quinta-feira, 27 de outubro de 2011

CRIE VOCÊ MESMO O SEU “CAMPEÃO”

CRIE VOCÊ MESMO O SEU “CAMPEÃO”


                                                                       Colaboração : Antonio Pereira da Silva Botucatu/SP

           

                         Na realidade, não existe uma fórmula mágica para que consigamos criar um curió de canto clássico, sem nenhum efeito. Claro que se existisse ele não seria considerado o pássaro de canto mais raro e valioso como o é. Entretanto, este é o ideal da maioria dos criadores e mantenedores.

Reconhecemos o mérito de abnegados e respeitáveis criadores de curiós, que muito já contribuíram e continuam contribuindo com a preservação de nossa fauna, criando em cativeiro curiós em quantidade relativamente grande e de ótima qualidade de canto, sendo eles desta maneira os maiores responsáveis pela perpetuação da espécie que estava sendo ameaçada de extinção em algumas regiões do país.

Rendemos, nesta oportunidade, nossas sinceras homenagens e agradecimentos a estes criadores incansáveis.

            Graças a eles, existem hoje pássaros criados em cativeiro, com o canto educado do mais alto grau de qualidade e riqueza de notas, superando em muito aqueles de origem silvestre, que um dia foram considerados excelentes.

Destacamos também aqueles passarinheiros que, por residirem em apartamentos e/ou em grandes centros urbanos, e, consequentemente, talvez, não disponham de espaço físico adequado para instalar um criadouro, adquirem de um amigo criador, um filhote e se dedicam em ensiná-lo por meio de toca CD; e, não muito raro, são muito bem sucedidos.


Estes passarinheiros poderão se considerar até uns privilegiados quanto à facilidade para o ensinamento do seu filhote, uma vez que não possuem outros pássaros que possam intervir e atrapalhar o aprendizado do mesmo.


Desta forma, é muito importante que estes passarinheiros continuem se dedicando em ensinar um filhote e tenham em mente que a possibilidade de se conseguir um pássaro raro, existe. O que não pode é desanimar na primeira tentativa, precisa ser perseverante.


                               Conhecemos alguns passarinheiros que embora tenham espaço, tempo e conhecimentos profundos de todos os detalhes de uma criação, não se importam muito com a qualidade de canto dos filhotes; querem simplesmente criar como “hobby”.

 Estes criadores merecem também todo nosso respeito e admiração, e servem de exemplo a muitos outros que gostam de pássaros, mas nunca se propuseram em criá-los, imaginando, talvez, que seja muito difícil, mas podemos garantir que não há nada de complicado. Basta ter boa vontade e dedicação.
 Assim, nosso propósito, neste momento, é incentivar o máximo os amantes de pássaros que se dediquem a criá-los, pois já foi comprovado que a criação de pássaros é uma atividade saudável, além de ser uma terapia muito eficiente no alívio do estresse do dia-a-dia.

                        Como já dissemos, inicialmente, “não existe uma fórmula mágica para se criar um curió de canto clássico”; porém, com a experiência adquirida nestes tantos anos de criação, e sem pretensão alguma, temos o prazer de manifestar algumas opiniões pessoais, que embora elementares, julgamos interessante transmiti-las àqueles que estão iniciando.

Entendemos que não há necessidade de contar com um plantel muito grande de fêmeas, talvez três ou quatro, no máximo, o importante é que sejam comprovadamente de boa procedência, isto é, de pais que já geraram filhos inteligentes e de boa qualidade de canto.

Com uma quantidade reduzida de fêmeas o criador não terá necessidade de muito espaço para acomodá-las, e, evidentemente, o manejo das gaiolas, a manutenção de higiene, a alimentação, alguns procedimentos básicos para se evitar a instalação ou propagação de doenças, enfim, todos os procedimentos atinentes à criação, ficarão proporcionalmente menores e prazerosos.

                        O toca CD deverá ficar ligado no ambiente e certamente as fêmeas “esquentarão” naturalmente, começando a ninhar e logo a seguir (dentro de dois ou três dias) pedirão gala.

O curió galador, que deverá também ser de boa linhagem, especialmente quanto à voz, repetição e valentia, poderá ficar no recinto até a primeira postura, porém a partir daí não precisa e nem deve ficar no mesmo recinto.

                        Um lugar ideal para mantê-lo, enquanto aguarda o próximo período fértil das fêmeas, é na cabine acústica ou noutro recinto longe do criatório.

                        No dia da gala, após o cruzamento, ele deverá ser conduzido à cabine, ou num local distante do criatório, evitando-se assim que os embriões em desenvolvimento nos ovos que estão sendo chocados por uma determinada fêmea, os ouçam, considerando que existe uma premissa que, mesmo dentro do ovo, os embriões já ouvem o pai.
           
Quando as fêmeas estiverem chocando, é interessante manter o toca CD ligado. Depois de separados estes filhotes deverão ser observados atentamente, pois os talentosos e diferenciados logo se destacarão.

Existem alguns tão diferenciados que mesmo antes de separar da mãe já estão “cochichando”.

                       





                       O filhote que demonstrar ser promissor deverá ser isolado dos demais e ser submetido a aperfeiçoamento do canto com o toca CD, nunca deixando ouvir outros pássaros.
           Excepcionalmente, em se tratando de um mestre cujo canto seja reconhecidamente de alta qualidade, o filhote poderá ouvi-lo durante algum tempo, porém, assim que demonstrar sua aptidão e talento na aprendizagem e já estiver anunciando as primeiras notas semelhantes ao CD, deverá ser separado definitivamente.

                       O aparelho de som deverá ser de boa qualidade, com potência suficiente para a fiel reprodução das notas gravadas no CD.

