lanço o desafio do mês: Enviem sugestões de matérias para meu e-mail, ok. Criticas só construtivas.
Hoje então falarei da maneira correta de se coletar material para exame de fezes. Vejo inúmeros laboratórios hoje que só faltam dar a receita para satisfazer o cliente, mas esquecem de orientar de maneira adequada a coleta. Falaremos sobre a coleta para o exame parasitológico de fezes que é o exame mais simples e que toda ave deve realizar no mínimo 1x ao ano. Já falamos de coccidiose anteriormente.
Então funciona assim. Você compra um pote de MIF na farmácia mais perto. Coleta 3 fezes de manha e 3 fezes a tarde/noite por 3 dias seguidos. O intuito é ter uma variedade de coleta aumentando a probabilidade de umas dessas fezes ter ocorrido eliminação de ovos/oocistos de parasitos, ok. Já vimos também a questão de verminose em aves ne?!
Lacra-se esse pote, identifica e envie para seu laboratório. Ahh.. Dr. na minha cidade não existe laboratório, mas existe correios com certeza ne?! Entao poste pelos correios. Aproveita a oportunidade coloque uma folha branca (papel A4 de impressora) no fundo da gaiola no ultimo dia, espere a ave fazer umas 10 fezes, dobre, identifique e mande junto, pois é legal o veterinário observar as fezes ´´in natura´´.
Fezes com muita ´´agua´´, ou seja, você tem um halo grande de absorção de agua no papel  podem significar lesão intestinal normalmente por enterobactérias que vão levar a morte nossos filhotinhos com ate 5 dias de vida.. é bata não tem erro. Aí neste caso além do exame parasitológico de fezes é indicado fazer exame de cultura e antibiograma, ok. E no caso essa mesma folha enviada já servira... a forma varia de acordo com cada laboratório, mas para mim serve.
E quando este halo apresenta-se no tamanho normal porem bem esverdeados. Já vimos que se trata de alguma hepatopatia. Deem uma olhada nas edições anteriores. O aspecto das fezes em si varia muito pouco e podem ter certeza que quando você visualiza sangue nela é que o pássaro esta mais pra lá do que pra cá, ok. Fezes amareladas podem indicar uma pancreatite ou processo inflamatório grave. Observar fezes é uma arte ne!?
Viram como é simples. Não precisa ter nojinho como diria Nascimento. Em termos funcionais você precisa realizar de pelo menos 20% do seu plantel para ter uma significância/relevância prática na avaliação do mesmo, ok. Separe as categorias de idade e os machos das fêmeas. Se possuir poucas aves faça de todas, ok. Isso seria o ideal e poucos criadores o fazem de maneira correta. Infelizmente acham que ter um medico veterinário especializado a disposição é baratinho.. Olha o valor pago por filhotinho de 30 dias e olha quanto o veterinário recebe nesses criadouros. Deixa pra la..
E para economizar o bolso pode-se ainda alocar em cada pote de exame ate 4 animais desde que respeitado os critérios acima, ok. Mas volto a dizer se tem poucos faça individual; ainda mais se for aves de competição ou de alto valor agregado como os galadores e tal..
Ahh e comigo não tem essa frescura de não colocar a mão na ave não. Eu pego mesmo. Pego todas. Eheheh! Existe um momento adequado de pegar a sua ave por mais preciosa que seja. Não sei de onde vem essas lendas. Pássaro que é bom mesmo canta ate na tua mão de raiva. Mas meu Curió esfria.. mentira é porque não sabe pegar e demora uma eternidade para pegar a ave e ainda não sabe conter.. fica apertando a ave com medo de levar bicada.
Voltando aos exames.. outro detalhe interessante é que muitos laboratórios não identificam os coccídeos adequadamente o que não resolve nada para o cliente, pois interfere na escolha do medicamento para o tratamento.
Outro erro fatídico é a escolha das técnicas para a confecção do exame. As técnicas de escolha vão se Willis, Hoffman e principalmente Faust. Se teu laboratório não faz assim peça para que faça ou saia fora.. lógico que isso seria o modelo excelente de exame, mas confesso que nem eu faço muitas vezes o preconizado; muitas vezes porque a pessoa já chega com o passarinho muito doente.
Enfim, é isso que tinha para falar com vocês. Lembrando que a nova clinica já esta em funcionamento. As adversidades foram muitas ao longo desses quase 6 meses sem uma sede própria. Quem vem me acompanhando ao longo dessa trajetória sabe o quanto sofri, mas nunca desisti de meus objetivos e sonhos. Hoje a clinica ao qual estamos fazendo é um sonho que se torna realidade através de muito trabalho e suor. Valorizem o que é de vocês. Não esqueçam da família e deixo aqui o pensamento do dia que tenta sintetizar essa saga dos últimos meses:  O sucesso nunca é definitivo e o fracasso nunca é fatal. É a coragem que conta. Um grande abraço emocionado e ate a próxima!
Dr. Felipe Victório de Castro Bath
   Médico Veterinário CRMV-RJ 8772
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Foto 1: Foto de divulgação promocional.





