sexta-feira, 24 de maio de 2013

Sinusite Crônica em Aves: A famosa verruga no nariz

Sinusite Crônica em Aves: A famosa verruga no nariz


Prezados leitores e amigos! Apesar de ser um fã inveterado de Trinca Ferro e competições admito que adorei escrever sobre psitacídeos. A resposta das meninas (especialmente as de Niterói) ao tema passado (Clamidiose) foi ótima. E para você que me acompanha nessa maravilhosa coluna há algum tempo presenteio vocês, meninos e meninas (como diria Renato Russo), com um tema bem interessante que é sinusite em aves. Então, senta aí e vamos embarcar comigo nessa leitura.
A sinusite crônica em aves ao pé da letra seria uma inflamação dos seios nasais e paranasais normalmente associada a uma causa infecciosa ou parasitária. Apenas para constar o pús na ave é denominado cáseo e se apresenta de forma endurecida e nunca líquido igual ao nosso. O sinal clássico da sinusite crônica é o aumento do diâmetro da narina normalmente de um dos lados e ainda a presença de uma massa endurecida nessa narina.
Aí é que começam as historias de passarinheiros.. muita gente diz que a ave tem verruga, pipoquinha, caroço, bouba, tumor.. dizem de tudo menos que é sinusite. Qualquer ave pode ser acometida. É muito comum em Coleiros e Trinca Ferro, mas Calopsitas e Papagaios também podem apresentar. Essa massa na narina da ave deve ser removida e evidenciar a causa primaria é fundamental.
Não adiante querer usar produtos a base de iodo ou colírios humanos na narina da ave.. Agentes bacterianos normalmente estão envolvidos, mas ácaros no sistema respiratório não são raros. A cura completa da ave é conseqüência de um diagnóstico correto. O tratamento muitas vezes é de médio prazo e além do uso de antibióticos muitas vezes é fundamental aumentar a imunidade da ave.
Os fatores predisponentes que levam a doença são diversos, como exposição ao frio ou vento, fatores alérgicos, etc mas sempre estão relacionados a uma queda de imunidade da ave; então na verdade muitas vezes uma ave acometida por sinusite demonstra que algo está errado e causas sistêmicas devem ser investigadas como clamidiose, coccidiose ou qualquer outra doença que leva a baixa imunológica, ok.
A narina assim como o bico em casos mais graves ficam deformados para sempre. Se não tratado a sinusite pode evoluir levando a ave a óbito ou a seqüelas no canto se esta for de competição/torneio. Aves que apresentam rouquidão em decorrência de sinusite normalmente ficam fanhas para sempre.
Se sua ave apresenta sinusite a melhor opção é consultar o seu veterinário especializado. Despeço-me por aqui e como não poderia faltar deixo o pensamento do dia: ´´ Cuidado com o atendimento leigo, pois de boas intenções o inferno está cheio´´ Pensem nisso e até a próxima!


Foto 1.: Agapornes apresentando o sinal clássico de sinusite que é o aumento do diâmetro da narina normalmente de um dos lados.


Foto 2 e 3.: Curio femea apresentando massa caseosa na narina. Observe a deformidade no bico e o tamanho da narina.

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Dr. Felipe Victório de Castro Bath
Médico Veterinário CRMV-RJ 8772
Especialista em Biologia, Manejo e Medicina da Conservação dos Animais Selvagens
Mestre em Microbiologia Veterinária pela UFRRJ
Tel.: (21)81014122/ (21)78795270 / ID.:10*96860
(21)22786652 / (21)32341775

Muda Vitaminada: Certo ou errado?!