                        Obviamente, não podemos garantir com certeza absoluta, que os filhotes aprenderão todas as notas do CD, o importante, entretanto, é fazermos a nossa parte.

                        A chance de se conseguir um curió de canto clássico existe, contudo, a tarefa de conduzi-lo a ser um campeão é um desafio que exige muito desprendimento e persistência por parte de seu criador; mas vale à pena.

                        Encare você também este desafio:

                    CRIE VOCE MESMO O SEU CAMPEÃO.
                      
                       Boa sorte.
                       
                       

                                                                                           Antonio Pereira da Silva
                                                                                           Botucatu – SP
                                                                                           e-mail: pereirabotucatu@uol.com.br

 Fonte: http://www.amigosdocurio.com.br/

RESPOSTA A UM AMIGO QUE PERGUNTA O QUE É VOZ BOA OU RUIM

RESPOSTA A UM AMIGO QUE PERGUNTA O QUE É VOZ BOA OU RUIM


Querido amigo:

Você pergunta: o que é Voz boa ou Voz ruim de Curió Praia?

Uma pergunta que, a meu ver, por se tratar de um assunto de relevância e de interesse de todos e para não pairar dúvida quanto a minha opinião, para ser respondida exige entrar em alguns detalhes.

No Regulamento de Canto de Curió Praia Clássico é estabelecido que os requisitos obrigatórios e qualitativos são os seguintes:

Voz, Andamento, Melodia, Colocação de Notas e Apresentação.

Pois bem, VOZ é o primeiro quesito que analisamos e é o primeiro que chega a nossos ouvidos para ser analisado quando um pássaro está se apresentando na estaca, e o Juiz, por ser uma pessoa experiente, quase que prontamente forma sua opinião crítica, se é de voz ótima, boa, regular ou ruim.

Experiência, nós sabemos que é a habilidade ou perícia resultante de exercício contínuo duma profissão, arte ou ofício, e os Juízes, mesmo os novos, antes de atuarem numa mesa julgadora como titulares, já ouviram muitos curiós, no período que estiveram estagiando nas funções de Mesário ou Juiz Auxiliar, o que os credenciam como sendo muito experientes.

Nesse período de estágio eles tiveram muitas oportunidades de fazer análises e comparações entre uma voz e outra, e, naturalmente, adquiriram capacidade para discernir qual é considerada a melhor voz e quando chegam a participar de uma mesa julgadora como juiz titular, estão aptos a definir qual lhe agrada mais.

Quanto aos Juízes mais antigos é desnecessário fazer comentários, pois todos são possuidores de vasta competência; imagine você a experiência e bagagem que tem esses juízes que estão atuando em nossos torneios, alguns deles há mais de 20 anos ouvindo curiós. Quantos curiós já ouviram!

Não estou desmerecendo os novos curiozeiros, nem tenho a intenção de me autoafirmar perante eles, pelo contrário, pois com a avançada tecnologia atualmente colocada a disposição deles, lhes é proporcionada a oportunidade de atualizarem seus conhecimentos em toda atividade humana, inclusive no nosso hobby.

            Porquê acima eu disse “qual lhe agrada mais”?

            Porque voz é uma questão também de sensibilidade.

A voz que é exigida no Regulamento e considerada como a voz ideal, a voz de praia, não pode ser muito aguda nem muito grave, não pode ser musicada, rouca, com chiado, metálica ou com sotaque de outras categorias diferentes de Praia Grande.

            A Sensibilidade é um dom distinto e peculiar. Então, fica difícil cada um em particular definir qual é a voz que deverá ser entendida como a ótima. Uns podem preferir uma voz um pouco mais fina, outros podem até preferir que seja mais grossa, o que importa é respeitar o  gosto de cada um. Os gostos são diferentes e gosto não se discute.

Quando alguém ouve um curió na casa de um amigo, antes mesmo de ouvi-lo com mais detalhes, logo diz: “Que voz boa, parece o disco!”. “Até confunde com o disco”.
            Aí está ela, ESSA É A VOZ QUE ENTENDEMOS COMO A VOZ DE CURIÓ PRAIA.

É certo, porém, que algum curiozeiro, principalmente aqueles que estão começando e que pouco ouve outros pássaros, ou que só ouve o dele, acha que a voz do seu curió é muito boa. Isto porque ele não ouviu outros para poder comparar com a voz do seu.

Há algum curiozeiro que diz o seguinte: “meu curió tem um vozeirão”, mas como ele não teve oportunidade de ouvir vários outros, para ter como referência, acha que esse “vozeirão”, que é a voz do dele, é a boa.

            Não é por aí. Vozeirão não é qualidade. Qualidade de voz de curió praia ideal, é serena, sublime, delicada; enfim, voz semelhante à voz do disco, como já disse acima.

Outro detalhe que é interessante dizer é que os curiós que geralmente são tidos como de “vozeirão”, são aqueles que cantam muito alto. Entretanto, cantar alto também não é qualidade. Cantar não é gritar.

Pode até ter qualidade para o seu dono e respeito o gosto de cada um, mas para fins de competição, quando é submetido à comparação com outros, nos torneios de canto, dificilmente terão chance de se classificar.

Ainda, para ilustrar, podemos fazer uma singela comparação com o ser humano; um cantor ou cantora se tiver conhecimento da letra e da música, mas se não tiver a voz agradável a gente não gosta muito. Não é? Também é um caso de sensibilidade de cada um, um pode gostar da voz de um determinado cantor, outro pode gostar mais da voz de outro.

Então não basta saber a letra, precisa saber a música e interpretar de maneira agradável ao nosso ouvido. Concorda?

A letra neste caso são as notas, mas esse é outro assunto...

