quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Anelamento dos Filhotes

Anelamento dos Filhotes – Gilson Ferreira Barbosa
Introdução
Certa feita um grupo de criadores discutiam qual seria o melhor momento para procederem ao anelamento dos
seus filhotes, no calor das discussões que a cada momento se acirrava com a presença de um novo participante
que ao entrar no meio da discussão expunha os mesmos argumentos sustentados pelos anteriores e se punha a
detalhar vantagens e desvantagens quando alguns de ânimos exaltados já praticamente gritavam quando
foram todos interrompidos por um grande “Mestre” que a todos escutava sem se perturbar, e disse: Os filhotes
não seu meus? Responderam São, portanto eu anelo no dia que eu quiser e está acabada a discussão. No que
todos obedeceram.
Esta pequena história nos mostra que cada criador tem os seus próprios motivos e métodos para procederem
ao anelamento dos filhotes, acreditam todos que estão fazendo o correto, o melhor, no entanto observamos a
inexistência de unanimidade no emprego dos métodos que nem sempre são os melhores, daí o grande
interesse sobre este importante tema que é o anelamento.
O Anelamento, Quando e Porque.
Costumo proceder ao anelamento dos filhotes ainda em vida ninhenga buscando com tal procedimento evitar o
stress da captura e possíveis traumas no tarso que inevitavelmente ocorrerá após a saída dos mesmos do
ninho. A vida ninhenga como todos sabem é de 13 dias no caso do curió, portanto devemos escolher o dia mais
adequado entre estes, para proceder ao anelamento de forma eficiente e sem traumas ou conseqüências.
Costumo proceder da seguinte maneira:
1. Elimino os quatro primeiros dias tendo em vista que os filhotes ainda são muito pequenos, e requerem um
manuseio muito delicado, as anilhas ficam muito grandes no seu tarso chamando com muita facilidade a
atenção da fêmea que poderá retira-las provocando um sério acidente, quando não os atira fora do ninho.
Ainda poderá acontecer à saída da anilha por simples ação da gravidade, e só daremos conta do problema no
13° dia quando ocorrer à saída natural do ninho.
2. Elimino os cinco últimos dias tendo em vista dois aspectos:
No primeiro aspecto os filhotes já se encontram com os olhos abertos e tendo uma visão antecipada do
mundo que o cercam ficarão assustados e inquietos por já terem a capacidade de assimilar possíveis
interferências que ameacem a sua segurança no interior do ninho.
No segundo aspecto se o anelamento for efetuado a partir do 10° dia fatalmente os filhotes recusarão
permanecerem no ninho, esta intervenção provocará a saída precoce dos filhotes ainda emplumes
podendo provocar a sua morte.
3. Nos restaram apenas quatro dias ou sejam: 5°; 6°; 7°; 8°, que não
apresentam maiores problemas no entanto podemos argumentar que:
Por usarmos anilhas com diâmetro de 2.5 mm preferimos o 5° dia ou 6°no máximo.
Por usarmos anilhas 2.8 mm preferimos o 7° dia ou o 8° quando o filhote embora iniciando o
processo de abertura dos olhos ainda não o fez totalmente e com certeza estará mais desenvolvido para
suportar a manipulação.
4. Salientamos ainda a existência de uma maior ou menor capacidade por parte da fêmea em aceitar um corpo
estranho preso nas pernas dos seus filhotes. Este é um problema muito sério que merece por parte do criador
uma atenção toda especial independentemente do dia em que se procedeu ao anelamento, muitas
recomendações e práticas outras são postas em evidência para resolver ou minimizar o problema:
Pessoalmente anelo os filhotes no 8° dia ao entardecer após remover o brilho das anilhas com um
pouco de fulgem que pego na chaminé da churrasqueira, tal procedimento evita que o brilho da anilha
chame a atenção da fêmea e, como já começa a escurecer a fêmea logo se empoleira para dormir e os
filhotes buscam acomodar-se no ninho escondendo totalmente as anilhas. No dia seguinte a fêmea não
lembra de mais nada e só se preocupa em encher os papos que amanhecem vazios e os tornam
esfomeados. Desta forma, não tenho a relatar um só caso de rejeição por parte das fêmeas.
Outra prática bastante comum é a de proceder ao anelamento no 7° ou 8° dia pela manhã tendo em
vista que se ocorrer rejeição teremos todo o dia para resolver o problema, saliento ainda que neste
sistema também se acerca de cuidados quanto ao brilho das anilhas. Esta forma de proceder também é
muito segura.
Acreditando ter esgotado o assunto, ou pelo menos os seus aspectos mais importantes, levei em conta que o
Criador conhece o processo de por o anel, que é muito simples:
1. Seguramos o filhote com a mão esquerda e selecionamos com os dedos polegar, indicador e anular da
mesma mão o pé que ira receber o anel.
2. Agrupamos os três dedos dianteiros com o uso de vaselina sólida para que fiquem estirados e unidos, aí
introduzimos o anel até atingirmos a articulação com a mão direita.
3. Dobramos o dedo traseiro para alinharmos com o tarso e efetuando movimentos circulares na anilha
ultrapassamos a articulação, ai soltamos o dedo traseiro e levamos a anilha até junto do pé.
Caso tenham surgido dúvidas coloco-me a disposição de todos no sentido de esclarece-las.
Fonte: www.amigosdocurio.com.br

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