Foto 2: Observar o halo de ´´ água ´´ que o papel absorve. Indicativo de problemas bactrianos de maneira geral.


Foto 3: Fezes amareladas. Sugestivo de pancreatite.


Foto 4: Halo em tamanho normal, porém esverdeado. Sugestivo de hepatopatias.



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Piolhos, Ácaros e o uso de Ivermectina em Aves!?

Piolhos, Ácaros e o uso de Ivermectina em Aves!?

Prezados leitores e amigos! Estou de volta. E depois de um tema bombástico anterior que foi a verdade sobre coccidiose hoje é a hora da verdade sobre os piolhos, ácaros e o uso de ivermectina em aves. A cada tema polemico abordado percebo que as pessoas estão cada vez mais atentas e criticas a informação propagada principalmente na internet. Já publicamos aqui inúmeros artigos como pivite em Trinca Ferro, Sinusite em Aves, Clamidiose, Sucesso em aves de torneio e tanto outros ao longo desses quase 2 anos.

Como o tempo passa rápido.. Lembro como se fosse ontem eu todo humilde panfletando na feira da Tijuca (coisa que faço ate hoje) antes que pensem que perdi a humildade.. e encontrando pessoas que são realmente grandiosas como o Oscar Saldanha; Jose Luis (JLC) e tantos outros criadores de renome e hoje percebo como afeto e entro na vida das pessoas com os artigos escritos aqui. A grande satisfação é uma pessoa te ligar e falar exatamente o que você descreve no artigo sem omitir fato nenhum. A identificação precisa da carência de informação técnica sobre o assunto. Isso não tem preço. Mas antes que as lagrimas escorram vamos ao que interessa. Hoje o tema é longo! Estou empolgado! Por isso para não perder o habito fiquem confortáveis e boa leitura.

Os ectoparasitas vão se subdividir nas aves em dois grandes grupos de importância: piolhos e sarnas. E os carrapatos?! Também pertence aos ácaros, mas para nos aqui hoje em pássaros não possui muita importância. E não estou aqui para ficar falando classificação taxonômica. Esses piolhos e ácaros são subdivididos em chupadores (sangue) ou mastigadores (pena).

Sabendo-se disso vamos entender como funciona a ivermectina. Esta deve ser absorvida pelo organismo seja de forma tópica, oral ou outra via e ser metabolizada no fígado tornando-se ativa. Ela age efetivamente causando uma ´´paralisia muscular´´ do parasita e este acaba morrendo de inanição na maioria das vezes. Então já cai a primeira lenda que não adianta usar ivermectina direto em cima do parasita em questão, pois tem que metabolizar no fígado da ave.

A segunda lenda é que a maioria dos ectoparasitas nas aves são mastigadores com raras exceções e por isso o produto não fará efeito, pois a ave esta comendo penas e o não terá contato com o produto mesmo depois de metabolizado. Então meus amigos usar ivermectina e ainda mais de forma indiscriminada para ectoparasitas há grandes chances de errar. E por outro lado vermifugar a ave com o produto vocês já viram na edição passada que é desperdício de tempo e dinheiro.