Concluindo: Voz realmente é uma avaliação subjetiva. Não tem como não aceitar essa realidade e nem é possível impor o nosso gosto simplesmente porque se trata de nosso curió ou do nosso entendimento.

Entretanto, embora subjetiva, não é tão difícil diferenciar quando a voz é realmente boa ou ruim. Basta ter experiência. Ouvir vários curiós. Não ficar limitado ao seu curió e acima de tudo ter humildade e aceitar o gosto dos outros.

 No caso dos torneios de canto, a decisão do Juiz deve ser respeitada e nunca contestada no ato, e, em caso de reclamação, deverá ser fundamentada por escrito sua reclamação junto à Federação.

Uma dica que acho importante para aqueles que realmente se interessam em ficar “expert” nesse assunto, é, quando estiver participando de um torneio ouvir a maior quantidade possível dos curiós que estão se apresentando e ir fazendo suas analises e comparações.

Só com experiência chegaremos a entender essas diferenças, na realidade tudo na teoria é uma coisa e na prática é outra.

Um exemplo interessante é o caso de um professor de natação, fica duas ou três horas ensinando os alunos os movimentos para os nados de peito, livre, costas e borboleta, finda a aula o aluno pula na piscina. O que acontece?  Morre afogado.

Se quiser aprender nadar precisa exercitar muito e para entender de canto de curió precisa igualmente ter muita dedicação e ouvir muito.

            ANDAMENTO: Nitidamente moderado.

O ANDAMENTO não pode ser muito acelerado e nem muito lento, deve ser nitidamente moderado. Olha aí outro quesito que exige experiência do julgador.
Muitos, a exemplo da voz, acham que o seu curió por cantar um pouco mais rápido que é o bom, outros porque o seu canta mais lento acha que o seu que é o bom.

            Andamento acelerado ou lento são termos relativos. O que é acelerado? O que é lento?  Depende do ponto de referência.

O andamento que entendemos como bom e nitidamente moderado é aquele que nos permite observar que o pássaro canta sem esforço, as notas permanecem perceptivas, de fácil identificação e ocorrem numa sequência constante.

Quando o andamento é muito rápido as notas ficam espremidas, curtas e deixa sua interpretação a desejar.

Quando o andamento é muito lento se torna entediante e trás a sensação de que o curió canta desanimado

            Novamente entra a experiência e sensibilidade de cada um para distinguir, mas é uma questão bem mais fácil do que a questão da voz.

Andamento é um quesito que depende muito de qual foi o CD que o curió ouviu. Mas é verdade também que é uma questão de gosto, pois até a escolha do CD cada um tem a sua preferência. Uns preferem o Prata, outros o Ouro, outros do Maruc, (aliás, ficam aqui registrados meus sentimentos, pela perda tão precoce desse grande Campeão).

Todos com andamento nitidamente moderado e de especial qualidade.

MELODIA - Novamente em prova a sensibilidade e experiência do Juiz.

Melodia é a dicção, isto é, é a maneira que o curió emite as notas, é a combinação e harmonia dos sons resultantes de acordo com as notas que estão sendo emitidas, chega até expressar sentimento na sua emissão, especialmente nas notas de batida de praia.

Para ter melodia a sua voz não pode ser estridente. Suavidade e sentimento na pronuncia das notas são muitíssimo importantes neste quesito.

Outra vez o ser humano serve para fazermos uma comparação, respeitando as proporções, é claro. Um cantor ao interpretar uma canção romântica, por exemplo, para expressar seu sentimento, seu lamento, sua mágoa, sua voz se apresenta com tristeza, porém de uma maneira agradável que nos contagia e emociona. Isso é melodia.

A melodia é, a meu ver, a alma da interpretação.

O curió que não tem melodia emite suas notas socadas, agressivas, violentas, sem se importar com a interpretação; são características mais comuns nos curiós de vibra ou aqueles que estão em fase de acasalamento que até batem as asinhas no ritual e cortejo para a conquista da fêmea.

            Estas minhas colocações são despretensiosas e sem ufania, são apenas para transmitir a você minha concepção sobre este assunto.

Concluindo: Num julgamento não podemos nos concentrar só nas notas.

Esses três quesitos acima são de muita importância e são levados em conta para o julgamento do Canto Praia.

É lógico que a colocação de notas e a apresentação, são igualmente de suma importância; porém, a omissão de notas é facilmente identificada mesmo por aqueles que estão iniciando, mas, a sensibilidade para o julgamento dos requisitos acima, depende de atenção, muita dedicação e aptidão, que só se adquire com a prática.


Um forte abraço.

           Antonio Pereira da Silva
Botucatu-SP
(14) 3882 6470 – (14) 9733 5227
E-mail: pereirabotucatu@uol.com.br


Fonte: http://www.amigosdocurio.com.br/

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Reprodução

Reprodução
        Os curiós são bastante precoces e as fêmeas costumam iniciar sua vida reprodutiva no segundo ano de vida. Há casos de fêmeas que criaram aos 10 meses de idade, mas são exceções. Os machos já podem galar no segundo ano, mas dificilmente são aceitos pelas fêmeas antes de adquirirem a definitiva plumagem negra dos adultos.