Muda Vitaminada: Certo ou errado?!
Prezados leitores a amigos! Estamos em uma época propícia ao tema daí a nossa escolha. A pergunta do momento é: o que posso fazer quando meu pássaro está em muda? A resposta é complexa e vamos tentar discutir alguns pontos.
 Quando a ave está nesse período de muda seja de penas ou de bico é uma fase de sensibilidade da ave e é neste momento que uma consulta de rotina com o seu médico veterinário especializado deve ser realizada, juntamente com um exame parasitológico de fezes e até outros mais elaborados como salmonelose e mocoplasmose. É o momento também de descanso dessa ave, principalmente se está for de competição.
Esse período de muda seja de penas e/ou bico a ave fica mais quieta e letárgica mesmo. O canto diminui bastante e este não deve ser estimulado. Nessa fase coloque sua ave em local tranqüilo, mais escuro e sem contato visual ou sonoro com outra ave. Pode se manter na capa na maioria do tempo para proteção mesmo. O uso de ferro ou iodo na água só deve ser feito com o acompanhamento de seu veterinário e o intuito é forçar ainda mais essa queda de penas. Vejo muita gente usando ferro após a muda de penas e o resultado é um repasse de penas. Tem o momento certo de se usar esse artifício, ok.
 Neste período além do reforço na dieta as aves devem ter uma maior percentual de proteína na dieta, assim como de vitamina A, além dos aminoácidos essenciais para que estas penas e/ou bico se renovem mais rapidamente e com qualidade. Isso é alcançado se fornecendo farinhada de ovo a elas, ou ainda outra fonte de proteína como o próprio ovo cozido e tenébrias. Mas cuidado para não engordar essa ave.
 O uso de vitaminas do complexo B não tem muita utilidade nesse período. Primeiro que não vai ajudar em nada nesse período e por acabar estimulando a ave a comer mais podemos terminar a muda com uma pequena a dieta a fazer depois. 
O bico também passa por uma renovação natural e fica descascando ou com o aspecto rachado. Esse é um processo de maior sensibilidade nesse bico onde a alimentação deve ser tenra e verduras verdes escuras (couve, chicória, almeirão) são bem vindos na dieta assim como milho e pepino, por exemplo.
 Ainda em relação ao bico uma técnica simples que suaviza a muda é lixar o bico com uma lixa de unha mesmo removendo as imperfeições; após isso pode se passar no bico óleo de cravo que se compra em lojas de produtos naturais. Cuidado com a narina do pássaro e para ele não comer o produto. Na duvida procure auxilio veterinário especializado, ok.



Despeço-me por aqui e um grande abraço a todos!


Figura 1 e 2.: A foto da esquerda mostra um curió que além da muda de bico possui um crescimento anormal de bico inferior. A foto da direita mostra a mesma ave após lixar e passar o óleo de cravo. 

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Dr. Felipe Victório de Castro Bath
Médico Veterinário CRMV-RJ 8772
Especialista em Biologia, Manejo e Medicina da Conservação dos Animais Selvagens
Mestre em Microbiologia Veterinária pela UFRRJ
Tel.: (21)81014122/ (21)78795270 / ID.:10*96860
(21)32341775 / (21)22786652