Vejo milhares de pessoas usando 1 gotinha de ivermectina na coxa ou no bico ou o que é pior veterinários repetindo e propagando o erro em suas consultas dizendo que estão vermifugando a ave ou que é profilaxia para piolhos.. e o pior que as pessoas acreditam e chega a o ponto da pessoa falar que você não vermifugou a ave dela na consulta.. putz aí é o fim da picada aí essa pessoa merece ganhar a coletânea da Revista Pássaros para ler e fazer uma lavagem cerebral de conhecimento.

Hoje existem produtos veterinários a base de ivermectina que possui as suas indicações, mas vejo tanta pessoa usar errado aí depois reclama que intoxicou ou que o produto é ruim. O problema esta quando e onde usar. Essa é a grande questão. O exemplo clássico é sempre assim: minha ave está se coçando e já usei 1 gotinha na coxa e já usei o produto veterinário e ela continua se coçando e arrancando penas.

A resposta é simples, primeiro usar gotinha na coxa não é dosagem e nem terapêutica, isso é pajelança/curandeirismo e não medicina veterinária preventiva. Segunda mesmo que use o medicamento veterinário indicado para aves registrado tudo certinho com certeza faz subdosagem. O produto é claro é 1 gota para 5g de peso da ave. A pessoa quer fazer 3 gotas num Trinca Ferro.. fica difícil no mínimo ele vai pesar 70g o que daria 14 gotas em contato direto com a pele do produto.. outro erro muita gente não afasta as penas para administrar o produto corretamente. O produto é bom, mas não sabem usar. E por fim se você fez tudo certo ficará triste agora, é que ivermectina não possui ação sobre ectoparasitas malófagos (mastigadores).. ahhh.. que triste.. eu sei é um choque para todas as pessoas.

Ahh.. antes que me esqueça usar spray mata barata para acabar com piolhos também é pajelança e das brabas mesmo. Eu não sei o que leva uma pessoa a usar um produto que mata barata na sua vê de estimação! Podia usar na cabeça do filho também !? Depois dessa proponho ate uma pausa para retomar o ar..

Aí sua ave continua se coçando; daí já evolui para automutilação e piora tudo. Automutilação fica para outra hora. Outro exemplo é a ave que coça o olho no poleiro. Com quase toda certeza está com sarna. Mas o Dr. lá falou que era conjuntivite no meu cúrio. Pode ate ser, mas a causa primaria foi pela sarna. Os sinais são claros: irritabilidade, coceira, emagrecimento, etc.

Quando falo muitas vezes para a pessoa que a ave possui piolho ou acaro ela tira o poleiro e bate no papel branco. Todos já fizeram isso. Todos querem ver o danadinho! Mas neste caso de bater o poleiro só vera piolhos vermelhos que chupam sangue das aves. Esse sim a ivermectina fará efeito, assim como nos ácaros que parasitam as vias aéreas principalmente de canários. Mas nem tudo é isso e muitas vezes devem ter uma Micoplasmose associada e cura não é total. Não é tão difícil de uma ave possuir piolhos vermelhos, mas é mais comum quando tem ninho e podem levar a morte rapidamente os filhotinhos.

Então Dr. Felipe qual o melhor produto ou o mais indicado para esses piolhos ou ácaros que mastigam penas. Logicamente tem que ser um produto por contato. Que mate o ectoparasita quando entra em contato diretamente. Temos hoje produtos em pó ou líquidos. Eu particularmente não uso os produtos em pó pelo risco da ave esfregar o olho nas penas e ingestão do produto. Alem do mais você fazer na clinica é uma coisa. A pessoa fazer em casa é totalmente diferente. A pessoa não consegue manusear a calopsita tão bem quanto você e ainda mais colocar produto em pó. Com certeza vai uma pitada no olho certo..

Eu prefiro os produtos líquidos, pois alem de penetrar facilmente as penas e encharcar rapidamente a ave pode pegar nas mucosas que nada ira acontecer com a ave. Irritabilidade são raras pelo produto. O detalhe é fazer isso em dias quentes e secar a sombra ou ao sol dependendo do produto. Hoje existem produtos naturais muito bons, porém estes devem ser feitos por mais tempo e em intervalos menores de administração. E jamais esquecer que dependendo da espécie mais de 90% dos ectoparasitas está nas instalações do criadouro e gaiola, outro erro crucial.

