quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Preparando um campeão.

Prezados leitores e amigos! Depois de um ´´tour´´ pelos psitacídeos e cativar o público feminino vamos falar de papo de homem que são os Torneios de Fibra. Em minhas idas e vindas pelos clubes cariocas e vendo algumas etapas do nosso estadual e o Nacional disputado aqui no RJ sempre vem alguém e me pergunta: Como um Trinca ou Coleiro pode superar os 200 cantos tão fácil!? Será que eles usam algum estimulante na água!? Então trazendo mais uma vez a verdade de uma forma descontraída estaremos hoje no nosso artigo abordando um tema muito polêmico que é o estímulo em aves de torneio.
A preparação de uma ave de torneio já começa no ano anterior fazendo com que essa ave faça a muda na época certa, fazendo com que esteja apta logo nas primeiras etapas o que garante uma enorme vantagem, pois depois tirar a diferença é meio difícil hein!? Essa preparação passa ainda pelos exames rotineiros (parasitológico de fezes) e até mesmo cultura e antibiograma e micoplasmose. Depois disso eu diria que você já pode ir começando a prepará-la para entrar no ritmo de torneio, ok.
Aí me vem a pergunta: Como esse coleiro canta tanto?! Há pássaros que são fenômenos e nasceram para isso. É o Pele das aves e Pele só teve um até agora. Mas o que vocês vêem hoje começou ano passado com uma pequena ajuda do veterinário especializado. A dinâmica de um Torneio é meio complexa e desgastante, então aí vem a nossa primeira preocupação. Alguém já viu atleta sério dormir tarde ou sair em noitadas!? É dedicação exclusiva pensando 24 horas na competição. Assim deve ser com nossas aves. Dormir cedo e em silêncio é fundamental. Dieta equilibrada e poleiros adequados também.
Outro fator interessante é que algumas aves quase não comem no dia do torneio e conseqüentemente o tempo perdido em que estariam comendo estão cantando, aumentando assim sua média final. Tem aves que realmente são muito guerreiras e disputam o tempo todo e quase não comem, mas tem aves que precisam de uma ajudinha para isso. A genética influencia com certeza; umas visitinhas no mato para badernar com ave solta também, mas a ciência explica o resto.
Mas já vi colocarem de tudo na água pensando neste propósito. Já vi usarem uma marca famosa de repositor hidroeletrolico com esse objetivo; só esqueceram de mencionar que ave não sua, ok. Já vi colocarem inúmeros suquinhos no bebedouro. Mas o que surte o efeito tão sonhado e esperado é aumentar a glicose de sua ave naquele momento. Só sentimos fome porque os níveis de glicose no sangue caem e o nosso cérebro avisa que é hora de comer! Então a única forma de fazer com que sua ave não sinta tanta fome é aumentando o nível de glicose circulante naquele momento.. simples né?!
Pensando nesse intuito os açúcares de cadeia curta e fácil digestão seria os mais indicados como os usados para Beija Flor. Mas cuidado, não é toda ave que gosta da água com o produto; por isso façam um teste antes, ok. Essa meus amigos é o único ´´dopping´´ que vocês vão ver ou realizar em uma roda de pássaros, aumentando em média 10% o número de cantos o que pode te render algumas colocações e até mesmo beliscar um Troféu, ok. Não caiam no papo de passarinheiro quando dizem que colocam testosterona na água; injeção de ADE no peito e por aí vai as besteiras propagadas e faladas .. tudo baboseira!
Estou me mudando para uma sede nova, maior, melhor e 24horas. Vem novidade boa por aí. Aguardem. Na próxima edição eu volto com mais um tema polêmico. Deixo o pensamento do dia: ´´ “Se respeitar às aves como elas são, você poderá ser mais eficaz ajudando-as a se aperfeiçoarem. Pense nisso e até a próxima!
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Dr. Felipe Victório de Castro Bath
Médico Veterinário CRMV-RJ 8772
Especialista em Biologia, Manejo e Medicina da Conservação dos Animais Selvagens
Mestre em Microbiologia Veterinária pela UFRRJ

Tel.: (21)81014122/ (21)78795270
ID.:10*96860 / (21)22786652
felipebath@hotmail.com / www.niaas.com.br

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