quinta-feira, 25 de abril de 2013

A importância de um correto manejo da desinfecção

A importância de um correto manejo da desinfecção
Por: Eduardo C. Rosatti
Quinabra - Quimica Natural Brasileira Ltda
INTRODUÇÃO
Atualmente, para sustentar bons resultados e manter a lucratividade na atividade avícola, principalmente em sistemas de produção intensiva, devemos levar em conta três fatores básicos: higiene e sanidade animal, melhoramento genético e alimentação adequada.
Uma boa prática de higiene e sanidade, requer a adoção de medidas preventivas que melhoram a qualidade de vida dos animais e com isso reduz o uso de medicamentos, além de reduzir a taxa de mortalidade, aumentar a taxa de crescimento e melhorar a conversão alimentar.
O correto manejo da desinfecção é uma das principais ferramentas de higiene e sanidade que consiste na destruição ou controle de agentes infecciosos presentes no meio ambiente, por processos químico ou físico. O uso de produtos químicos é a prática mais usual e efetiva na desinfecção.
Vazio sanitário
O primeiro passo de um bom processo de desinfecção é fazer uma limpeza rigorosa das instalações e equipamentos eliminando ao máximo a matéria orgânica das superfícies. O processo de limpeza, após a saída do lote, consiste em retirar o esterco, varrer o piso, remover restos de ração nos comedouros, lavar as gaiolas vazias e o galpão com água pressurizada. Com a remoção da matéria orgânica, a atuação do desinfetante será mais efetiva. Após a aplicação do desinfetante, esperar por sete dias para entrada do novo lote.
Manutenção
Com as novas aves alojadas nas gaiolas, fazer a desinfecção uma vez por semana, pulverizando a solução sobre as aves, atentando para o uso de produtos não tóxicos e nem irritantes para os animais.
Vale lembrar que o manejo de desinfecção é somente um suporte e não substituto de outras medidas higiênicas tais como a proibição ou o controle de entrada de veículos na granja, cinturão verde, depósito de esterco afastado da granja entre outros. Em um programa de desinfecção, nunca misturar ou combinar desinfetantes, pois esse procedimento pode surtir efeito negativo como a neutralização ou até mesmo obtendo-se um subproduto tóxico.
Desinfetantes
Os desinfetantes comumente usados são a amônia Quaternária, Glutaraldeído e a Soda Cáustica. Os compostos de Amônia Quaternária são empregados em pisos, paredes e equipamentos, tem boa ação penetrante, por isso são muito úteis em superfície porosa, mas tem pouca ação contra fungos e vírus e atividade reduzida na presença de água dura. O Glutaraldeído é um desinfetante de largo espectro e é ativo na presença de matéria orgânica, mas não se recomenda sua aplicação sobre os animais, além de seus resíduos contaminarem os alimentos. A soda cáustica inibe o crescimento e desenvolvimento de muitas bactérias, mas não tem efeito sobre os esporos bacterianos, além de ser tóxico, irritante e corrosivo.
Novas tecnologias em desinfetantes vêm sendo amplamente desenvolvidas, dentre as quais podemos citar os ácidos orgânicos (ácido ascórbico, cítrico e lático), que possuem amplo espectro de ação, boa estabilidade na presença de matéria orgânica e podem ser aplicado sobre os animais e na presença do homem por não serem tóxicos, quando nas dosagens corretas, além de serem biodegradáveis.
A importância do Rodízio
Como sabemos, a maioria dos desinfetantes quimioterápicos, quando usados constantemente, abrem a possibilidade dos microrganismos adquirirem resistência à sua ação desinfetante, tornando-se ainda mais agressivas e conseqüentemente causando mais danos, por isso é extremamente importante fazer rodízios de desinfecção visando anular essa possibilidade.
Custo x benefício
O investimento em higiene e sanidade é justificável, pois ele irá reduzir a incidência de enfermidades, tais como Gumboro, Laringotraqueíte entre outras, que atuam negativamente sobre a produção. Conseqüentemente o granjeiro terá menor queda de produtividade o que resulta em uma maior rentabilidade, além disso irá desembolsar menos recursos com medicamentos, o que nos leva a concluir que o investimento em desinfecção realmente vale a pena.
Fonte: www.criadourorenascer.com.br