Toda ave é susceptível a piolhos e ácaros. A melhor maneira de evitar é profilaxia e controle. As mesmas coisas que comentamos sempre quarentena de aves novas; exames rotineiros e ter um acompanhamento de um profissional especializado.
Foto 1.: Piolho Malófago (Struthiolipeurus struthionis) de avestruz.





Foto 2.: Observar ao lado da haste central das penas milhares de ovos de piolho Malófago de Calopsita.



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Dr. Felipe Victório de Castro Bath
Médico Veterinário CRMV-RJ 8772
Especialista em Biologia, Manejo e Medicina da Conservação dos Animais Selvagens
Mestre em Microbiologia Veterinária pela UFRRJ

Tel.: (21)81014122/ (21)22786652
(21) 78795270 / 10*96860
Rua Dona Zulmira, 11 Maracana





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domingo, 30 de dezembro de 2012

ESQUEMA DE CRIAÇÃO CURIÓ DO NORTE

ESQUEMA DE CRIAÇÃO CURIÓ DO NORTE

            Olá amigos passarinheiros, é um prazer poder falar com vocês e trocar experiências sobre este assunto que tantas dúvidas gera, principalmente naqueles que estão se iniciando na criação do curió ou de qualquer passeriforme.
            Assim como todo iniciante, quando iniciamos com a criação de curiós vivíamos buscando a melhor maneira de garantir saúde e qualidade de vida aos nossos pássaros, inclusive para que assim pudéssemos ter bons resultados nos torneios, que na época participávamos na fibra de curió. Depois de muito pesquisar e conversar com muitos criadores chegamos à conclusão de que cada um tem sua receita de sucesso, sendo impossível determinar algo que com precisão milimétrica pudesse atender a todos, assim decidimos que com as informações colhidas e as observações da nossa maneira de criar, iríamos montar um esquema de alimentação, suplementação e prevenção de doenças que se adequasse a nossas necessidades e que ao mesmo tempo fosse simples para facilitar o manejo. É disso que vamos tratar nesse artigo.
            Vale lembrar que depois de passar pelos torneios de fibra, depois canto livre, encartamento de filhotes no canto praia clássico, esta temporada 2009/2010 decidimos nos dedicar com afinco na reprodução, e já nesse primeiro ano com 8 fêmeas até dezembro e mais 4 a partir daí, conseguimos nossa meta de 50 filhotes vivos, sendo importante lembrar que tivemos apenas 2 óbitos por doença, os demais que ocorreram foram por acidentes com as fêmeas (todas filhotas de primeira cria), e intoxicados por pó de cimento devido a uma obra que resolvemos fazer no meio da temporada. Ficando aí o alerta a todos: Obra em casa de passarinheiro somente fora da temporada de cria!!!!
            Alguns amigos leitores que nos acompanham há algum tempo pela internet sabem que  nós havíamos optado por usar a ração extrusada como principal alimento dos nossos pássaros, praticamente extinguindo as sementes que eram servidas como guloseimas em comedouro tipo unha esporadicamente,  isso levou nossos curiós a aprender a comer todo tipo de sementes que fornecíamos esporadicamente, mesmo aquelas que antes eles não gostavam, e isso foi muito bom. Porém notamos que isso se deu porque eles ficavam “loucos” para comer alguma semente, pensando nisso começamos a nos indagar se os pássaros não seriam mais felizes se comessem sementes, e então passamos a fornecer as mesmas novamente, apesar de não aparentarem nenhum tipo de apatia.
            Nesse momento resolvemos reintroduzir as sementes na alimentação dos nossos curiós, optando por uma mistura com 70% de sementes (alpiste, todos os painços, senha, quinua, cânhamo e perila) e os outros 30% completamos com extrusada da megazoo e da alcon.
            Realmente notamos que a saúde continuou a mesma, porém notamos mais felicidade em nossos pássaros, por isso indicamos aos amigos que forneçam extrusadas aos seus pássaros, pois é inegável sua qualidade nutricional, mas não abram mão de uma mistura de sementes balanceada, pois com certeza terão pássaros mais alegres.
            Sendo assim, nosso esquema de alimentação, suplementação e prevenção ficou da seguinte forma:

MUDA DE PENAS  (3 meses, abril, maio e junho)

Mistura de sementes e extrusadas todo dia;
Mineral todo dia;
Farinhada de segunda a sexta;
Vitagold todo sábado;
Hemolitan Pet 7 dias seguidos no início da muda (após a primeira grande derrubada de penas), descanso de 7 dias, 7 dias de vitagold e hidrovit intercalados, 7 dias de descanso, 7 dias de vitagold e hidrovit intercalados, 7 dias de descanso e mais 7 dias de hemolitan pet;
Trocar bebedouros aos sábados;
Trocar fundo todos os dias;
Banho todo dia;
Trocar toda a comida no sábado;
Limpar as prateleiras no sábado;


MANUTENÇÃO (2 meses, julho, agosto)

Julho:
Vermifugação com ivermectina e mebendazol no primeiro dia mais dois dias só com mebendazol, repetir após 15 dias;
Preventivo de Coccidiose, usamos o coccinon da angercal;
Mistura de sementes e extrusadas todo dia;
Mineral todo dia;
Farinhada de terça e quinta;
Vitagold  sábado;
Trocar bebedouros aos sábados;
Trocar fundo todos os dias;
Banho todo dia;
Trocar toda a comida no sábado;
Limpar as prateleiras no sábado;

Agosto:
Mistura de sementes e extrusadas todo dia;
Mineral todo dia;
Farinhada de terça e quinta;
Vitagold  sábado;
Trocar bebedouros aos sábados;
Trocar fundo todos os dias;
Banho todo dia;
Trocar toda a comida no sábado;
Limpar as prateleiras no sábado;



PREPARAÇÃO ( 1 mês, setembro)

Vitamina E na farinhada o mês todo;
Deixar os machos em gaiolões voando e se exercitando;
Mistura de sementes e extrusadas todo dia;
Mineral todo dia;
Farinhada de segunda a sexta;
Vitagold  sábado;
Trocar bebedouros aos sábados;
Trocar fundo todos os dias;
Banho todo dia;
Trocar toda a comida no sábado;
Limpar as prateleiras no sábado;




CRIAÇÃO (6 meses, outubro, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e março)

Mistura de sementes e extrusadas todo dia;
Mineral todo dia;
A partir do dia em que a fêmea dá sinais que vai pedir gala, fornecer pepino, farinhada e vitagold todos os dias até botar o último ovo;
Suspender farinhada e qualquer vitamina enquanto a fêmea estiver chocando para evitar diarréia do ninho ou qualquer intoxicação da fêmea, pois a mesma passa muito tempo sem evacuar nesse período;
Nos primeiros 7 dias de vida dos filhotes colocar 1 gota de própolis e 100mg de terramicina num bebedouro de 50 ml;
Farinhada todo dia enquanto está com filhotes;
Vitagold  aos sábados;
Trocar bebedouros aos sábados;
Trocar fundo todos os dias;
Banho todo dia, exceto para as fêmeas com filhotes menores de 20 dias;
Trocar toda a comida no sábado;
Limpar as prateleiras no sábado;

            Não temos a pretensão que todos sigam esse esquema nem tão pouco de que este seja melhor que outros, mas esperamos que este artigo sirva de orientação para que principalmente os que estão iniciando, no sentido de desenvolverem seu sistema de criação. Respeitando as diferenças e peculiaridades de cada criação, podemos dizer que estamos satisfeitos com o esquema que desenvolvemos afinal nunca tivemos mortes em pássaros já adaptados ao nosso sistema, todos nossos galadores e matrizes mostraram ótima fertilidade e a mortandade de filhotes por doença foi baixíssima ao nosso ver.
             Dessa forma me despido dos amigos, desejando uma nova temporada cheia de filhotes a todos.



                                                           Juliano Guerra – Criatório Curió do Norte


Fonte: www.curiodonorte.com.br