        A temporada de reprodução, embora possa variar um pouco segundo as características climáticas de cada região, vai de setembro a março. Normalmente, as fêmeas se aprontam para a reprodução com a chegada da estação chuvosa, que na natureza é a época da abundância de alimentos.
   As fêmeas devem estar em gaiolas criadeiras individuais, arranjadas de forma que uma não possa ver a outra. Se forem muitas, o melhor é distribuir as gaiolas em prateleiras, com uma chapa divisória entre elas. As melhores divisórias são feitas de material não absorvente e lavável, como o poliuretano, o plástic     As fêmeas devem ouvir o canto dos galadores, sem contato visual . Cabe ressaltar que algumas fêmeas ficam fiéis ao canto do ambiente onde foram criadas, não aceitando a corte de galadores com outro canto. Assim, uma fêmea criada onde o canto dos machos é Paracambi, poderá não aceitar a corte de curiós com canto Praia. A maioria das fêmeas pode ser estimulada para a reprodução apenas ouvindo a gravação de um CD com o canto do curió. Nesse caso, o melhor é preparar uma gravação que contenha, além do canto propriamente dito, as rasgadas ou serradas típicas dos galadores em cortejamento. Os CDs comerciais com gravações de canto clássico não configuram boa opção para estimular o instinto reprodutivo nas fêmeas. O galador com o qual se deseja cruzar uma fêmea deve ser mostrado para a ela vez ou outra, por alguns segundos, para que cante para ela. Dessa forma o casal vai se acostumando um com o outro e as reações da fêmea nos indicarão o momento adequado para o acasalamento. Quando as fêmeas podem ouvir o canto de vários curiós, poderão acasalar pelo canto com algum deles, rejeitando a corte dos demais. Esse poderá tornar-se um transtorno para o programa de acasalamentos do criador. Quando todos os curiós do plantel cantam o mesmo canto, a rejeição de um galador torna-se menos provável.
Ainda que seja quase impossível preservar o canto clássico em um curió que se empregue na reprodução, muitos criadores mantêm o galador de canto melhor fora do ambiente de reprodução, empregando outros curiós como cortejadores. O curió com melhor qualidade de canto só é trazido para perto da fêmea no momento de efetuar a cobertura, quando ela estiver receptiva à gala, sendo retirado imediatamente após a cópula. Essa prática complica o processo reprodutivo, mas pode ser tentada.
  As fêmeas devem estar acostumadas ao consumo de farinhadas com ovos, com rações extrusadas, com sementes pré-germinadas e com todos os alimentos com que se pretende que ela trate dos filhotes. Deve estar disponível, permanentemente, uma vasilha com areia fina e uma fonte de cálcio e fósforo.
    Banho de sol e de banheira são essenciais para a saúde dos pássaros. No período em que as fêmeas estão se aprontando para a reprodução, devem ser intensificados. Depois que estiver chocando e até 20 dias após o nascimento dos filhotes, a fêmea não deve ser exposta ao sol. Durante o choco, a banheira com água limpa deve estar sempre disponível, que regulará com os seus banhos, a umidade necessária à eclosão dos ovos.

        Na gaiola deve estar disponível um ninho, facilmente encontrado no comércio. Os melhores são confeccionados em bucha vegetal e revestidos externamente com aninhagem ou estopa. A bucha vegetal, além de permitir boa ventilação, facilita a pegada dos pés dos filhotes. Ninhos de corda, por vezes, são muito duros e não podem ser penetrados pelas unhas dos filhotes quando tentam se levantar. Muitas vezes, unhas e dedos dos filhotes se deformam por conta da dureza do ninho. Os ninhos costurados à armação configuram melhor opção, pois podem ser higienizados e reempregados quando necessário. Os ninhos colados à armação descolam se submersos em solução higienizante. Se o ninho for muito raso, em uma saída rápida da fêmea, os ovos poderão ser arremessados para fora. Se for muito largo, dificultará o choco. Uma medida adequada fica entre 7,5 e 8,5 cm de diâmetro com uma profundidade 4,5 cm. O ninho deve ser posicionado em um canto da gaiola e no alto. Deve ficar ligeiramente mais baixo que o poleiro mais alto. Se o ninho for o ponto mais alto disponível, pelo natural instinto de proteção, a fêmea dormira empoleirada sobre ele, defecando em seu interior. Se houver risco de infestação por piolhos, os ninhos podem ser pulverizados, preventivamente, com Piolhaves, do Laboratório Avícola Simões ou com Frontline Spray, da Merial, sem qualquer prejuízo para a saúde dos pássaros.

        
Nada impede que casais sejam formados e colocados em viveiros ou gaiolões, permanecendo juntos durante todo o período reprodutivo. Essa prática não é usual, pois não permite que um galador de mérito genético superior seja aproveitado com várias fêmeas. Quando se deseja formar casais, o melhor é juntá-los ainda durante o período de muda de penas, quando estão mais sociáveis. Alguns machos tornam-se agressivos com os filhotes quando deixam os ninhos e não se prestam para essa forma de manejo.

        Há, ainda, alguns criadores que mantêm os galadores em gaiolas maiores e ao pressentirem o aprontamento da fêmea abrem os passadores e retiram as divisórias, deixando o casal unido até que a fêmea faça a postura do primeiro ovo. Após a postura, o macho é separado e o processo poderá se repetir com outra fêmea. Esse recurso é válido quando não há disponibilidade de tempo para observar o momento adequado para a cópula. Nesse manejo, as gaiolas devem ser maiores, pois a fêmea poderá tornar-se agressiva, havendo necessidade de espaço para que o macho possa fugir. Se o macho for perseguido pela fêmea e não tiver para onde fugir, a briga é certa.
     A fêmea deve ter à sua disposição um feixe de raízes de capim, do tipo encontrado nas lojas especializadas, presos nas grades da gaiola. Esse material estimulará a reprodução e nos mostrará, na medida em que ela leve raízes para o ninho, a proximidade do momento adequado à gala. Uma bucha elaborada com uma meada barbante de algodão pode ser pendurada em um local de difícil acesso, no alto da gaiola. Quando a fêmea começar a se pendurar pelo bico, tentando arrancar os fios de barbante, será um sinal de que já deve estar receptiva para a cópula.
A gaiola do macho, ainda com o passador fechado é colocada ao lado da gaiola da fêmea, separada apenas pela divisória. Quando ambos estiverem calmos, retira-se lentamente a divisória. O macho cantará para a fêmea e, se ela estiver receptiva, baixará o corpo, levará a cabeça para trás e elevará a cauda. Nesse momento, há necessidade de sensibilidade por parte do criador. Se a fêmea abaixar, mas continuar com o olhar fixo no macho, provavelmente ainda não aceitará a gala e o processo deve ser repetido com intervalo de algumas horas. Se demonstrar estar completamente receptiva, recolocamos a divisória e, minutos mais tarde, repetimos o processo da retirada da divisória, dessa vez com os passadores abertos. O macho deverá cantar e esperar que a fêmea tome posição. Passará então para a gaiola da fêmea, realizará a cópula e retornará rapidamente para a sua gaiola. Essa passagem exige treinamento prévio do galador, que já deve ter sido manejado em gaiolas criadeiras vazias, de forma que não tenha dificuldade para encontrar os passadores.