Alimentos Funcionais - Prebióticos e probióticos

Alimentos Funcionais - Prebióticos e probióticos
Por ALFONSO BARRA,
Membro da C.R.O./COM
Tradução: Eduardo C. Rosatti
Quinabra - Quimica Natural Brasileira Ltda
INTRODUÇÃO
Recentemente tem surgido com todo seus atrativos entre os criadores que praticam a Ornitologia Desportiva (que já conhecíamos e tínhamos experiência com o uso de algum probiótico em nosso aviário) a inquietude em conhecer e entender o que são e como atuam no organismo dos pássaros de gaiola os prebióticos.
Dado a novidade do tema e a importância que, para melhorar a salubridade, evitar o stress, retardar o envelhecimento e proporcionar uma ótima qualidade de vida aos pássaros de companhia, pode implicar na aplicação de algum prebiótico ou probiótico, é o que me leva a publicar este trabalho meramente informativo.
Iniciarei indicando como define a palavra prebiótico a Dra. I. Goñi, da Faculdade de Farmácia da Universidade Complutense de Madrid, quando disse que é o “ingrediente alimentar não digestível que afeta beneficamente o hospedeiro que o ingere, estimulando de forma seletiva o crescimento e atividade, de um numero limitado de espécies bacterianas benéficas residentes no intestino”, que em nosso caso e o dos pássaros de gaiola.
Assim mesmo direi que a palavra probiótico é definida pelo Prof. B. Mayo, do C.S.I.C em Astúrias, como “suplementos alimentícios com bactérias vivas que contribuem para manter o equilíbrio microbiano do trato intestinal”.
Há mais de duas décadas a utilização de lactobacilos intestinais já era conhecido, se bem que atualmente se utilizam outras varias cepas de agentes microbianos “ amigos”.
Resumindo, creio que pode-se dizer que os prebióticos e os probióticos formam um conjunto de elementos conhecidos e denominados alimentos funcionais, que são “ingredientes alimentares que produzem efeitos benéficos para a saúde”; são básicos para entender como é possível operar de maneira natural e benéfica sobre o sistema imunológico dos pássaros para evitar, amenizar ou reduzir os efeitos nocivos das doenças, melhorando a qualidade de vida das aves em nossos aviários.
ANTIOXIDANTES NUTRICIONAIS
A informação e experiência sobre o uso e aplicação em meu aviário do prebiótico “EVENCIT ORNIT” é recente e conseqüência de haver contatado a Empresa Probena, S.L., com sede em Pinseque (Zaragoza), que é quem importa e comercializa dito produto, depois de haver lido na publicação “Selecciones Avícola” o trabalho “Vuelve el império de la natural”, de quem é autora a Dra. Elinor Mc. Cartney de Pen e Tec Consulting.
O prebiótico “EVENCIT ORNIT” é um extrato de cítricos bioestabilizados, que oferece alta disponibilidade de bioflavonóides e ácido ascórbico (vitamina C), entre outros componentes naturais próprios dos cítricos.
A empresa PROBENA, S.L. me colocou em contato com sua veterinária especializada em nutrição animal, Marta Navarro, que possui um alto nível cientifico e técnico e me serviu amplas informações sobre os benefícios que podem oferecer tal produto complementando a alimentação dos pássaros. Com seu assessoramento iniciei uma serie de testes práticos de aplicação dos prebiótico, corretamente dosado e administrado com a farinhada de cria.
Os resultados iniciais destes testes parecem ser positivos, razão pela qual me decidi a redigir este trabalho, uma vez que considero ser interessante para o conhecimento dos que praticamos a ornitologia desportiva.
Em qualquer aviário, pode ocorrer uma serie de circunstancias capazes de introduzir elementos patogênicos infecciosos com capacidade para provocar um stress social e ambiental, suficiente para incrementar as doenças de nossos pássaros. Circunstancias estas que podem ser:
Entrada de novos exemplares adquiridos ou intercambiados com o propósito de melhorar o plantel de reprodutores ou reduzir a consangüinidade;
Saídas de nossos exemplares para Concursos e Exposições;
Excessivos números de visitas não previstas ao aviário;
A aquisição e reposição de estoque de sementes e outros alimentos;
Mudanças bruscas de temperatura e outras circunstâncias do manejo diário.

