quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Momento da Gala

O Momento da Gala

Autor: Aloísio Pacini Tostes

É a relação sexual entre o casal. O macho estufa as penas, mostra-se garbosamente, levanta as asas e canta o mais bonito que sabe. A fêmea abaixa as asas e fecha os olhos. Em seguida ele, batendo as asas, voa acima das fêmeas e, colocando os pés nas costas dela, faz com que, durante um segundo, haja o contato das cloacas. Dessa forma, o esperma penetra no organismo da fêmea e fica retido no oviduto até fecundar os ovos.
Provavelmente é um dos itens mais complicados na criação em ambiente doméstico, principalmente de bicudos, por causa da agressividade de certas fêmeas. Cada uma é de um jeito, umas batem no bicudo e outras são mais mansas. É fundamental que se conheça o procedimento de cada uma no momento da gala. Cada macho também tem um tipo de reação e uma maneira de galar. Fique muito atento a isso, conheça o melhor possível cada um, macho e fêmea, faça anotações para isso. Nunca coloque machos inexperientes com bicudas/curiolas agressivas. Para cruzar essas, às vezes funciona retira-las do ambiente e tentar a gala em local afastado de sua respectiva morada.
Além de toda a dificuldade, ainda é muito comum a esterilidade momentânea ou definitiva, principalmente nos machos. Por isso, só coloque machos para galar da cloaca (espigão) visíveis e arreadas. Caso aconteçam ovos brancos (não fertilizados) administre vitamina E, selênio e lisina. Ela abaixa, em geral, dois a três dias. A gala mais eficaz é a do segundo dia à tardezinha, na antevéspera do primeiro ovo. Sempre que coloca-los juntos, na mesma gaiola, gaiolão ou viveiro, observe constantemente o comportamento do casal para atuar, em caso de necessidade. Outra forma boa de cruzar é ao clarear do dia, na hora que o bicudo/curió acorda; nesse momento eles estão muito propensos a galar, porque no mato fazem isso todo dia a esta hora. Muitos deixam o passador aberto à noitinha para fechá-lo assim que clareia o dia. Só faça isso com machos bem experientes. Nunca deixe a fêmea pegar o macho e vice-versa, antes ou depois da gala. Isto pode inviabilizar definitivamente o cruzamento que se deseja fazer e não esqueça de anotar o nome do casal, o dia e a hora do cruzamento. Há fêmeas que ficam abaixando sem botar por vários dias, pode ser problemas com a alimentação ou saúde da ave, ocorre muito quando o procedimento se refere a primeira postura da temporada.
Para quem usa gaiolas, o melhor jeito é:

Usar um macho para várias fêmeas;

Deixar o respectivo separador na posição de fechamento, se for preciso;

Colocar a gaiola do macho ao lado da gaiola da fêmea com os respectivos passadores abertos;

É comum a fêmea escolher o macho pelo canto ou pelo aspecto físico. Afaste os machos não utilizáveis na reprodução;

Certifique-se que a fêmea está mesmo receptiva e abaixando;

No primeiro dia, às vezes, ela ainda não aceita;

Só retirar a tábua separadora quando a fêmea abaixar, isto é, ficar na posição de receber a gala do macho;

Após a gala, fechar imediatamente o separador do meio da gaiola, colocando um de cada lado, para não acontecerem desentendimentos entre eles;

Lembrar que uma só gala, se for no momento certo, dá para fertilizar até três ovos;

Só colocar o macho para galar duas vezes por dia, uma de manhã, bem cedinho, e outra à tardinha.
Obs.: Há machos que não podem ficar perto de fêmeas que estão pedindo gala, ficam chocos ou passados de fêmeas e aí recusam temporariamente fazer a cobertura. Afaste-os do criadouro e traga-os somente no momento da gala.

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