        Uma galada basta para fecundar toda a postura, mas é usual repetir a cruza, uma vez pela manhã e uma vez à tarde, enquanto a fêmea estiver receptiva. Normalmente ela aceita o macho por dois ou três dias. A postura é de 2 ou 3 ovos.

        Fêmeas novas poderão ter dificuldade para retirar da alimentação normal a energia necessária ao desenvolvimento da placa incubatória, com aumento da temperatura corporal. Quando isso ocorre, terminam a postura e não iniciam o choco. Nesses casos, pode-se ministrar 5 mL de glicose a 50% em 50 mL da água de bebida, desde a cobertura até o início do choco. A glicose deve ser restrita a esse período, pois seu uso continuado pode comprometer a absorção de vitaminas, especialmente as do grupo B.

        O período de incubação é de 13 dias e os filhotes deixam o ninho entre 12 e 15 dias de vida. Devem permanecer com a mãe até os 35 dias de vida. Observar se já estão bebendo água no bebedouro antes de separá-los.

        Os filhotes devem ser anilhados com anilhas invioláveis, de 2,6 mm, no quinto ou sexto dia de vida, conforme seu desenvolvimento.

        Normalmente isso não é necessário, mas é possível reforçar a alimentação dos filhotes ministrando papinhas especiais com o auxilio de uma seringa dosadora. Sugerimos a leitura de um artigo que trata da alimentação artificial de filhotes na seção sobre bicudos deste site.

        A primeira semana de vida dos filhotes é um período crítico. Ainda não possuem os anticorpos necessários à defesa do organismo e o regulador térmico não funciona a contento. Muitos criadores ministram, preventivamente, durante a primeira semana de vida dos filhotes, um ou outro antibiótico. Na maioria dos casos Nalyt Baby da Angercal, Terramicina com antigermem 77 ou Linco-Spectin da Pfizer ou Tylan da Elanco.

        Somos contrários a essa prática. Mas cada um vive suas circunstâncias. Se tiver uma excelente condição sanitária no plantel não será necessário nenhum medicamento preventivo. Se tiver problemas com os filhotes, melhor avaliar a saúde do plantel, pois há algo errado.

        Uma causa significativa de mortalidade de ninhegos é a desidratação. Uma solução preventiva é o emprego de sementes pré-germinadas na sua alimentação. Sugerimos a leitura de um artigo que trata da alimentação com sementes pré-germinadas, na seção sobre bicudos deste site.
O milho verde também é um ótimo hidratante e regulador das funções intestinais. Mas deve ser oferecido com moderação, pois do contrário a fêmea somente empregará o milho na alimentação dos filhotes, dada a sua palatabilidade. Dessa forma, a nutrição dos filhotes ficaria comprometida pelo alto valor energético e baixo valor protéico do milho verde. Ainda corre-se o risco de contaminação do milho por agrotóxicos. Em qualquer caso, o milho verde não poderá permanecer na gaiola por mais de 6 horas, sob pena de desenvolver fungos.

        Algumas fêmeas entram novamente no cio e passam a baixar quando ouvem o canto dos machos, antes da separação dos filhotes. Se houver uma divisória na gaiola, com os filhotes em uma seção isolada, a gala poderá ser permitida. Ela chocará os ovos e tratará dos filhotes nascidos sem nenhum problema.

        Não devemos permitir mais que 3 ou 4 ninhadas por temporadas, especialmente de fêmeas novas, sob pena de levá-las a um estado de esgotamento físico.
        Um problema que enfrentamos por muitas temporadas foi o aprontamento das fêmeas antes dos galadores. Era fêmea baixando e galadores que não queriam galar ou que galavam sem fertilizar os ovos. Durante a estação de mudas os machos param de produzir espermatozóides viáveis e voltam a recuperar a fertilidade na estação reprodutiva, quando já estão abertos e cantando muito.
Adotamos como regra, colocar os ninhos apenas no dia 1º de setembro e retirá-los no dia 31 de março. Os ninhos são mantidos apenas para as fêmeas que ainda estiverem com filhotes em seu interior.
        Durante a época da muda de penas ministramos, uma vez por semana, na farinhada, o Muta-Vit da Orlux, na dosagem de um grama a cada 100 gramas de farinhada. Em julho, apenas os machos recebem suplementação com Fert-Vit da Orlux, duas vezes por semana, na água de bebida, na dosagem de um grama a cada 250 mL da água de bebida. Intensificamos o manejo com os machos. Mais sol e alguns        Em agosto, adicionamos o Fert-vit na farinhada com ovos, na dosagem de um grama a cada 100 gramas de farinhada, diariamente, para todo o plantel. Seguimos com o Fert-Vit na farinhada até a metade de setembro. Daí, até abril, ministramos o Omni-Vit da Orlux, uma vez por semana, na farinhada com ovos, na dosagem de um gramo para cada 100 gramos de farinhada.