Ademais, quando possuímos algum exemplar que por sua importância genética, sua qualidade reprodutora e sua beleza fenótipa, a qualidade na interpretação da partitura nos canários de canto, a beleza de sua forma ou posição quanto a postura, sem darmos conta dos cuidados especiais (geralmente sentimental) com as aves que envelhecem e são mais vulneráveis aos efeitos negativos citados anteriormente.
O envelhecimento dos pássaros de gaiola não se pode considerar como uma enfermidade, se não como uma perda progressiva e imperceptível da capacidade de adaptação como conseqüência de um déficit da reserva funcional de seus diferentes órgãos, ou seja, uma síndrome geriátrica.
Estudos recentes têm evidenciado que os antioxidantes nutricionais naturais, possuem capacidade suficiente para prevenir doenças e melhorar a qualidade de vida dos seres que os ingerem. Cada vez adquire mais adeptos a idéia de que a administração prolongada de um suplemento, ou ingrediente adicional antioxidante a dieta diária é capaz de potencializar os mecanismos de defesa natural dos pássaros.
O prebiótico “EVENCIT ORNIT”, objeto deste trabalho, é um produto de origem natural obtido a partir de quatro variedades de cítricos: o pomelo, a tangerina, a bergamota e a laranja, todos eles ricos em vitamina C, bioflavonóides e ácidos graxos polinsaturados que atuam sobre o organismo do pássaro, com um período de ação lenta mas de forma progressiva e contínua.
A associação de bioflavonóides e vitamina C, possui efeitos sinérgicos que potenciam sua atividade antioxidante metabólica. O primeiro nível de atuação do produto se realiza no trato digestivo, onde exerce uma ação reguladora da flora intestinal, uma vez que protege as mucosas digestivas. Uma vez efetuada tal absorção protege o sistema imunológico do pássaro, com o que se melhora a resposta do organismo ao stress e as doenças.
A partir da segunda semana de administração do produto, quando comecei a observar que as fezes depositadas nas bandejas das gaiolas eram mais compactas (menos liquidas do que o normal), apesar de que os pássaros continuavam consumindo a mesma dieta habitual, incluindo o fornecimento diário de alface e maçãs. Até hoje venho observando:
Que o “odor clássico e peculiar do aviário”, como conseqüência do depósito – em meu aviário semanal – no fundo das bandejas de gaiolas, reduziu notavelmente apesar das elevadas temperaturas de verão;
Que o cruzamento continuou normal;
Que a muda ocorreu bem e a fixação dos pigmentos carotenóides, de uso habitual nos pássaros de fator vermelho foram assimilados perfeitamente;
Que não houve mortalidade com índices superiores ao normal neste período de cria e que os pássaros tanto jovens como adultos estão sadios, cantantod, bem pigmentados e com plumagem brilhante e aderido ao corpo.

Por tudo isso e a nível pratico, creio que a administração deste prebiótico seguramente nos ajudara a controlar patologias intestinais dos pássaros, a estimular o sistema imunológico, a reduzir o stress ambiental e a retardar o envelhecimento melhorando assim a saúde de nossos pássaros.
CONCLUSÕES
Para terminar, direi que o que de maneira especial me levou a redigir este trabalho informativo foi lembrar que “a arte de curar com elementos naturais originários do reino vegetal é tão antigo como a própria humanidade”, como já disse em trabalho anterior sobre fitoterapia.
As técnicas atuais permitem melhorar o conhecimento e o uso destas substancias naturais para nosso beneficio, o que facilita reservar as substancias sintéticas (como antibióticos) para combater situações infecciosas concretas e importantes, reduzindo a aparição de resistências bacterianas aos antibióticos.
Considero, pois, que pode ser interessante para os aficionados criadores de pássaros – sob orientação de seu veterinário habitual – estarem interados dos resultados de testes até hoje positivas, obtidas em meu aviário com o prebiótico “EVENCIT ORNIT”.
Referencias Bibliograficas:
Dra. Elinor Mc. Cartney, "Selecciones Avícolas" de abril de 2002
Prof. Baltasar Mayo. "Canal Salud", 2000-2001.
Dra. Isabel Goñi, Faculdad de Farmacia U. Complutense, Madrid.
Información Técnico-científica facilitada por Probena, S.L. – 2002.
Control de experimentación práctica dirigido por la veterinaria Marta Navarro.
Fonte: www.criadourorenascer.com.br

terça-feira, 19 de março de 2013

Calosidades em Aves de Torneio: Que mistério é esse.

Calosidades em Aves de Torneio: Que mistério é esse.


