sexta-feira, 7 de junho de 2013

Micotoxinas

Passeriformes (Sabiás, Trinca-ferros, Canários Bicudos, Curiós, Cole iras, etc)
Ana Roberta de Almeida
Médica Veterinária
Revista Pássaros 50
Micotoxinas
As micotoxinas săo produtos metabólicos de alguns fungos. Os alimentos contaminados por fun­gos podem conter micotoxinas. Os grăos, amendoim, girassol, comedouros (principalmente os de madeira), que facilitam a retençăo de umidade, sementes mal acon­dicionadas, ou seja, guardadas em ambientes sujos e/ou empoeirados e farinhadas de procedęncia duvi­dosa, constituem alguns dos ali­mentos sobre os quais esses bolo­res podem crescer. As micotoxinas săo indetectáveis pela visăo, olfato ou gosto. As micotoxinas clinica­mente importantes incluem aflatoxina, ocratoxina, desoxi­nivalenol, tricotecenos, oosporeína e citrinina. Os sinais clínicos săo freqüentem ente vagos e podem mimetizar outras doenças. Podem incluir depressăo, anorexia, hemor­ragia, poliúria, hematoquezia, le­sőes erosivas, paralisia, lesőes constritivas dos dedos e emplu­mamento deficiente. A sua ingestăo pode resultar em hepa­topatias ou nefropatias ou em uma imunossupressăo com sinais rela­cionados a uma falha nesses siste­mas de órgăos. Tem-se observado dermatite de contato no caso de uma exposiçăo ŕs toxinas de tricotecenos. O diagnóstico de micotoxicose se baseia no achado da toxina no alimento ou no con­teúdo gastrointestinal. O diagnós­tico é complicado pelo fato de que o alimento já possa ter sido consu­mido e năo se encontre mais dis­ponível para teste.
Politetrafluoroetileno ( Toxicose por Teflon)
Muito cuidado com pássaros que ficam na cozinha! Pode-se pro­duzir um gás tóxico quando se aque­cem superfícies năo aderentes. Essa toxicose é bastante comum nas aves de estimaçăo. As aves afetadas ge­ralmente colapsam subitamente, mas os sinais clínicos que podem ocorrer incluem depressăo, dispnéia, chiado, ataxia, fraque­za e ataques convulsivos. No exame postmortem, geralmente observam-se hemorragia e congestăo pulmonar. As aves geral­mente mor­rem antes que possa ser ad­ministrada uma terapia. Se houver sus­peita de uma exposiçăo a esse gás tóxico, proporcione ar fres­co a ave e leve imediatamente ŕ um Médico Veterinário.
Vitamina D
Cuidado com medicamentos polivitaminicos, usados de forma in­correta ou desnecessária! A toxicose por vitamina D pode resultar em hipercalcemia e mineralizaçăo renal, hepática, gástrica, intestinal, cardía­ca e dos vasos sangüíneos. As fontes de vitamina D incluem administra­çăo excessiva de vitamina por parte do proprietário, raçăo peletizada co­mercial suplementada com vitami­nas, causas iatrogęnicas e uma ingestăo de rodenticida com colecalciferol. A toxicose por vitami­na D3 é mais comum nos neonatos manualmente alimentados com uma fórmula caseira. Os sinais clínicos incluem letargia, anorexia, poliúria e diarréia. O diagnóstico se baseia na anamnese dietética, em uma pos­sível exposiçăo a um rodenticida, si­nais clínicos, níveis sangüineos de cálcio e na radiologia. Pode-se ob­servar radiograficamente uma nefrocalcinose. 
Evite a toxicose por vitami­na D relacionada ŕ nutriçăo atra­vés do oferecimento de uma raçăo formulada completa. Cuidado com raçőes utilizadas para mamíferos (căes, coelhos ou hamster), estas raçőes foram formuladas para es­tas espécies e jamais devem ser utilizadas na alimentaçăo dos pás­saros, pois as doses de vitaminas contidas nestas podem causar in­toxicaçőes ou danos futuros aos pássaros, caso ocorra algum des­tes sintomas em seus pássaros pro­cure assistęncia Médica Veteriná­ria, pois os primeiros socorros săo imprescindíveis
 
Dra. Ana Roberta e um bicudo recuperado após tratamento

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