        Ainda em agosto, aparamos as unhas das fêmeas e dos machos, segundo as necessidades de cada indivíduo. Também são colhidas fezes e encaminhadas para exame laboratorial. Se o resultado indicar, vermifugamos ou empregamos algum coccidiostático.

        Com o passar dos anos o plantel foi se ajustando e não temos mais problemas com muda ou aprontamento fora da época.


Fonte: http://www.cantoefibra.com.br/

Preparo para reprodução.

  Preparo para reprodução.          Cuidados importantes a levar em conta:
1. O Criadouro deve ficar perto de você de preferência aonde você passe a maior parte do tempo, você tem que acompanhar a evolução das fêmeas a todo instante. Nesta fase o sossego é fundamental, a princípio só você deve entrar no criadouro, com o passar do tempo (plena reprodução) outras pessoas também poderão.

2. A Iluminação nas gaiolas deverá ser a natural durante o dia com sol nascente de preferência, o sol é fundamental, mas não deverá bater nas gaiolas durante um período muito prolongado, a ventilação devera arejar o ambiente, contudo sem formação de corrente de ar nem excesso de umidade, o ar deverá estar sempre renovado. As aberturas deverão ser teladas para impedir a entrada de insetos.
3. As Gaiolas para reprodução do Curió devem ser específicas para tal fim, o espaçamento entre as faces dos arames (envaretamentos) não devem ultrapassar a 12 mm ( risco de fuga dos filhotes). As gaiolas de criação deverão possuir as seguintes dimensões: 32 cm de altura 30 cm de largura e 58 cm de comprimento podendo variar um pouco conforme o fabricante. Deverão possuir divisórias removíveis  no meio, grades e bandejas  removíveis no fundo.
4. Os Ninhos são muito importantes, deverão possuir suporte de arame com diâmetro de 8.0 cm e receberem revestimento interno em capa de bucha vegetal de textura fina bem delgada apresentando certa transparência capaz de se visualizar os ovos a uma simples olhada por baixo dos mesmos; as bordas deverão ser aparadas com tesoura rente ao aro de arame que forma a borda superior do ninho, não deve fixar a forração de bucha ao suporte a forração deve ficar solta sofrendo apenas pressão com os dedos para molda-la ao suporte. Ficarão estocados em local arejado aguardando o momento de entrarem em cena.
5. As Capas para as gaiolas deverão ser feitas em tecido fino de cor branca não transparente tipo Percal, Popeline etc. Possuirão dois zíperes (fecho éclair) na frente que abrindo de baixo para cima possibilitarão a abertura de toda à frente da gaiola que será jogada por cima da mesma permanecendo com a frente aberta durante todo o tempo, salvo exceções. Poderão ainda possuir velcron no lugar do zíper e possuirão aberturas com tampa com velcron nas cabeceiras para propiciar a passagem do padreador durante a corte e cópula. A alça superior deverá possuir abertura para sua manipulação. É fato controverso entre os criadores o uso da capa, mas, eu não abro mão e recomendo tendo em vista os resultados benéficos e psicológicos que as mesmas propiciam aos Curiós. Deverão ser substituídas imediatamente por outras durante o processo de lavagem, o que ocorrerá logo após a estação de cria. Tal procedimento deverá ser executado por etapas.
6. Disposição das gaiolas nas prateleiras para a prática da poligamia, as gaiolas deverão estar dispostas nas prateleiras observando-se o afastamento de 35 cm entre elas, para que se faça o encaixe da gaiola do macho entre duas gaiolas de criação. Utilizamos para facilitar a passagem do padreador no momento da cópula, placa de PVC, papelão, eucatex etc. removível como elemento de separação entre as gaiolas do padreador e a fêmea com os passadores abertos.
 
Os filhotes destinados ao aprendizado de dialetos específicos que por ventura estejam nas prateleiras em regime de cria não poderão ouvir o canto dos padreadores.
7. O Manejo, para reprodução dos Curiós (Oryzoborus a. angolensis): As gaiolas das fêmeas e machos deverão dispor-se de tal forma que aproveitem ao máximo à luminosidade do ambiente e não possibilitem a visualização entre eles.
8. Alimentação Mistura de Sementes.
Logo após a muda anual de inverno (primeira muda após a muda de ninho) devem ser servidas as fêmeas uma mistura de sementes composta de 50% de alpiste, 50% de painço sendo 20% do verde, 10% do preto, 10% do vermelho, 10% do alvo. Sementes estas maquinadas para remoção de impurezas, e da melhor qualidade, o que se verifica pela coloração brilhante das mesmas, e ausência de pó oriundo da ação de pragas tipo gorgulho, caruncho etc. Resumindo coloca-se 100 sementes de cada lote que dispomos nos nossos fornecedores para germinar em algodão embebido em água a melhor amostra é a que apresentar o maior número de sementes germinadas, esta é a semente que   devemos comprar.
Fornecemos todas as manhãs um pequeno comedouro tipo porta ovo ou similar repleto da seguinte mistura:
01 xícara de cafezinho de Super Top-Life moído
1/2 xícara de cafezinho de Milharina pré-cozida
02 duas gemas cozidas de ovos de galinha, passadas na peneira fina.
Observação: misturar os componentes e servir diariamente pela manhã, não devemos guardar restos e remover diariamente caso não comam. Não acrescentar mais nada a farinhada. Em nenhuma hipótese forneça: Açúcar, sal, leite de qualquer espécie, mel, pólen, guaraná em pó, ginsengue, gotas de vitaminas inclusive vitamina E só no caso de carência comprovada.