Prezados leitores e amigos! A muda já passou e quem fez fez e quem não fez é melhor correr atrás do prejuízo, pois está na hora de prepararmos nossas aves para os torneios que se aproximam. Como sempre gosto de trazer a verdade de um ponto de vista cético e irreverente até vocês, estaremos hoje no nosso artigo abordando um tema muito polêmico que é a calosidade. Então, senta aí e vamos lá!
A calosidade é o resultado da resposta do organismo a uma pressão/injúria contínua. A pele responde a essa pressão ficando mais grossa. O "engrossamento" da pele ajuda no começo, porém no decorrer do tempo acumula-se e torna-se uma irritação. O aumento resulta na elevação da pressão e desconforto.
No atendimento clinico do dia a dia vejo inúmeras aves com calosidades. Mas temos que descobrir a causa disso. Dentre elas temos: os poleiros de madeiras gastos e lisos demais que faz com que a ave escorregue continuamente; poleiros muito grossos para a ave em questão; o pisar (aprumo) errado da ave, a falta de dedos ou unhas tortas que prejudicam a fixação da ave no poleiro e a grande vilã que também nos afeta, a obesidade.
Com certeza se sua ave possui calos nos pés ela deve se enquadrar nas causas citadas. Não confundam calosidade com pododermatite que é outra história, muitas vezes os calos evoluem para tal, mas são diferentes. Outro fato interessante é não confundir com Micoplasmose (Mycoplasma synovea) que afeta a articulações das aves aparecendo uma lesão nodular muitas vezes ulcerada nos dedos que muitos falam que foi o mosquito que picou ou foi xixi (é xixi mesmo!) de lagartixa... Isso não existe!
Voltando ao que interessa. Então Doutor é só trocar o poleiro e resolvo meu problema!? Ou piora né?! Nem tudo é poleiro. Mas a colocação de poleiros macios como os emborrachados pretos auxiliam bastante, pois vai ao mínimo deixar mais fofinho para a ave. A higienização e a troca rotineira são necessários, ok. Uma ótima opção para isso são produtos a base de amônia quaternária, que também atuam sobre coccídeos.

Trinca Ferro é o recordista em obesidade que associado a poleiros de madeira lisa dão uma combinação ótima para o surgimento de calos e o poleiro emborrachado seria o mais indicado. Curió e bicudos possuem mais defeitos de aprumos e empuleiração, aí nesses casos os frisados ou a colocação de um poleiro mais fino resolve o problema.

Outro fato interessante que percebi é que muitos na roda de trinca colocam o poleiro muito junto da grade (1º espaço). Eu sei que o propósito e disputar com o do lado e tal, mas vejo muitas aves escorregarem e não terminarem o canto. Observe seu pássaro na roda para ver se escorrega do poleiro ou não.

Então quer dizer que só o poleiro de borracha serve!? Claro que não. Cada um possui uma indicação que se encaixará melhor para o seu pássaro. Para isso procure sempre auxilio veterinário especializado, ok. Já que o intuito é interagir e sempre trazer alguma coisa útil para vocês, e ainda para saber se sua ave precisa ir ao veterinário lanço o desafio do mês.

Peguem seus pássaros na mão (com carinho, pois já finalizaram muda). Coloquem eles de patinha pra cima e observem a sola dos pés (patas) deles. O início do calo fica muito parecido com a foto1 (Trinca Ferro) onde temos uma área levemente rosada indicando um desgaste maior da região. Se sua ave está assim é melhor buscar ajuda. O tempo é curto. E como diria o Impostor do Pânico: Qual será o próximo desafio?! Enviem sugestões de matérias. Despeço-me por aqui e um grande abraço a todos! Até a próxima!



Foto 1: Área de desgaste na sola da pata. Foto 2: Diferentes tipos de poleiros.






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Dr. Felipe Victório de Castro Bath
Médico Veterinário CRMV-RJ 8772
Especialista em Biologia, Manejo e Medicina da Conservação dos Animais Selvagens
Mestre em Microbiologia Veterinária pela UFRRJ

Tel.: (21)81014122/ (21)78795270 / ID.:10*96860
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Infertilidade na Criação

Infertilidade na Criação em Cativeiro de Aves Silvestres:
Afinal o que faço de errado!?


Prezados leitores e amigos! É com grande prazer que escrevo pela primeira vez para vocês leitores da Revista Passarinheiros. O objetivo nesta coluna é trazer de forma descontraída e sem palavras elaboradas a verdade sobre algum assunto no nosso cotidiano das aves. Enfim, para aqueles que não me conhecem eu sou o Dr. Felipe Bath. Então meus amigos se acomodem e boa leitura.

Uma das perguntas mais ouvidas na internet é: O que fazer para meu galador voltar a encher ovo!? As pessoas pensam que existe um remédio único e milagroso que trará a sua maravilhosa ave ao apogeu de Afrodite. Não existe milagre. O primeiro passo é observar se sua ave esta em condições de reproduzir, ou seja, esta obesa ou não. Ave obesa não reproduz pelo simples fato de superaquecer a mesma levando a uma não produção de espermatozóides ou óvulos na fêmea.

O segundo passo é observar as condições higiênico-sanitários do plantel. Muitos criadores só gritam por ajuda quando já perdeu mais de 50 ovos em branco.. Todo criador deve pensar com 1 ano de antecedência os seus passos. Não adianta que não vai salvar a temporada no meio. Todo plantel deve fazer exame parasitológico de fezes. É o mínimo!! Mas se for uma pessoa com visão fará também cultura e antibiograma, salmonelose e micoplasmose.

A visão empresarial deve mudar. Isso se chama investir no seu plantel. Muitos compram galadores por pequenas fortunas e não investem 1 real com veterinário, exames e profilaxia. E quando investe quer resultado imediato, para estes prefiro nem atender..

Então, já vimos que obesidade atrapalha tanto o macho quanto a fêmea, assim como outras doenças como micoplasmose, salmonelose e outras bactérias. Conto um segredo, 90% dos seus problemas estão aqui. Agora o grande vilão de todos é o excesso de medicamentos que vejo usarem.. é remédio pra tudo.. é prevenção que escuto falar.. prevenção de que!? Alguém toma remédio para prevenir gripe, diarréia ou pneumonia.. só se for um hipocondríaco. Outro fato é o uso de medicamentos sem rótulos e inapropriados que se vendem a cada Torneio.. se é tão bom porque não usa para si próprio!?

Vamos amadurecer e termos senso critico das coisas. Ainda bem que proibiram a venda de antibióticos sem prescrição de um profissional. A guerra mercadológica é absurda e parece que existe alguém gritando comprem.. comprem.. medicamento só com o consentimento do seu veterinário.

Não existe milagre. Em fêmeas vocês devem ter o mesmo raciocínio. Vejo muita gente sobrecarregar suas fêmeas de carbohidratos e proteínas como se isso fosse resolver todos os problemas. Vejo muita gente dar ração de codorna e galinha para Curió somente pela ganância de vê-la colocar 3 ovos. A fábrica um dia vai parar e uma fêmea que deveria viver no mínimo uns 20 anos não passa de 8. Valeu à pena?! A vida útil reprodutiva seria muito maior se respeitássemos mais a fisiologia de nossas aves.

Afinal Dr. o que faço de errado para meu macho não encher ovo?! É uma mistura de despreparo, desqualificação de mão-de-obra e desespero em ver seu patrimônio simplesmente desvalorizado em 1 ano. Então quando já vem com a historia que o macho não enche ovo. Pergunto se sinceramente quer recuperá-lo ou não, pois amigo criar é uma arte. Não automediquem suas aves, pois com certeza só vai piorar a situação delas. Despeço-me por aqui com o ar de tristeza de que poucos farão os exames, mas com a cabeça tranqüila de dever cumprido. Espero estar de volta em breve. Deixo o pensamento do dia: ´´ Ter falhado significa ter lutado. Ter lutado significa ter crescido´´.



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Dr. Felipe Victório de Castro Bath
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Coccidiose: Entendendo o Mistério!

Coccidiose: Entendendo o Mistério!


Prezados leitores e amigos! Agora que estão todos com suas aves ganhando troféus conforme edição passada me volto a uma questão que nunca havia falado aqui. Eu trago hoje para vocês a verdade sobre a coccidiose. Aí vocês me perguntam vai ser a mesma historinha dos outros. Eu digo a vocês que vocês serão surpreendidos pela verdade. Então trazendo de forma descontraída e irreverente estaremos hoje abordando a verdade sobre a coccidiose e verminoses.