Ministrar a alimentação descrita até as fêmeas atingirem a maturidade sexual que deve acontecer por volta de um ano de vida com raras exceções.
Fonte: Dr.Gilson Ferreira Barbosa

POLIGAMIA

POLIGAMIA
        Definição

        Definimos como Poligamia ou "Acasalamento Poligâmico" ao sistema de acasalamento em que um único macho de Curió fecundará várias fêmeas em uma mesma temporada de cria ou vários machos fecundarão várias fêmeas nas mesmas condições.
        Acasalamento Poligâmico Dirigido - Dizemos que o acasalamento é poligâmico dirigido quando utilizamos um único macho para fecundar um grupo selecionado de fêmeas dotadas das mesmas características (Caracteres genéticos desejáveis).

        
Acasalamento Poligâmico Dirigido Misto - Dizemos que o acasalamento é poligâmico dirigido misto quanto lançamos mão de mais de um macho em uma mesma temporada de cria para fecundar um grupo selecionado de fêmeas dotadas das mesmas características, (Caracteres genéticos desejáveis).
        Princípios e Heredietariedade
        No primeiro caso o acasalamento Poligâmico Dirigido é praticado com a finalidade de fixar os caracteres desejáveis de um grupo de Curiós (várias matrizes e um único padreador) previamente selecionados, segundo critérios específicos de seleção genética. Esses acasalamentos baseiam-se no princípio da "HEREDITARIEDADE" que consiste no fenômeno da continuidade biológica pela qual as formas vivas se repetem nas gerações que se sucedem. Procuramos o aperfeiçoamento do plantel em questão através da repetição dos caracteres desejáveis nas gerações seguintes.
        Já no segundo caso "Poligamia Dirigida Mista" vários machos são utilizados simultaneamente com várias matrizes numa mesma estação de cria buscando identificar aqueles acasalamentos que melhor propiciam a Hereditariedade e após a identificação dos bons caracteres transmitido pelos pais à prole retornamos ao sistema poligâmico dirigido, porém, com o conhecimento hereditário de ascendência e descendência em especial os conhecimentos ascendentes portados pelos pais que são os transmissores das características desejáveis encontradas nos filhotes.
        Este trabalho é indispensável para formação de um bom plantel, pela rapidez que propicia a identificação dos seus indivíduos (várias matrizes simultaneamente) quanto a sua capacidade de transmissão e identificação dos seus caracteres quando acasalado com determinada matriz objetivando a formação de um plantel de Curiós dirigido para canto, repetição ou fibra.
Prática da Poligamia
        A implantação da poligamia exige conhecimentos técnicos e específicos a respeito do manejo do Curió, ou pássaro a ser criado, bem como materiais e instalações adequadas que facilitem a sua prática. Recomendamos a utilização do esquema para o treinamento do padreador e reproduzimos no criadouro a mesma situação utilizada no treinamento, para tal, devemos possuir uma prateleira conforme esquema anexo destinada exclusivamente a esta finalidade atendendo aos seguintes requisitos:
        Observação
        1- Os poleiros sobre a primeira travessa da gaiola devem ficar dispostos conforme os esquemas e a 1,55m do chão.
        2- Os poleiros sobre a segunda travessa da gaiola do Padreador e do Esquema-2 devem ficar dispostos a 1,64m do chão.
        3- As medidas aqui recomendadas alem de atenderem aos aspectos Ergonômicos são as mais eficientes no Manejo.
        Prateleira
        A prateleira para a prática da poligamia deve situar-se a uma altura de 1.40m do chão, para proporcionar aos poleiros (em número de dois) fixados sobre a primeira travessa da gaiola criadeira uma altura em torno de 1.55m. Tal procedimento dará funcionalidade, praticidade e objetividade ao manejo durante a cópula, evitando que o criador assuma posturas inadequadas e incômodas abaixando-se para atingir prateleiras muito próximas ao chão ou subindo em bancos ou escadas para elevar-se, produzindo esforços desnecessárias e inconvenientes a atividade em execução tornando o ato demorado dada as dificuldades de aceso e visualização da fêmea, muitas vezes até perdendo-se o momento da solicitação de cópula por morosidade no manejo. (voltaremos a tratar deste assunto no item manejo).
        Gaiola Criadeira
        As gaiolas criadeiras deverão ser construídas em arame, nas medidas de 35cm de altura, 58cm de comprimento e 30cm de profundidade, podendo variar um pouco conforme o fabricante e, deverão ficar dispostas na prateleira observando-se o afastamento máximo de 33cm entre elas, para que se faça o encaixe da gaiola do macho entre as duas gaiolas de criação produzindo entre as gaiolas uma folga máxima de 1cm de cada lado.

        
Utilizamos para facilitar a passagem do padreador no momento da cópula, placa de PVC, papelão, eucatex, madeira compensada etc. removível como elemento de separação entre as gaiolas do padreador e a fêmea que estarão com os passadores previamente abertos.
        Gaiola do Macho Padreador
        As gaiolas dos Padreadores deverão ser construídas em arame, nas medidas de 35cm de altura, 31cm de comprimento e 28.5cm de profundidade, podendo variar um pouco conforme o fabricante, devendo ainda possuir teto plano e tipologia quadrada.

        
A gaiola do Padreador será no momento da cópula encaixada no vão de 33cm deixado entre as gaiolas criadeiras para este fim, produzindo uma afastamento lateral máximo de 1cm de cada lado já que a gaiola do padreador possui 31cm de comprimento. A observância destas medidas é de fundamental importância para a automação no processo de manejo conforme veremos adiante.
        Poleiros
        Conforme veremos a seguir, no item manejo, as gaiolas de criação receberão dois tipos distintos de empoleiramento.
        ESQUEMA - 01
        Usamos apenas um único poleiro sobre a primeira travessa da gaiola sendo que o poleiro "G" ficará encaixado na 6ª vareta contada da esquerda para a direita, propiciando uma disposição compatível com o fim a que se destina.
        ESQUEMA - 02
        Usamos quatro poleiros, sendo dois (B e D) sobre a primeira travessa da gaiola e dois (C e A) sobre a segunda travessa.

        
No caso dos poleiros "B e D" o encaixe será efetuado na 13ª vareta contada da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, nos poleiros "C e A". Temos que observar a presença do ninho que pode estar a direita ou a esquerda da gaiola ficando o poleiro "C" na 6ª vareta contada da esquerda para a direita e o poleiro "A" na 9ª vareta da direita para a esquerda possibilitando o encaixe do ninho um pouco acima da 2ª travessa no canto direito. Recomendo o uso de uma palheta de madeira com 12cm de comprimento fixada no meio do espaço compreendido entre a 2ª travessa e o teto, possibilitando a fixação do ninho um pouco acima do poleiro "A". Podemos ainda dividir a porta superior direita da gaiola ao meio com a palheta possibilitando a fixação do ninho à porta, que oferece a vantagem de remoção do ninho para fora da gaiola já que se encontra fixado na face interna da folha da porta, toda vez que a abrimos facilitando sobremaneira as inspeções.

        
A gaiola do padreador receberá três poleiros (E, A e D) sendo "E" poleiro da esquerda "D" poleiro da direita e "C" poleiro Central. Os poleiros "E e D" ficarão encaixados na 3ª vareta da segunda travessa, fronteiriço aos respectivos passadores (da direita e da esquerda), o poleiro "C" ficará sobre a primeira travessa na 12ª vareta central entre o bebedouro e o comedouro.
Voltar
        
         Todo o empoleiramento aqui descrito detalhadamente, embora enfadonho, tem sentido e função primordial durante o ato de fertilização das matrizes que veremos no item manejo, propiciando altos índices de copulação.

Autor
Gilson Ferreira Barbosa
gilsonferreirabarbosa@hotmail.com
Tel - 73- 211 8233 613 4442
Rua da Espanha, n° 86.
Itabuna-BA. CEP- 45.605-130

Fonte: http://www.cantoefibra.com.br/

O CORTEJADOR

O CORTEJADOR
        Na reprodução de curiós, devemos simplesmente observar o que acontece com os mesmos em vida selvagem para podermos desenvolver técnicas compatíveis com a sua fisiologia. Na reprodução doméstica a figura do CORTEJADOR é indispensável, pode até ser substituída por um cortejador eletrônico do tipo Pássaro Eletrônico ou mesmo na base de K7 e CD-R(s) temporizados com gravações específicas para tal fim (os resultados são excelentes).
        As fêmeas com procedência doméstica nasceram ouvindo dialetos eletrônicos em seus criadouros de origem, portanto já estão acostumadas a esta substituição, e demonstram uma melhor aceitação do método, no entanto, o ideal é manter um "Cortejador" ao vivo no interior do criadouro, refiro-me apenas as condições de aprontamento das fêmeas para a cópula que não necessariamente será efetuada com o cortejador e sim com um curió detentor da "Genética" escolhida para tal mister. (Aspectos avançados relacionados com VETORIZAÇÃO DO CANTO DO CORTEJADOR PELOS FILHOTES no recinto, não serão aqui tratados). Ler os Artigos Poligamia e Vetorização de Canto.
        A função do Cortejador é preparar as fêmeas para a cópula com outros Curiós ("Padreadores de alto nível") que não devem corteja-las por motivo de preservação da qualidade e estilo do seu dialeto, entrando em cena apenas para efetuar a cópula no momento em que a fêmea em questão encontra-se na posição de solicitação da mesma, todo o processo, dura apenas dois minutos no máximo, voltando o Padreador ao seu destino, longe das fêmeas, evitando desta forma a aquisição pelo mesmo do hábito de cantar com elementos sonoros de cortejamento às vezes indesejáveis e inadmissíveis a um Campeão de Canto e comum aos Cortejadores e Galadores.
        A substituição do CORTEJADOR habitual por outro, introduzido abruptamente no recinto durante a estação de cria provoca um esfriamento gera do plantel de fêmeas. O desaprontamento que se instala no recinto com a presença de elementos sonoros novos e estranhos ao plantel provoca abandono de encubação em algumas matrizes, ovos jogados fora em outras, filhotes atirados dos ninhos etc. É terrível a reação de algumas matrizes do plantel, os prejuízos são incalculáveis porem temos observado ao longo dos anos que algumas matrizes não sofrem nenhuma perturbação em relação as suas responsabilidades com a prole que trata ou com os ovos que no momento encuba, porem, depois de concluída a tarefa esfriam totalmente.
        A introdução de CORTEJADOR novo ou até mesmo daquele curió do nosso amigo que veio para passar uns dias em nosso criadouro sem dúvida provocará danos irreparáveis à estação de cria podendo ainda inviabilizar as próximas, o assunto "Substituição do Cortejador", ou utilização de mais de um num mesmo recinto (prática que desaconselho, por reduzir a produtividade e objetividade) deve ser tratado rigorosamente dentro das técnicas de manejo para aves Territorialistas. Ler artigo sobre Poligamia.
Autor
Gilson Ferreira Barbosa
gilsonferreirabarbosa@hotmail.com
Tel - 73- 211 8233 613 4442
Rua da Espanha, n° 86.
Itabuna-BA. CEP- 45.605-130

Fonte: http://www.cantoefibra.com.br/