Vamos separar o nosso bate papo. Vamos começar pelas verminoses. Vou tentar ser simples, ok. Sem muitas palavras difíceis. Uma ave pode ter verme propriamente dito que se dividem em nematóide e trematóides (redondo ou chato). O ciclo evolutivo da maioria dos vermes intestinais das aves necessita de um hospedeiro intermediário no ciclo que será sempre um invertebrado (minhocas). Então já começamos com a nossa primeira revelação: uma ave de gaiola dificilmente terá verme. Por que isso Dr.?? Por que esses nematóides em quase sua totalidade precisam de um hospedeiro intermediário ou paratêmico para fechar o ciclo. Esses hospedeiros são normalmente minhocas de vida livre. Ora ora.. então você concorda comigo que quem tem verme é ave de terreno (galinha, pavão, etc). Aí vem uma duvida terrível na cabeça de vocês. E o verme da traquéia que muita gente fala.. eu nunca vi! Isso se dá pelo fato do seu Trinca Ferro não ir ao chão comer hospedeiro intermediário. Mas fulaninho me falou que todo Trinca tem. Enfim.. e como agem esses antiparasitários?! Temos vermífugo que mata verme. as bases são muitas como o mebendazol, albendazol, febendazol e por aí vai. Ora, se eu estou falando que ave de gaiola não tem verme. Porque dar vermífugo?! Enfim, comprovem fazendo exame de fezes em suas aves. Ave não é um cãozinho que toma remédio de verme de tempos em tempos. Vamos ser mais realistas e críticos. Vamos passar para o próximo raciocínio.

Então ave de gaiola não tem nada?!? Claro que tem. Tem Coccídeos! Esses coccídeos são divididos em uma série de espécies. em ordem de importância temos Isospora spp (90%) Eimeria spp (5%) e os outros (5%).. e porque a ave tem mais coccídeos!? Porque são de ciclo direto. A ave elimina o coccídeo nas fezes e este fica na gaiola e em média em 5 dias matura e vira infectante. Daí a ave se contamina de novo. Perceberam porque a lenda de dizer que a doença está na gaiola existe. É verdade! Mas existem desinfetantes para isso (Amônia Quaternária). O segredo além de combater o protozoário de forma correta esta em desinfetar da mesma forma o ambiente em que sua ave vive.

Como você pode ver são inúmeras espécies de coccídeos e cada um se trata de uma forma. Isospora é de uma forma Eimeria é de outra. Enfim não adianta dar um remédio como preventivo entendeu!? Usar coccidiostático não mata o coccídeo. Você faz apenas uma espécie de encistamento do coccídeo (bradizoíta). Se o animal passar por um stress os coccídeos voltam a uma fase de taquizoíta e causa doença de novo. Não to dizendo que não uso. Até uso, mas depende da clínica do animal, pois esses remédios agem de forma mais rápida e evita muitas vezes a morte do animal.

Por isso você deve fazer exame de fezes para determinar qual o coccídeo e o grau de infecção. Com isso você vai saber qual medicamento utilizar de forma adequada e debelar a infecção no seu plantel ou na sua ave. Logicamente existem outras medidas principalmente higiênicas para acabar com a infecção, além de quarentena de animais novos e tal. Vai ter muita gente falando que besteira. baboseira e tal.. mas é verdade. Só que é mais fácil dar algum preventivo e rezar do que fazer exame de fezes. O assunto é longo.. mas o tempo é curto. Despeço-me por aqui e depois desse tema bombástico espero estar de volta na próxima edição. Como não poderia faltar deixo o pensamento do dia: ´´ O fracasso é um excelente oportunidade para o sucesso´´.



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Dr. Felipe Victório de Castro Bath
Médico Veterinário CRMV-RJ 8772
Especialista em Biologia, Manejo e Medicina da Conservação dos Animais Selvagens
Mestre em Microbiologia Veterinária pela UFRRJ

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